Mudanças
Depois de muitos anos como ilustradora na tv, passando por livros infantis e colaborações na área editorial, mudanças na vida pessoal e profissional me levaram a trilhar outros caminhos. Os computadores começaram a entrar também nos departamentos de arte das emissoras de tv, e, rapidamente se tornaram imprescindíveis na produção, transformando tudo e todos. Aos poucos fui aprendendo a trabalhar com programas gráficos, a desenhar e a pintar, a fazer pequenas animações e fiquei tão entusiasmada com os novos recursos, que acabei guardando minha maleta de tintas, acreditando sinceramente, que, a partir daquele momento já não teria mais serventia. O tempo passou, aprendi a fazer muita coisa nos computadores, mas com a rotina senti um certo vazio. Percebi que só tecnologia não tinha graça, faltava alguma coisa mais. Foi então que retomei a pintura convencional, que eu havia abandonado. Vasculhei novamente os meus guardados à procura da minha velha maleta de pintura, e desandei a freqüentar cursos de arte, mas dessa vez de arte contemporânea. E, progressivamente, fui tomando consciência da importância de aliar tecnologia e arte, já que ambas se complementavam. Retomei a pintura em tela, mais especificamente a pintura acrílica. E jamais abandonei os computadores.
Mas alguém poderia me perguntar: - E o que isso tem a ver com a ilustração de livros infantis? E eu diria: - Tudo. Desenhar, pintar, ilustrar para crianças, jovens ou adultos, trabalhar com computadores, fotografar, tudo isso caminha junto e eu não gostaria de abrir mão de nenhuma dessas possibilidades. Gosto da liberdade de rabiscar e manchar ao acaso uma tela ou um papel branco, e, descompromissadamente, seguir os indícios de uma imagem se formando, perseguir uma forma, uma figura, uma situação, e, de repente, me surpreender com o resultado. Sem querer dominar o processo, sem tentar conduzir, deixando apenas a coisa fluir livremente. Exercer a função do artista, ser o instrumento para que a imagem se torne presente, venha à luz, se materialize. E depois sentar-me à frente de um computador, e se me parecer interessante, interferir nessa imagem com algum efeito ou recurso digital. Ou então fotografar uma cena de rua, de pessoas em diferentes situações, depois plotar e entrar com a pintura em si. Por que não?
Ainda bem que os tempos são outros e hoje todas essas misturas não só são permitidas, como também são muito bem recebidas.
No entanto, quando tenho um texto para ilustrar, sei que não posso perder o foco e sair desenhando e pintando aleatoriamente, apostando inteiramente no acaso, exclusivamente entregue aos meus impulsos criativos e à expressão. Nesse momento, sei a importância que minha sensibilidade adquire, no sentido de trabalhar e encontrar, efetivamente, a harmonia entre palavra e imagem.
Capa do livro O Macaco e o Confeito, de Edy Lima - Melhoramentos
Capa do livro O Sapo Batista, de Vanessa Kalil – Melhoramentos
SEGUE
Ilustração 3 - do livro O Sapo Batista
Abaixo imagens pinturas recentes
Título: Fila do Benefício Técnica: acrílica sobre tela
SEGUE
Título: Homem ou animal ? Técnica: acrílica sobre tela
SEGUE
Título: Non Sense
Técnica: acrílica sobre tela
Título: Rato rosa entre outras figuras
Técnica: acrílica sobre tela
Título: O Rei da Cocada Técnica: acrílica sobre MDF
FIM
Para conhecer mais o trabalho da Macé visite: http://macemarinho.blogspot.com/
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