sábado, 29 de janeiro de 2011
Um livro do qual gostei muito
Quem já acompanhou de perto um filho, um sobrinho, enfim, uma criança doente hospitalizada, irá entender porque gostei muito deste livro.
De acordo com os Doutores da Alegria, "ficar doente não é nada engraçado, mas, mesmo nessa condição, crianças não deixam de ser crianças". Elas continuam querendo brincar, mesmo hospitalizadas. Então, o tema do livro é: reconhecendo a dificuldade daquele momento, colaborar para uma melhor qualidade de vida, durante a hospitalização.
Muito interessante e engraçado é o PEQUENO DICIONÁRIO DE SEGUNDOS SOCORROS, onde surgem palavras como:
Algordão - algodão para pacientes gordos
Bula - mulher do bule
Esparadrops - esparadrapos para chupar
Hosquintal - a parte dos fundos de um hospital
Pomagda - pomada especialmente desenvolvida numa farmácia de manipulação para uma moça chamada Magda.
Tem também o CALENDÁRIO DE ENFERMÉRIDES que marca dias especiais como: O dia da Língua, O dia do Arroto, O dia da Brincadeira, Dia do Papo Furado, Dia do No Fim dá Tudo Certo, etc, etc.
Creio que os pequeninos gostarão muito do: O QUE É, O QUE É?
Por que a dra Florinda não consegue dormir? Ora, porque ela pintou o quarto com cores berrantes!! Além de tudo isso, há nesse livro, jogos e muitas outras brincadeiras, para que as crianças hospitalizadas não percam a capacidade de se divertir durante o tratamento e período no qual aguardam a recuperação.
O texto final e coordenação editorial são do Marcelo Duarte e Wellington Oliveira, com ilustrações do Orlando, editora Panda. Boa leitura!
Um abraço a todos,
Regina Sormani
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
QUINTAS — 44
O COMPANHEIRO DO JUVÊNCIO |
Adalberto Amaral, o Menino Juquinha, companheiro de "Juvêncio, O Justiceiro do Sertão", na Rádio Piratininga na década de 60, ainda trabalha em rádio, em Descalvado, interior de São Paulo. O encontro entre ele e o escritor Marciano Vasques resultou nesta entrevista.
- (Cicatriz) –Silêncio cabras! Vamo pegar o forasteiro.
- Ainda longe do microfone, o contra - regra agora bate com duas bandas de coco dentro de uma bacia de água - o que dá o som de um cavalo andando pelo leito do rio. Para passar a cena ao ouvinte, o ator Vicente Lia, que fazia o papel do Juvêncio:
- (Juvêncio) - Oaa Corisco! – Devagar. Vamo pelo rio que é pra não deixar pista pros bandoleiros.
- Um acorde grave e curto e o sonoplasta colocam o relincho de um cavalo.
- (Juvêncio) – Que foi Corisco? (novo relincho do cavalo e o contra regra desta vez faz movimentos repetidos e rápidos dentro da bacia de água).
- A voz do bandido Cicatriz soa bem longe do Microfone.
- (Cicatriz) – Agora cabras! Atirem!
- O sonoplasta coloca o som de vários tiros com o barulho de ricocheteio de balas. O som de relincho do cavalo dando a impressão de que o animal estava a cair na água.
- Entra a trilha sonora e o locutor diz com a voz forte.
- - O que acontecerá? Ouçam amanhã neste mesmo horário... Juvêncio, o Justiceiro do Sertão!
- Esta seqüência durava meia hora, e sempre ficava no ar uma situação de perigo que seria resolvida no capítulo seguinte. Com essa técnica prendia-se o ouvinte e o obrigava a acompanhar no dia seguinte o desfecho da cena.
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Entrevista de Galeno Amorim para "O Globo"
Segue entrevista de Galeno Amorim, associado da regional SP da AEILIJ para o jornal O Globo de 24/01/11.
Abraço,
Regina Sormani
Galeno Amorim confirmado na última sexta-feira como novo presidente da Fundação Biblioteca Nacional (FBN) vai administrar a distribuição de obras para seis mil unidades públicas gerenciadas por prefeituras, além de traçar os rumos da oitava maior biblioteca do mundo em acervo.
Ex-secretário de Cultura de Ribeirão Preto e com passagens pelo governo Lula, inclusive na FBN, ele foi incumbido pela ministra Ana de Hollanda de preparar o terreno para a criação do Instituto Nacional de Livro e Leitura.
- Quais serão as prioridades de sua gestão à frente da Biblioteca Nacional?
Eu gostaria de acelerar o processo de inserção da Biblioteca Nacional no cenário brasileiro e também no cenário internacional. E, em outra ponta, gostaria de fortalecer o Plano Nacional do Livro e Leitura, de forma a ampliar o acesso ao livro e aumentar o índice de leitura no Brasil, que hoje é de 4,7 obras lidas por habitante por ano.
- Como ampliar esse acesso?
É possível buscar com o setor privado a criação de um livro popular. Seria um livro mais barato, sobretudo para esse novo leitor que vem das classes C, D e E. A principal forma de acesso ao livro é via biblioteca pública. Mas, ao mesmo tempo, é preciso criar condições para as pessoas poderem comprar um livro mais barato. Isso é importante para o leitor, que aumenta suas possibilidades; para as editoras, que recuperam produtos fora de catálogo e podem criar subprodutos; para o autor, que pode ampliar a quantidade de exemplares; e também para as livrarias, que podem oferecer um produto diferenciado. Pode, por exemplo, haver uma livraria popular, como são as farmácias populares.
- Mas isso seria feito através de subsídios do governo?
Não necessariamente. Eu fiz uma consulta informal a entidades do livro. A ideia é desenvolver uma ação para que os editores percebam que existe a perspectiva de venda. Algumas empresas que atuam em outro segmento, como a Avon no caso da venda de porta em porta, conseguem fazer com que um livro que sairia por R$ 40 na livraria chegue ao consumidor por um preço três ou quatro vezes menor, justamente porque a editora tem a certeza de que o livro será escoado. Além disso, o governo pode muito bem dar uma garantia de que vai adquirir uma parte dos livros para ser distribuída a bibliotecas públicas.
- Num primeiro momento, haverá alguma mudança no gerenciamento da Biblioteca Nacional?
A Biblioteca Nacional terá toda a responsabilidade pela política pública do livro e da leitura no Brasil. Hoje, existe uma Diretoria de Livro, Leitura e Literatura e também existe o Plano Nacional de Livro e Leitura. Ambos devem vir para a Biblioteca Nacional, e eu terei a responsabilidade de preparar a criação do Instituto Brasileiro de Livro e Leitura. Esse instituto será o responsável pela gestão das políticas públicas da área, e, quando isso acontecer, a Biblioteca Nacional vai se dedicar exclusivamente para a Biblioteca Nacional.
- Esse instituto terá o mesmo conceito do Instituto Brasileiro de Museus, o Ibram?
Exatamente, será o Ibram do livro e da leitura. Ainda não consigo estabelecer um prazo, mas é a grande demanda do povo do livro.
- O senhor chegou a trabalhar na Biblioteca Nacional no governo Lula. Quais foram os principais avanços na época?
Eu fui coordenador geral de livro e leitura da Biblioteca Nacional. Fui para lá em 2004, para formular um programa em que todos os municípios brasileiros tivessem sua biblioteca. Na época, o orçamento para a área era em torno de R$ 6 milhões. No ano seguinte, eu articulei com o senador Tião Viana, e ele apresentou uma emenda que aumentou os recursos para R$ 26 milhões, que nos ajudaram a criar as condições para zerar o número de cidades no Brasil sem bibliotecas.
- Quanto falta para se alcançar essa meta?
Falta pouco. No último levantamento, faltavam poucas dezenas, e apenas em municípios para os quais o MinC oferecia o kit com o acervo básico e o computador, mas as prefeituras ainda não tinham feito a instalação. Isso acabou motivando que o ministério suspendesse, em dezembro, o repasse de recursos para prefeituras que não instalaram suas bibliotecas.
- É claro que é importante que se tenha bibliotecas em cada município, mas isso não garante a leitura. Como fazer com que a sociedade e a biblioteca se encontrem?
O Plano Nacional do Livro e Leitura foi criado em 2006 como resposta para esse questionamento. São quatro eixos: a democratização ao acesso; a formação de mediadores de leitura como bibliotecários e professores; a valorização da leitura no imaginário coletivo, através de campanhas ou inserção de situações de leitura em programas de TV; e a economia do livro, com programas que incentivem pequenas editoras e pequenas livrarias, entre outros fatores. Quando você põe os quatro eixos em funcionamento, você estimula as pessoas a lerem.
- Discute-se muito a possibilidade de uma nova Lei do Direito Autoral. O tema mobilizou o último governo, mas a ministra disse que vai reavaliar o projeto. Como o senhor enxerga a questão?
Uma coisa é consenso: é importante que as legislações sejam sempre atualizadas à luz dos novos tempos. A ministra tem se posicionado de forma prudente, mostrando-se aberta a ouvir as várias partes envolvidas. E de uma forma muito serena, ela já sinalizou que vai apreciar essas várias argumentações. E eu me alinho completamente com essa visão. Todos nós temos conhecimento da necessidade de se promover avanços. O material que os criadores produzem tem o valor de seu esforço e dedicação, e isso precisa ser respeitado, e por outro lado os leitores precisam ter algum direito de ter acesso a essa produção acumulada pela sociedade.
(André Miranda)
(O Globo, 24/1)
domingo, 23 de janeiro de 2011
Parabéns São Paulo pelos seus 457 anos!
Na terça-feira, dia 25 de janeiro, data em que completa 457 anos, Sampa receberá de volta a biblioteca municipal Mário de Andrade, localizada no centro da cidade, com acessos pela Rua da Consolação, 94 e Av. São Luís, (biblioteca circulante) próxima à Praça da República e Av. Ipiranga.
O prédio ficou em reforma durante três anos, e o investimento chegou a 17 milhões de reais numa parceria entre o BID e a Prefeitura. Além da fachada, o sistema de climatização foi modernizado, tendo sido instalados aparelhos de ar condicionado em todas as áreas de acervo. A segurança também foi reforçada para a proteção dos livros raros. Os paulistanos terão acesso a 327mil livros.
A reforma da biblioteca Mário de Andrade é um dos passos para a revitalização do centro da cidade.
Um beijo a todos, boa leitura e bom feriado.
Regina Sormani
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
QUINTAS - 43
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Vice-Versa de janeiro de 2011

Meus queridos!
O Vice-Versa de Janeiro é com a escritora e roteirista Diane Mazzoni e o ilustrador Bruno Grossi da regional AEILIJ MG.
Parabéns aos dois e um enorme abraço a todos.
Regina Sormani
Diane Mazzoni (Minas Gerais, 1983) é escritora de literatura infantil, criadora e roteirista do estúdio de ilustração Turadinhas.com. Seus trabalhos sempre envolvem a comunicação, a arte e a cultura.
www.dianemazzoni.blogspot.com
dianemazzoni@gmail.com
Begê (Bruno Grossi – Minas Gerais, 1979) trabalha com ilustração, literatura,cultura e arte. Desenvolve ilustrações e tirinhas para o Turadinhas.com, também ilustra livros infantis, cartilhas, histórias em quadrinhos e tudo o que vê pela frente.
www.begeilustrador.blogspot.com
begeilustrador@yahoo.com.br

Diane responde
1- Diane, você como roteirista, como é o processo de construção de um livro infantil em cima de um texto pronto que o autor te envia?
É um trabalho que a gente tem que usar e abusar da imaginação. Eu normalmente leio e releio os textos tentando sentir mesmo em que parte melhor se encaixa a ilustração, em que parte a ilustração pode ajudar mais a criança a compreender a mensagem e em que ponto o texto pode ganhar mais vida e fantasia com a ilustração...
2- E na criação de tirinhas como você desenvolve o tema. De de onde vêm as ideias para produzir?
As ideias para as tirinhas surgem mais do nosso dia-a-dia mesmo. Muitas coisas que acontecem na nossa vida, se você for parar para pensar são cômicas, trágicas, passamos muitos apertos por aí, não é? É só tentar pensar nessas situações com uma dose de humor que dá para fazer umas piadinhas a partir daí. Muitas ideias vêem também de acontecimentos políticos, econômicos e de notícias do que acontece no Brasil e no mundo.
3- Como escritora, de onde você tira esta sensibilidade de se comunicar com o mundo infantil através de seus poemas e textos?
Não sei, mas acho que me mantive um pouco criança até hoje. Dizem que isso é bom... Gosto muito de crianças, da espontaneidade e criatividade delas. Tento entrar nesse mundo, tento me divertir ...
4- Hoje você trabalha com ilustração e cultura. Como é trabalhar com essas duas áreas ecomo você desenvolve estes trabalhos?
Pessoalmente são áreas que gosto muito... Trabalhar com arte e cultura parece que alimenta a alma, deixa a gente mais feliz, de certa forma. Afinal, estamos lidando com coisas belas, com a estética... Acho que sempre que estamos trabalhando com ilustração, estamos contribuindo culturalmente, pois é algo que diverte, faz refletir, instiga a imaginação. Um dos últimos trabalhos que realizamos, por exemplo, foi a ilustração de uma cartilha sobre Folia de Reis, voltada para o público infantil, com o objetivo de aproximar mais as crianças dessa tradição regional tão rica.

Bruno responde
1- Bruno, como você acabou entrando nesse mundo da ilustração, se profissionalizando nesse mercado?
Comecei brincando, desde criança já desenhava os personagens de desenho animado da época nas capas dos meus cadernos e até fazia umas revistinhas em quadrinhos e vendia hehehe. Depois disso, nunca mais parei de rabiscar, estava sempre com um caderninho na mochila.
A oportunidade de me envolver mais com a ilustração surgiu em 2005 quando dei início aos primeiros traços do Turadinhas.com. Logo depois, em 2006, montamos uma empresa e tivemos força para trabalhar e viver de ilustração.
2. O que vocês ilustradores estão fazendo para se fortalecerem como profissionais?
A ilustração hoje ainda não é considerada profissão, este é um dos tópicos que mais abordamos em rodas de conversas, em grupos de e-mail e associações. A preocupação maior é a de se profissionalizar, ter respeito e direitos de um trabalhador comum, com oportunidade de carteira assinada, aposentadoria, etc.
Eu, além de desenhista, sou um grande pesquisador e divulgador desta área. Criei o PORTAL DO ILUSTRADOR que possibilita que ilustradores de todo o Brasil se conheçam e troquem “figurinhas” sobre ilustração, dificuldades e experiências e divulguem seus trabalhos.
Já estamos bem próximos do milésimo usuário cadastrado.
Imagine uma união de mais de 1.000 ilustradores. Um local em que todos podem aprender, negociar novos trabalhos e crescer profissionalmente. Além de ser uma vitrine para empresas e editoras contratarem os serviços de cada um.
3. O que mais te inspira e o que mais te motiva como ilustrador?
Como surgem as ideias para as ilustrações e como é o seu processo criativo para desenvolvimento das ilustrações de um livro infantil?
O que me inspira é entrar neste mundo mágico. É dar vida ao texto. Como sempre digo “Ilustrar é sonhar com as mãos”. Podemos fazer o que quisermos, é só colocar no papel, isto é incrível!
Quando sou contratado, eles enviam o texto, a roteirista examina e já especifica as ideias para as cenas, assim, ela me passa e eu ilustro, seguindo o roteiro para ficar o mais próximo possível da ideia do livro. Quando pego um texto corrido, na medida em que leio já vou criando os personagens, cores e imagens na cabeça. É uma viagem completa e eu amo isso.
4. Até onde você quer chegar com seu lápis?
Quais são seus próximos passos e planos para o futuro?
Quero ser um ótimo profissional. Ter o meu traço e a minha linha de criação própria. Desejo ser lembrado pelos meus desenhos como muitos ilustradores e cartunistas são. Tenho o Turadinhas para me ajudar a realizar este sonho. Fazer tirinhas e cartuns para alegrar a todos que as lêem. Fazer ilustrações personalizadas para os clientes ficarem super felizes e contentes com o trabalho. Afinal, a vida é uma diversão, não é mesmo? Nada melhor do que trabalhar se divertindo!
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Solidariedade
Obrigada!
Um beijo,
Regina Sormani
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Pè de Meia Literário 15
Vá lá: 2011 já caminha a todo vapor e, penso, não cabem mais as formalidades das felicitações da chegança do ano novo. Mas... passei boa parte do mês de dezembro calculando e escrevendo e refinando textos e emoções para enviá-los a pessoas do meu relacionamento, as quais prezo. Esqueci de pensar felicitações para mim. Coisas da vida. Razão pela qual peço licença aos meus eventuais leitores destas esparsas linhas para pensar alguma coisa nesse sentido.
Em 2011 me desejo ler muito. Ler de tudo, de receita de bolo dietético a bilhetes de filhos, de resenhas de livros a textos dos meus chegados em seus blogs, sites e similares, de poemas a biografias, de respostas formais ou informais das editoras aos meus emails e textos a contratos de livros novos, de editoriais de jornais a matérias de suplementos infantis, de livros novos dos amigos e colegas a sucessos do Jabuti e outros bichos mais, de textos sobre leitura a resoluções dos conselhos nacionais, sejam eles de educação, de cultura, de meio ambiente, de reportagens sobre a corrupção deslavada de nossos políticos a sentenças judiciais que procurem colocar mais decência em nosso comportamento.
Em 2011 me desejo reler alguns livros. Poucos, pois o tempo haverá de ser dividido com outras coisas boas, mas desejo criar brechas necessárias para reler A Casa dos Espíritos, Confesso que Vivi, Cem anos de Solidão, Pedagogia da Autonomia, Ética para Meu Filho, O Príncipe, Cândido, Melhores Poemas do Manuel Bandeira, entre outros.
Em 2011 me desejo escrever mais. Não tanto, como me desejou o amigo Pedro Bandeira, mas um pouco mais do que consegui nos anos anteriores. Idéias, propostas e desejos não faltam.
Em 2011 me desejo aprofundar algumas reflexões sobre algumas poucas coisas (sobre as outras, canto com o Zeca Pagodinho: deixa a vida me levar). Entre elas, o tal politicamente correto na literatura, as cláusulas contratuais dos contratos que assinamos profissionalmente com as editoras e a importância da ética em nossa sociedade.
Em 2011 me desejo ler (ou reler) algo mais da obra lobatiana, coisa que não fiz na infância e juventude interioranas pobres recursos e de livros. E entender se o que ele fez em Emília no País da Gramática se enquadra na categoria de obra literária ou obra didática.
Em 2011 me desejo um esforço para reunir todos os textos que já escrevi sobre leitura, leitura da literatura na escola, formação de educadores leitores, comportamento leitor e caminhos para incentivo aos programas de formação de leitores e encontrar um santo predestinado que tenha interesse em publicá-los numa coletânea. Publicados aqui e ali, distribuídos aqui, ali e acolá, em seminários, palestras, workshops e debates, sempre com razoável aceitação, me desejo a ousadia de publicá-los para mais gente ler e pensar e discutir questões que dizem respeito a todos nós militantes da arte de ler e escrever.
Em 2011 me desejo falar mais para plateias que queiram ouvir sobre literatura, leitura e sobre programas de incentivo à leitura. Falar e ouvir de volta o que verdadeiramente rola nos bastidores, longe das estatísticas hipócritas de órgãos públicos. Falar e tentar convencer meus ouvintes de que ler é um santo remédio e que em doses certas pode curar males da ignorância, do mau humor, da impaciência, da intolerância, da vista curta, dos amores mal resolvidos, etc.
Em 2011 me desejo ser menos ranzinza, sem perder o senso crítico, já que este passei outros tantos anos de minha vida procurando construí-lo. Nessa caminhada espero descobrir porque passamos boa parte da vida dizendo que é necessário construir o homem autônomo e crítico, mas raramente aceitamos críticas.
Em 2011 me desejo rir mais. Rir de mim e das nossas muitas contradições e dos nossos muitos comportamentos ridículos.
Em 2011 me desejo mais paciência e tolerância para aprender a lidar com a velhice. Nada dessa burocracia consumista de “melhor idade”, mas a compreensão desta etapa complexa e inexorável da vida.
Em 2011 me desejo continuar botando em prática um slogan que sempre me propus seguir – e tentei passá-los aos meus filhos: é gostoso gostar das pessoas.
Enfim, atrasado, eis aí a minha carta de intenções para este ano, já nem tanto, novo. E que estas sejam minhas intenções para a melhoria do meu pé de meia, literário ou não.
Que venha 2011.
Edson Gabriel Garcia
Educador e Escritor
QUINTAS - 42
RAPUNZEL FOI AO CINEMA
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
PÁGINA DO ILUSTRADOR - 15 - MONIKA PAPESCU
Nesta edição apresentamos Monika Papescu
Monika nasceu em São Paulo numa família de artistas. Formou-se em Comunicação Visual e seguiu para Londres onde estudou Graphic Design e Multi Media pelo Westminster Institute e Ilustração pelo Chelsea College of Art. Voltou a São Paulo, formou-se em cenografia, figurino e indumentárias pelo CPT – SESC e Produção Gráfica no SENAC-SP.
Mora hoje com esposo e as filhas Rafaela e Nina em Santo Antônio da Patrulha - Rio Grande do Sul, num sitio com gata, éguas, ovelhas, carneiros, cabras, lagartos, tartarugas, codornas, galinhas e segundo suas palavras "nem sei mais quem".
Escreveu e ilustrou vários livros; outros mais ilustrou; fez ainda capas de revistas.
Desenvolve pequenas animações e faz bonecos para contar histórias.
Participa de feiras de livros, festivais de contadores e projetos de leitura no Rio Grande do Sul e em São Paulo. Desenvolve projetos de incentivo à leitura em municípios do interior como o "Semear em Glorinha" em Glorinha - RS e "Arquipélago - de Atlantis e Açores" na APAE de Santo Antonio da Patrulha - RS.
Recebeu o prêmio de melhor figurino de teatro amador com o espetáculo “O Flato ou a Comédia da Vida Privada” 1999 e melhor animação pelo Prêmio Gaúcho de Arte Eletrônica 2008.

"Como diz o Papescão, meu pai, “o que é fácil não tem graça”. É por isso que sou uma eterna estudante e fuçadora de novidades seja de técnicas, materiais, equipamentos ou o que for.
Gosto de estar sempre renovando e surpreendendo a mim mesma. Assim como nunca percebemos nosso próprio sotaque, eu demorei a perceber meu estilo. Hoje fico muito feliz quando as pessoas reconhecem meu trabalho no meio de tantos outros.
Nas minhas ilustrações eu uso e abuso da cor, dos contrastes, das complementares, das texturas que fazem as imagens saltarem. Ilustração tem vida própria, resta a nós criá-las (sem pretensões divinas).
Eu trabalho com ilustração em várias linguagens e dimensões; ilustrações no papel, cenários, bonecos e um pouco de animação. E tem dado certo pois recebi o prêmio “artistas gaúchos 2009” de melhor animação e sou finalista no “prêmio artistas gaúchos” para melhor ilustrador.
Neste trabalho para os “áudio-livros” eu me preocupei com a textura pois o público destas obras são pessoas de baixa ou nenhuma visão. Apesar das capas dos CDs não terem textura, isso me serviu como ponto de partida para criar e a idéia é expor todo o processo de estudos e desenvolvimento nos encontros da narradora com o público alvo em centros e institutos especializados.
A primeira ilustração foi feita em linogravura. A imagem de um rosto andrógeno e o mundo inserido na história sai ou entra pelos ouvidos que são os olhos dessas pessoas."


O passo seguinte foi apurar o entendimento da imagem, mudei então para o papel cortado.


E por fim apliquei as cores.




Para cada projeto eu gosto de conhecer o autor, conversar, saber das preferências e, antes de aceitar o trabalho, penso muito para saber se eu me encaixo no perfil do livro e do autor. Aprendi que não posso aceitar um trabalho e passar pelo sufoco de desenvolver vários estudos, rascunhos, ilustrações e nunca agradar ao autor ou à editora pois no final todos sairão frustrados e um livro é para a vida toda.
Convido a todos para uma nem tão breve visita ao meu site, para conhecer meus outros trabalhos e peço que façam seus comentários, pois é bom saber o que as pessoas da mesma área têm a dizer.
Tudo de bom.
Papescusss"
Escreveu:
- “Acorda o Sol, Don Aderbal”, editora Autêntica, 2010
Escreveu e ilustrou:
- “Peixinhos”, editora Formato 2008
- “1, 2, 3 da Bicharada”, editora Studio Nobel, 2002
- “A B C da Bicharada”, 2ª edição, editora Studio Nobel, 1999
- “O rapto das Flores Cantantes”, editora Paulinas, 1997 (esgotado)
- “O Crocodilo Gigante e a Mosca que não era dessa história”, o Estadinho, 1996 - SP
- “À procura da Máscara”, editora Loyola, 1994
Ilustrou:
- “as meninas da janela”, de Jonara Nifa, 2010
- “Outras fábulas”, coleção do projeto Livro Livre, texto de Cristina Marques 2010
- “Áudiolivros: a cultura da inclusão” narração de obras literárias por Letícia Schwartz (capas dos encartes dos cds) 2010
- “jogos de inventar, cantar e dançar, texto de Viviane Juguero, ed. Livreto 2010
Capas dos cadernos do Cilégio Objetivo (2009):
- “Minicontado”, texto de Ana Melo, 2009 (capa) 2009
- “Viver e aprender português de 1º ao 5º ano” editora Saraiva, 2007 (didático)
- “A Menina que descobriu a Noite”, editora Ícone, 2001: texto de Pámela Duncan
- “A velhinha que mudou o tempo”, editora Paulinas, 1996: texto de Juciara Rodrigues
- “Português Palavra e Arte”, editora Atual, 1996 (didático)
- Capas de revistas “O Hebreu”e “Beit Chabad”, 1996 – SP
www.monikapapescu.com
Contatos:
E-mail:monika@monikapapescu.com
Telefone: 51-8222-5774
ILUSTRADOR
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Mande mensagem para contato@danilomarques.com.br