sábado, 29 de dezembro de 2012

Feliz 2013 Sampa!!!!!


Amigos!

A Corrida Internacional de São Silvestre

 É a mais famosa corrida de rua do Brasil, realizada todos os anos na cidade de São Paulo. Leva o nome do papa da igreja católica canonizado neste dia, anos depois da sua morte.
No dia 31 de dezembro, o percurso será percorrido a partir das 6,50 hs da manhã, para cadeirantes, às 8,40 hs para mulheres e às 9,00hs para os homens. A largada será em frente ao MASP, na Avenida Paulista. Estão inscritos 25 mil corredores.

O Reveillon na Paulista

. A virada do ano da avenida Paulista começa às 20,30 hs e terá 15 minutos de queima de fogos à meia-noite de 31 de dezembro para 1ºde janeiro de 2013. Sampa, conhecida como cidade multicultural levará ao palco do Reveillon, diversas atrações para todos os gostos
O tema do Reveillon deste ano será o amor que paulistanos e paulistas em geral, sentem pela metrópole.

Desejo a todos um Feliz 2013 com muitos e muitos livros.

Um grande e carinhoso abraço,

Regina Sormani

domingo, 16 de dezembro de 2012

A história de Heitor



Capítulo XI



A região onde estavam não tinha sido atingida pelo desastre.
Caminharam pelos campos e já haviam entrado na mata. Uma raposa-do-campo passou por eles, mas seguiu seu caminho em outra direção.
Tauá fazia muitas perguntas, pois queria saber tudo sobre Heitor. Ele respondia, contando sobre sua vida, o lugar onde havia nascido; as primeiras aventuras, sobre Lorena e Mercúrio que tinham vindo de um lugar distante, os outros lobinhos que eram seus irmãos, a fartura de água e alimento perto do rio.
– Sua família tem nomes estranhos, garoto, mas creio saber a razão.
– Quando conheci Tinoco ele me disse a mesma coisa. E encontrou outro nome para mim.
– E qual foi?
– Toró... Caiu uma chuva forte quando nos conhecemos e ele disse que sempre se lembrava disso quando pensava em mim.
– Parece que esse nome lhe cai bem.
Heitor animou-se e remexeu as orelhas.
– Vamos nos afastar daqui – comentou Tauá.
– Para onde? – perguntou Heitor.
– Para longe, bem longe daqui. Outro tipo de lugar distante, com rios, cascatas e cachoeiras; com alguma caça e muitos frutos.
Faziam algumas pausas para caçar e para dormir. Heitor aprendeu muita coisa com Tauá sobre aquela região. Como eram suas matas, nascentes e rios, quais os animais que ali viviam, onde havia água e como encontrá-la.
Finalmente, chegaram ao alto de uma colina, de onde se avistava um rio correndo pela planície. Para qualquer direção que se olhasse, tudo que enxergavam era mata nas partes mais altas e o capinzal nas baixadas.
Heitor encontrara um lugar para viver. Havia sinais de outros lobos pela região. Tauá parou ao lado de Heitor e disse:
– Você está pronto, Toró. Este é o lugar. Vá procurar um local para marcar como seu território. Aqui não falta espaço.
Tauá confirmara o nome que Tinoco lhe dera. Isso era um bom sinal. Olhou para a loba e fez todo o gestual de cumprimentos que ela merecia. Tauá respondeu na mesma medida. Separaram-se em seguida e cada qual partiu na direção escolhida.

Nilza Azzi

sábado, 15 de dezembro de 2012

Feliz Natal!!!!

Meus caros amigos!

Desejo a todos um natal de PAZ, AMOR e UNIÃO.


Este cartão natalino faz parte de uma série de 36 artes feitas pelo Marchi para a agência Interlitho de Colônia, Alemanha. A técnica utilizada foi ecoline.
Grande abraço,
Regina Sormani


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Conheça como funciona o Ônibus-Biblioteca - Roteiro de Leitura

O Ônibus-Biblioteca é um projeto da Secretaria da Cultura, idealizado por Mário de Andrade em 1935. Hoje, o projeto atende as regiões perifericas de São Paulo, que são desprovidas de bibliotecas.
Existem doze ônibus funcionando, cada um atende seis pontos, perfazendo setenta e dois locais.

Conheça este belo projeto assistindo a entrevista do bibliotecário João Batista para o Canal do Ônibus:

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

QUEM CONTA UM CONTO

Olá!
Mais um mês se passou e mais um ano chega ao fim. Foi ótimo passá-lo com você!
E para encerrar 2012 com chave de ouro, convidamos a escritora paulista
SIMONE PEDERSEN. Ela nos trouxe uma auto-reflexão que, de forma delicada, traduz o espírito natalino.
Curtam, pois

UM ENCONTRO DO DESTINO
Ontem, eu estava em Araraquara a caminho de uma escola. Havia me hospedado em um confortável hotel do outro lado da cidade e pelo mapa parecia um caminho bem simples.
E era. Para quem lá vive. São tantas rotatórias, e eu, que nunca me perco, parei para pedir informações 28 vezes. Na última, já nas redondezas segundo meus cálculos infalíveis, interpelei um homem que passava calmamente na calçada. Eu havia sido muito bem tratada até então, com sorrisos e pequenas reuniões sobre qual seria o melhor caminho para uma paulista com cara de perdida. O que eu não esperava era que se esse homem dissesse que ia para aqueles lados exatamente, e se eu quisesse, ele iria comigo para mostrar o caminho que era um tanto complicado, apesar de estarmos perto do local.
Em um segundo eu me lembrei de todos os conselhos de menina: “nunca pegue carona de estranhos”, pensei nos filmes de terror, seriados e serial killers da vida. Respondi seca que eu não costumo dar carona para estranhos. E foi nesse momento que meu mundo desmoronou. A minha voz soou tão seca que me fez tremer, como se tivesse rachado o coração ao meio. Até tive tempo de me perguntar quem eu era, quando ele se debruçou na porta colocando parte da cabeça dentro do carro, tirou o boné e me disse:
- Eu tenho 86 anos, sou pai de três e avô de cinco, a senhora não precisa ter receio algum de mim. Em sou um homem de bem.
Realmente, como eu poderia desconfiar de alguém que eu escolhi aleatoriamente? Um senhor de tanta idade. Talvez pelo leve cheiro de cachaça. De qualquer forma, eu me senti diminuir até virar algo invisível aos meus olhos. Envergonhada, pedi que entrasse culpando os dias de hoje e a violência pela minha falta de educação e humanidade. Ele entrou e continuou a me ensinar que eu realmente havia sido uma árvore seca de galhos afiados:
- A senhora não repare nas minhas roupas, é que eu estava trabalhando em casa e sai de qualquer jeito.
Foi então que reparei as calças costuradas no meio da perna, de forma caseira, tentando remendar o que há tempos eu e outros haveríamos jogado fora. Se me sentia invisível, comecei a sentir certa tontura. Acho que era vergonha, vergonha de mim, que justamente nesse dia estava um tanto arrumada. Ele falou em trabalhar com aquela idade. Tive medo de perguntar o que ele fazia.
- O senhor não viu como eu fico em casa, respondi tentando remendar o nosso encontro, que como a calça dele já não tinha mais conserto.
Ele me ensinou todo o percurso, com todas as rotatórias e possibilidades para alguém que eu havia pré-julgado estar embriagado.
Na porta da escola, me mostrou a entrada principal, falou um pouco sobre a fábrica de suco de laranja na frente e se despediu. Eu disse que poderia levá-lo até a casa do amigo, mas ele declinou. Disse-me que preferia chegar a pé, que um carro com placa de uma cidade tão distante chamaria muito a atenção.
Quando chegou à esquina, ele se virou e acenou para mim com um sorriso largo e o boné na mão direita. E eu fiquei sentada no carro, o observando diminuir a passos largos, assim como eu mesma diminui a cada palavra dele.
Ainda hoje continuo pequena. E essa crônica não é história de escritora. É a história de uma pessoa que não enxerga mais a bondade humana, mesmo quando ela se apresenta vestida de bom velhinho. Shame on me.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A história de Heitor



Capítulo X

Heitor caminhou a noite inteira, guiado apenas por seu instinto e pelos sentidos, com a enorme necessidade de encontrar comida. Mas o solo, que mais parecia um carvão, não mais guardava os odores de quem o povoara, fosse vegetal ou animal. Algumas sementes ainda brotariam, se os campos não fossem invadidos, mas isso ainda ia demorar.
Ele seguia sem um rumo certo, num território que não lhe pertencia, numa terra estranha e meio morta.  Mas o horror que lhe causara a cena dos lobos, naquela colina que levava à toca dos humanos, lhe dava forças para afastar-se cada vez mais daquela região.
 Heitor ainda custava a acreditar no que vira; aqueles belíssimos animais perto dos homens, quase comendo em suas mãos, sem nenhuma distinção mais dos outros bichos que tinham aquela linguagem estranha que ele já ouvira – au, au, au... auuuuul! – Aquilo era triste demais.
Quando estava quase amanhecendo, ele encontrou um ninho abandonado, que caíra de uma árvore, com dois ovinhos. Foi tudo que comeu. Ali mesmo deitou-se na sombra, encolheu-se e dormiu um pouco.
Heitor encontrou uma bela mata, com uma nascente de água limpa e fresca no meio de uma clareira. Finalmente havia caça abundante, água e frutos. Aproximou-se, subiu numa pedra e ficou esperando o melhor momento, escolhendo qual seria a sua presa. Depois de comer e beber, deitou-se e dormiu de novo. Mas, quando menos esperava, ouviu aqueles estalidos e aquele cheiro dos humanos que o perseguiram. Ele quis correr, mas dessa vez suas pernas não obedeciam; não conseguiria escapar, era seu fim.  Tudo ficou escuro como a noite fechada, ele deu alguns passos, perdeu o equilíbrio e começou a cair. Com o susto, abriu os olhos e viu que nada daquilo era real; estava delirando por causa da fraqueza ou talvez tivesse sido um sonho.
Ele não prosseguiu antes do fim da tarde, cada vez com menos forças.  Continuou como no dia anterior, com suas últimas forças. Depois de algum tempo encontrou uma poça de água, retida num tronco oco e comeu alguns insetos, mas era pouco para suas necessidades.
Heitor já não conseguia sustentar a marcha por muito tempo. Percorria certa distância, na direção que seu instinto indicava, mas logo parava, acreditando que não iria mais em frente.
Estava cochilando, numa dessas pausas, quando sentiu que estava sendo cheirado. Era outro lobo, logo percebeu. Abriu os olhos e viu um lindo lobo vermelho, parecido com Mercúrio.
Heitor encolheu-se, mas o outro logo disse:
– Perdido por aqui? – e continuou – Sou Cacá e vivo em terras vizinhas.
– Estou vagando, sem água e sem alimento – Heitor respondeu. Estou muito fraco, sem forças para continuar.
– Depois você me conta o que aconteceu. Parece mesmo que está muito fraco para caçar, mas se conseguir reunir um pouco, só um pouquinho mais de forças, eu o levo até uma lobeira perto daqui, carregada de frutos.
Ele conseguiu! Não era à toa que ele era um habitante do cerrado, um animal resistente.

Nilza Azzi




Desenho  de Dener (E.E. Coronel Adolfo de Aguiar - Araxá - MG)



quarta-feira, 28 de novembro de 2012

PÁGINA DO ILUSTRADOR - 26 - LAERTE SILVINO

PÁGINA DO ILUSTRADOR - 26


Nesta edição apresentamos LAERTE SILVINO

Laerte Silvino nasceu em Recife, é ilustrador e quadrinista. 

Trabalhou em diversas empresas como ilustrador e hoje divide suas atividades entre seu estúdio e o jornal em que trabalha. Já publicou seus desenhos e quadrinhos em várias revistas nacionais, livros didáticos, de quadrinhos e de literatura infantil e juvenil. 


ILUSTRAR É PRECISO
Laerte Silvino

Ilustrar não é tarefa fácil, ao contrário do que muitos pensam. Conceber uma única imagem para tantas palavras é algo muito difícil. Tem que ter a precisão e a paciência de de um cirurgião para escolher a forma, a técnica, as cores, a síntese e a ideia certa e certeira para aquele texto. E a imagem tem que acrescentar alguma coisa ao texto, se não, para quê serviria a ilustração?

Por ser um trabalho por diversas vezes e por diversos motivos árduo, a gente de vez em quando pensa em desistir. Largar os pincéis, os lápis e o computador e se enfiar numa gravata, num escritório, bater ponto, ter horário normal. Mas, e aí, a vida não ficaria com menos cores? Como viveríamos sem nunca mais ver o olhar alegre de uma criança maravilhada por aquele livro que você ilustrou?

Uma vez que se tem essa sensação não há como voltar. Não há como desistir. Não há como querer gravatas, escritório, ponto e horário. Pelo contrário, você quer fazer mais desenhos, fazer mais livros, fazer mais crianças felizes.

Como disse Fernando Pessoa: "Viver não é necessário; o que é necessário é criar". Acrescento que criar também é uma forma de viver, por isso Ilustrar é preciso, é tão preciso.

CONHEÇA MAIS 
SOBRE O TRABALHO 
DE LAERTE SILVINO
PRÓXIMA EDIÇÃO: BRUNO GROSSI (BEGÊ)

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SOBRE A "PÁGINA DO ILUSTRADOR"
DO BLOG AEILIJ PAULISTA
Venho convidar os colegas ilustradores para participar da página do Ilustrador no blog AEILIJ Paulista.
Não é necessário ser de São Paulo, pode ser de qualquer Estado ou mesmo fora do Brasil; o importante é ser associado.
 
Covido também os coordenadores regionais a repassarem estas informações aos ilustradores para que todos tenham conhecimento deste canal.
Não há regra, você pode colocar um passo-a-passo ou falar um pouco sobre seu trabalho...
Abaixo vocês podem conhecer as outras edições:

domingo, 25 de novembro de 2012

A história de Heitor


Capítulo IX

Estava no meio do descampado, debaixo de uma árvore baixa e retorcida, quando viu uma sombra que avançava lentamente em sua direção. Prestou um pouco mais de atenção e viu que não era uma sombra: Era Tinoco, naturalmente acompanhado da própria sombra. Heitor não sabia como seu amigo aguentava aqueles pelos tão compridos. O rabo, imaginava, era para que ele não se desequilibrasse e inclinasse todo para frente com aquele focinho tão comprido. Não teve ânimo para sair do lugar e esperou por Tinoco ali mesmo. O  tamanduá chegou bem perto e só então Heitor reparou em suas unhas enormes. Ficou feliz por serem amigos.
– E então, Heitor? O que faz aqui tão desanimado?
– Tive um encontro com os humanos. E o meu não foi dos bons; fugi de lá e não posso voltar. Concordo com você: aquele é um lugar muito perigoso. O pior, Tinoco, é que já procurei, mas aqui não há comida para mim. Estava esperando o começo da tarde para caminhar mais um pouco, procurar alguma coisa para comer. Há dois dias saio para caçar e nada encontro, nem caça, nem frutas; nem mesmo no rio acho alimento.
– Outros animais passam por aqui e eu fico sabendo das coisas. As notícias correm.
– Vou chamá-lo de Toró, posso? Cada vez mais acho que este novo nome lhe cai muito bem. E Tinoco ria todo contente. "Lembra" do toró que caiu quando nos conhecemos? Desde aquele dia não vejo a hora de nos encontrarmos, para falar sobre isso; aquela chuva foi seu batismo, Toró. – O que acha?
– É bonito, Tinoco, obrigado. Combina mais com um lobo do cerrado?
– Certamente, Toró. Soa muito bem.
– E será que vou me acostumar?
– Claro, Toró. Você ainda é novinho; terá muito tempo.
– Está bem! – disse – Talvez você tenha razão, mas tenho um assunto mais urgente para resolver e não sei como: Estou começando a ficar com muita fome.
– É sobre isso mesmo que eu ia falar, Toró. Alguns lobos, de passagem por aqui, contaram sobre um lugar onde os humanos – imagine – os humanos estão dando comida aos animais famintos por causa da destruição de seus territórios. É só caminhar na direção daquele cumaru enorme, dali siga sempre em frente até a Pedra do Tamanduá, – você vai reconhecer, porque é parecida comigo – logo se avista um campo e, bem longe, no fim desse campo, o lugar onde a comida está. É só comer.
– Sem precisar muito esforço?
– Isso mesmo. Sem precisar gastar tanta energia!
– Frutas ou bichos?
– Carne, respondeu, pondo a língua para fora. Pena que não haja frutas e algumas formigas.
– Obrigada, Tinoco. Vou procurar esse lugar, então.
– Por nada, Toró. Amigo é pra isso mesmo.
Heitor ergueu-se, espreguiçou e partiu na direção indicada. O cumaru era muito grande mesmo e passara bem pela queimada, por ser muito alto. Mas não havia uma sombra sequer dos bichos de poucas luas atrás, qualquer das espécies que vinham em busca de seus frutos, tanto do chão, como do ar. Porém, dava para perceber uma trilha no chão, rastros de outros animais que haviam passado por ali. Depois de caminhar um  bom tempo, um longo tempo para um lobo faminto, ele avistou a pedra. Com boa dose de imaginação ela podia parecer com um tamanduá.
– Que vaidoso! – pensou Heitor.
O campo era enorme e, de onde estava, Heitor não avistava nada, mas como tinha confiança no amigo, seguiu em frente. Andou e andou, e só ao cair da tarde avistou o lugar. Aqueles humanos eram diferentes dos que encontrara anteriormente; usavam umas peles compridas que o vento sacudia. Eram muito estranhos, mas não inspiravam medo; pareciam bondosos e amigáveis. Era um lugar bonito, com uma colina de pedra toda arrumadinha em pedaços iguais.
Heitor viu alguma coisa ser colocada no alto daquela colina; viu um lobo desconhecido subir, agarrar o alimento e sair correndo. Ouviu o barulho do osso que ele fora roer no escuro, depois viu mais um outro e mais outro. Sem conseguir resistir, iam buscar o alimento que lhes eram oferecidos, mas logo saíam nervosos e assustados, com o rabo entre as pernas. Ele também percebeu vários humanos parados lá em cima. Não eram ameaçadores; nada fizeram a não ser olhar. E um daqueles humanos trazia a comida e soltava uns sons estranhos, que seu instinto não percebia como ameaça, mas ainda assim entendia como perigo. O cheiro dos humanos não era familiar, nem agradável.
Heitor, um lobo-guará altivo, belo, já com quase um metro de altura, misterioso e selvagem, um verdadeiro filho do cerrado, não podia aceitar aquilo. A fome era muito grande, mas ele era garboso demais para sofrer aquela humilhação. Ele queria seguir seu instinto, procurar, de acordo com os seus sentidos, aquilo que a natureza pródiga do cerrado oferecia, fossem frutos, caça ou aqueles animais que encontrava no rio enquanto ainda era um lobo filhote. Decidido, virou-se e foi embora dali.

Nilza Azzi


Desenho de Bruna Carolina Lourenço
E.E. Coronel José Adolfo de Aguiar - Araxá - MG

Canto & Encanto da Poesia






O trem e o rio


Por cima daquela ponte
Vai um trenzinho dizendo:
Vou correndo, vou correndo, vou correndo!

Debaixo daquela ponte
Passa um riozinho cantando:
Vou levando, vou levando, vou levando!

Afinal, pra que a pressa,
Que coisa, que força é essa,
Por que toda essa corrida?
O trem e o rio respondem:
É a vida, é a vida, é a vida!


Do livro REBENTA PIPOCA de Regina Sormani, editora Pioneira. Ilustrações de Marchi

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Imagens da Homenagem AEILIJ SP 2012

Queridos amigos
Aconteceu, dia 21 de novembro, às 19,30 hs, na Casa das Rosas, a homenagem prestada pela AEILIJ paulista à ilustradora Eva Furnari.
Parabéns aos organizadores do evento, aos associados, e  à homenageada.
Um beijo,
Regina Sormani













domingo, 11 de novembro de 2012

A história de Heitor


Capítulo VIII

O sol logo se esconderia horizonte abaixo e Heitor estava alerta aos ruídos e cheiros ao redor. A chuva expulsara os pequenos seres que vivem debaixo da terra; isso era uma festa para as aves, porque vinham comer os bichinhos, e para o lobo-guará, porque podia caçar as pequenas aves.
Filomena, – esse era o nome da onça-pintada –, estava pelas redondezas. Só quando escurecesse de uma vez ela iria atrás do seu jantar. Há algum tempo descobrira um lugar onde havia comida pronta. Vinha por aquela passagem no rio e entrava pelos grandes campos que se estendiam até bem longe. Avançava entre as hastes longas e amareladas, rastejava e espreitava, quando estava nos lugares mais ralos, sempre na direção dos humanos onde as caças que podiam matar a sua fome ficavam presas. Era uma caçada fácil, mas arriscada; os animais percebiam sua aproximação, ficavam alvoroçados e faziam barulho, pois não tinham por onde escapar. Os humanos sabiam que ela estava por perto e podiam inverter tudo. Nesse caso ela, Filomena, a onça-pintada mais bonita, mais veloz e mais valente daquela região, é que seria  Ainda assim, não foi o seu assalto, roubando os animais da fazenda que criou toda a confusão...Chegara a época da colheita e as máquinas já estavam preparadas, os homens contratados. Os humanos sabiam que havia algum animal grande nas redondezas, atacando o galinheiro. Por isso, saíram armados para o trabalho na manhã seguinte.
Atiraram logo que avistaram Filomena, que dormia refestelada com a refeição da noite. Ela saiu correndo, escapando sem ser ferida, numa carreira e numa velocidade que lhe davam muita vantagem sobre os homens. Embora não tivesse feito amizade com Heitor, quando passou por ele, antes de desaparecer na direção do rio, deu uma paradinha e se lembrou de avisar:
– Fuja, novato. Este lugar não é mais seguro para se viver. Você está em perigo!
Heitor vacilou um pouco, sem entender bem o que acontecera. Mas não demorou muito e ele sentiu um cheiro estranho, desconhecido.
Depois ouviu um barulho, como o estalo de um galho quebrando,Ouviu um tropel, depois mais outro estalo e mais outro.
– Perigo! – pensou. Isso é perigo! – avisou seu instinto.
E saiu correndo, ziguezagueando na direção que fosse o mais longe possível daquilo que parecia estar cada vez mais perto. Escapou da perseguição, mas continuou correndo por um bom tempo, mesmo depois que atravessou o braço de rio e chegou aos campos queimados.
A chuva fora pouca e não houvera tempo para renovação; não era possível encontrar abrigo ou alimento.
 Ficou rodando por ali os dois dias seguintes. Só encontrava os cupinzeiros, mas não precisava deles, porque sem o capim podia avistar até bem longe, se houvesse alguma coisa para ver, mas não havia.

Nilza Azzi - escritora associada da AEILIJ regional SP




Desenho de Davi Eliader Januário de Souza
EE Pio XII - Araxá. MG



quarta-feira, 7 de novembro de 2012

21 de novembro, uma data especial!

Todos os anos, a AEILIJ São Paulo homenageia uma pessoa ligada ao mundo da LIJ. Agora, a data de nossa Homenagem 2012 se aproxima!

E a escolhida pelos associados, este ano, foi a autora de textos e imagens Eva Furnari. Com muitos livros premiados, no Brasil e no exterior, Eva é uma ilustradora pioneira na cena da LIJ paulista, a quem todos nós, profissionais da escrita para crianças, admiramos. Também autora de textos, tem criado personagens encantados e encantadores. Sua criatura mais conhecida, a Bruxinha, já é um ícone da Literatura Infantil brasileira.

A Homenagem AEILIJ 2012 se dará no dia 21 de novembro, às 19h30, na Casa das Rosas, em São Paulo.


Data: 21 de novembro de 2012, quarta-feira
Horário: 19h30
Local: Casa das Rosas - Av. Paulista, 37, Bela Vista, São Paulo - fone 3251-5271

Programa:

19h30 - Abertura
20h - Pocket-Show "Cantando de Brincadeira", 
com Manuel Filho e Beto Marsola
20h30 - Coquetel

Haverá mostra organizada pela Ed. Moderna com obras e ilustrações da Autora 






MURAL 34 - NOVEMBRO DE 2012

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NÚMERO 34 - Novembro de 2012
O Mural é uma agenda cultural postada todo início de mês,
porém, editada ao longo do mês conforme os eventos surgem.
A agenda das bibliotecas é renovada semanalmente.
Amigo associado de qualquer cidade do Estado de São Paulo,
contribua...
aguardamos notícias dos eventos do interior.
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NOTICIAS DE ASSOCIADOS
Colega associado, de toda parte, se tiver uma noticia para nós,
por favor nos envie para que possamos divulgar.
Jamais se sinta desprezado;
sua noticia pode não estar aqui
porque não sabemos a respeito dela,
nos ajude. Obrigado


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 LANÇAMENTO DE MARCIANO VASQUES


23 de Novembro Na Livraria Martins Fontes, Avenida Paulista 509, às 19 horas
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NIREUDA LONGOBARDI NA BIENAL DE 
CAMPOS DOS GOYTACAZES 


Dia 26/11 - Oficina de xilogravura com Nireuda Longobardi
Dia 27/11 - Oficina de Kiriê com teatro de sombras com Nireuda Longobardi


Horário: 13h30
Local: Leituras na Caverna

Saiba mais clicando AQUI
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 LANÇAMENTO DE ALEX GOMES
Lançamento do livro do Alex Gomes, com sessão de autógrafos e contação de histórias por Jujuba e Ana Nogueira, da Estação Brincadeira da Rádio MEC.

Cinco histórias cheias de humor que sempre terminam em confusão!

A professora Coruja propôs aos seus alunos que fizessem uma redação interessante no estilo tandem, que consiste em um aluno escrever um trecho de uma história e passar para seu parceiro continuar a redação. Ocorre que as duplas são formadas por rato e barata, gato e cachorro, tartaruga e lebre...
11 de Novembro às 16 horas na Livraria da Travessa de Ipanema
 
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 MARILZA CONCEIÇÃO
Olá!

Estamos preparando os últimos detalhes do próximo livro personalizado das Edições Papelmachê.


Uma deliciosa história chamada “Lendo Nuvens”

...


Quem nunca viu nuvens com formatos de bichos e de coisas?
Quando criança nossa imaginação voava longe e isso era muito comum.

“Lendo Nuvens” é uma história cativante e estará disponível na nossa loja a partir de quinta-feira.


Aguardem...
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HOMENAGEM AEILIJ PAULISTA 2012
ESTE ANO HOMEAGEANO EVA FURNARI 
Dia 21 de novembro, quarta-feira, às 19h30 na Casa das Rosas - Av. Paulista, 37.
Teremos um pocket-show com Manuel Filho, exposição de originais da autora organizada pela Ed. Moderna, coquetel e o encontro com muitos, muitos colegas do texto e da imagem.
Imperdível para quem estiver em São Paulo!
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AINDA FALANDO DE EVA FURNARI... 
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CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
NAS BIBLIOTECAS
Histórias do que é e do que pode ser
Com Cia. Patética
Nessa viagem, os objetos viram personagens protagonistas das historias que é sempre contada de forma lúdica e bem musical. De 3 a 4 anos.
Dia 4 de novembro (dom), 11h - Biblioteca José Paulo Paes
Dia 20 de novembro (sáb), 10h - Biblioteca Aureliano Leite
Dia 20 de novembro (sáb), 14h30h - Biblioteca Paulo Sérgio Duarte Milliet
Dia 28 de novembro (qua), 13h30 - Biblioteca Menotti del Picchia
Dia 29 de novembro (qui), 13h - Biblioteca Paulo Setúbal
Dia 29 de novembro (qui), 16h - Biblioteca Gylberto Freire
Dia 30 de novembro (sex), 9h - Biblioteca Jovina Rocha Pessoa
Dia 30 de novembro (sex), 11h - Biblioteca Cassiano Ricardo
Dia 30 de novembro (sex), 14h - Biblioteca Prof. Arnaldo Giácomo
Dia 30 de novembro (sex), 16h - Biblioteca Adelpha Figueiredo
Contando e Dobrando Histórias
Com Lázara Almeida e Rita Pisniski
Narração de histórias acompanhadas de confecção de dobraduras baseadas nas histórias contadas. Para maiores de 7 anos.

Dia 6 de novembro (ter), 13h - Biblioteca Helena Silveira
Contando e Encantando Histórias
Com o Grupo Semeando e Espalhando Histórias
Narração de histórias infantis diversas entremeadas por canções e brincadeiras. Livre. 50 min.

Dia 6 de novembro (ter), 10h - Biblioteca Jamil Almansur Haddad
Dia 8 de novembro (qui), 10h - Biblioteca Raimundo de Menezes, Festival do Livro e da Literatura de São Miguel
Dia 9 de novembro (sex), 10h - Biblioteca Rubens Borba de Morais, Festival do Livro e da Literatura de São Miguel
                                                                                                                                           
Contar é preciso, ler é indispensável
Com Antonia Andréa de Sousa.
Leitura e Narrativas de histórias e contos estimulam o potencial criativo e o prazer de ler. Inscrições pelo telefone: 5687-0408.

Dia 7 de novembro (qua), 10h e 14h - Biblioteca Belmonte
E se fosse verdade...
Com Beth Filipini
Narração de histórias e poemas que encantam gerações.

Biblioteca Thales Castanho de Andrade
Dias 7 e 14 de novembro, às quartas, às 10h e às 14h30
Dias 12 e 19 de dezembro, às segundas, às 10h e às 14h30
Que história é essa
Com Elaine Gomes
Histórias escolhidas e adaptadas para os adultos. Com a utilização de diversos recursos e com a interatividade com o público, a percepção é estimulada em cada espectador por meio da voz, da música, das cores e dos movimentos. Várias histórias fazem parte do repertório, entre elas, Fátima, a fiandeira, Nasrudin, o sábio e A Moça Tecelã. 45 min.

Dia 9 de novembro (sex), 10h e 14h - Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato
Dia 13 de novembro (ter), 10h e 14h - Biblioteca Hans Christian Andersen
Contos de Assombração
Com o Grupo Gira Saia
A contação destinada ao público infantil reúne três contos nacionais trazendo o universo misterioso e assombrado do desconhecido, onde reúnem experiências artísticas na música e dança.

Dia 10 de novembro (seg), 11h - Biblioteca Lenyra Fracarolli
Círculo de Giz, Roda de Gente, Mundo de Histórias
Com a Cia. Da Fulô
A contação tem o objetivo de promover a linguagem do conto popular, da narração de histórias e incentivar a leitura e a propagação da literatura por da formação do público. Livre.

Dia 10 de novembro (sáb), 14h - Biblioteca Camila Cerqueira César
Mulheres sábias
Com Débora Kikuti
Contação de histórias para público juvenil, promovendo o diálogo entre narração e corpo.

Dia 11 de novembro (dom), 11h - Biblioteca Raul Bopp
Dia 11 de dezembro (ter), 10h - Biblioteca Hans Christian Andersen
A Viagem de Ulisses
Com a Cia. Ruído Rosa
Intervenção teatral sobre as aventuras de Ulisses, navegador que passou dez anos por diversas ilhas, encontrando perigos como o monstro Ciclope, sereias, Calipso entre outros. Baseado na narrativa grega, Odisséia. Livre

Dia 17 de novembro (sáb), 11h - Biblioteca Álvaro Guerra
Dia 8 de dezembro (sáb), 11h - Biblioteca Raul Bopp
No colo do livro, com os livros no colo
Com Antonia Andréa de Sousa, Izabel Andrade e Maria Luiza Rocha.
Mediação e narrativa de histórias para bebês acompanhados de pais ou de professores, babás, avós, tios. A sala de contação transforma-se em um quarto de brinquedos, onde 10 duplas - bebês e acompanhantes - interagem com os contadores valendo-se livros de pano, plástico e livros-brinquedos, contos de meiguice e cantigas de ninar. De 0 a 2 anos.  

Dia 21 de novembro (qua), 14h30 - Biblioteca Belmonte
Eu, Malasartes
Com Robson Santos
Contação de histórias, causos e malandragens de Pedro Malasartes, herói picaresco do nosso Brasil, preferido da gente simples que adora suas artes, quase sempre contra os mais ricos e poderosos. Vinga-se o popular da sua posição subalterna vendo o personagem sair sempre ganhando, por sua astúcia e por suas artes, dos que lhe são superiores. Uma espécie de Robin Hood sem armas.

Dia 21 de novembro (qua), 19h - Biblioteca Belmonte                                                                                                                            
Maravilhas de Grimm
Com a Cia. Gigi Anhelli
Destinado ao público infantil, o trabalho reúne três contos dos Irmãos Grimm apresentados com música e fantoches.

Dia 23 de novembro (sex), 10h e 14h - Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato
Dia 27 de novembro (ter), 10h e 14h - Biblioteca Hans Christian Andersen
Chá de bonecas e de super heróis
Com Léia Bispo, Paula Bueno e Rita Pisniski
Um divertido encontro com muitas histórias, brincadeiras e cantigas de roda. As crianças participam trazendo seus brinquedos preferidos e no final é servido um delicioso chá com biscoito para as crianças e seus brinquedos. Para maiores de 7 anos.

Dia 23 de novembro (sex), 10h e 15h - Biblioteca Helena Silveira
A princesa e a chuva
Com Letícia Liesenfeld
Voltada ao público infantil, a contação tem como objetivo sensibilizar para a leitura e o livro através de um diálogo entre a narração e o corpo.

Dia 24 de novembro (sáb), 11h - Biblioteca Lenyra Fracarolli
Roda de Histórias
Com Cia. Teatro do Guri
Espetáculo formado por contos dos quatro cantos do mundo. De 5 a 13 anos.

Dia 24 de novembro (sáb), 14h - Biblioteca Camila Cerqueira Cesar
Contação de histórias e lançamento do livro: “O Infinito de Arue”
Com a autora Ciça Veiga e o músico Vinícius Nonato
Venha conhecer a história de um menino chamado Aruê que encontra um pedaço de arame no chão e faz dele o seu brinquedo com muita imaginação.

Dia 25 de novembro (dom), 11h - Biblioteca Padre José de Anchieta
Raiz de Cascudo, Contos Populares Brasileiros
Com Edmilson Ávila,
Por meio do resgate da literatura oral, a atividade pretende estimular o indivíduo à literatura, sensibilização e imaginação. No repertório, as histórias “A Menina dos Brincos de Ouro, “A menina e a figueira” e “A princesa Jia”.

Dia 25 de novembro (dom), 11h - Biblioteca Raul Bopp
Aprendendo com as fábulas
Com Henrique Silveira, Marcelo Alcalá e Sérgio Chibat
“A assembléia dos ratos”, “o rato da cidade e o rato do campo” e outras divertidas fábulas fazem parte desta contação, entremeada por adivinhas e brincadeiras. Para maiores de 6 anos. 50min.

Biblioteca Chácara do Castelo
Dia 26 de novembro (seg),14h30
Roda de histórias com a Dupla lê lê
Com Ciça Veiga e Vinicius Nonato
Narração de histórias regadas por melodia e muita poesia, os bonecos também ajudam a criar essa magia. Depois da roda, aí é que vem a alegria, com uma oficina de alegoria.  Assim, o livro vira uma delícia! Realização: Ponto de Cultura Piá.

Dia 26 de novembro (seg), 14h - Biblioteca Padre José de Anchieta
O natal do Porquinho
Com Cleide Mascarenhas, Juvelina Martins e Pureza Silva.
Os bichos da floresta ficaram contentes com a chegada do natal, o Porquinho pulava de alegria. Pobrezinhos, pensou dona Porca, eles não sabem que os bichos não têm natal e, que papai Noel não vem. Após a contação haverá uma oficina para confecção de uma “caixinha de presente”, utilizando caixa de leite, sulfite colorido, cola e muita criatividade.  Para maiores de 6 anos.

Biblioteca Padre José de Anchieta
Dias 26, 27, 28, 29 e 30 de novembro,10h e 14h
O Contador de Causos
Cia Teatro de Sala
Texto e direção Kelly Alonso Braga
Candinho é pescador e contador de causos, inventava historias de dar medo que arrepiavam os cabelinhos. Um dia uma de suas mentiras toma vida e vai dar uma lição no tal pescador mentiroso. De 7 a 11 anos.

Dia 28 de novembro (qua), 10h - Biblioteca Afonso Schmidt