segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
Cartão de Natal e Renatal
Meu cartão de Natal
Beira o ridículo.
Como pode, a esta altura da vida,
Não estar na intimidade do "Face"
Nem no glamour do Instagram?
Como pode, nestes tempos hiper-pós -modernos,
Não ser acessado dia e noite,
sobreviver entre fronteiras,
ficar fora do GPS,
e não ter conta no ig, no gmail, tampouco
no tim?
Meu cartão de Natal
Parece piada.
Como pode, cá entre nós,
Não ter identidade, não disputar espaço na tevê aberta,
ignorar a tevê fechada.
Não ter plano de saúde,
Desviar-se dos tablets e dos smartphones
E não anunciar na Globo?
Meu cartão de Natal
é reles e mixuruca.
Onde se viu
Não ter banda larga, nem plataforma?
Meu cartão de Natal
É simplório demais
Nestes tempos de crucificações hightech.
Apenas disponibiliza
Para quem quiser fazer uso
Da mensagem virtual e virtuosa:
Sejamos mais humanos!
Sejamos mais felizes!
Edson Gabriel Garcia
Escritor e Educador
..............................................................
Renatal
Pinheiros acendem o céu
do sonho dessas crianças
que só conhecem juazeiro
e a esperança tropical
de um Natal sem desespero.
Neve forra a alma sulina
da menina
que sabe do credi-Noel
e embora nada acredite
dependura sua meia
ano por ano, fiel.
Um Natal sem fantasia
nem Europa nem Brasil
mais perto que Polo Norte
mais distante que Inhapim
desenrola em dezembro
um fio dentro de mim.
Novelo do dia-a-dia
puxo a meada e encontro
entremeada alegria.
Estendo a vida. Aliso
a dor. Sirvo
o amor.
Renatalizo.
Angela Leite de Souza
Escritora e ilustradora
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
Notícias da Fliporto 2013
FLIPORTO 2013
Por Nilza Azzi
O livro, a leitura e o encontro com os autores foram apenas alguns dos atrativos disponíveis para o público presente. Fizeram parte da programação: E-PORTO PARTY, CINEFLIPORTO, ECOFLIPORTO, CONGRESSO LITERÁRIO, FLIPORTO CORDEL, FLIPORTO GASTRONOMIA, FLIPORTO CRIANÇA E FLIPORTO NOVA GERAÇÃO.
Fizeram-se representar na FLIPORTO 2013: UBE, ACADEMIA PERNAMBUCANA DE LETRAS, REDELLLOLINDA, CAMINHÃO EDUCAÇÃO COM ENERGIA, OFICINA: E-BOOK – O LIVRO ALÉM DA MÍDIA, STAND SESI E LUBIENSKA.
Para nós, da AEILIJ, o foco principal esteve na FLIPORTO CRIANÇA e na FLIPORTO NOVA GERAÇÃO. E as crianças, acompanhadas de familiares e de monitores, prestigiaram escritores e ilustradores presentes, fizeram a beleza e a alegria da festa. Demonstravam visível interesse e envolvimento, expressavam entusiasmo. O cenário da FLIPORTO é bucólico, natural, e promove a calma, a fruição. Porém havia muita gente e, ainda assim, nada perturbou o brilho e o encanto da festa. Foi um enorme prazer conhecer pessoalmente Antonio Nunes e Cláudia cordeiro da FLIPORTO. Da mesma forma foi em relação à Celina Portocarrero, Stella Maris Rezende, Sandra Ronca, Severino Rodrigues, Fábio Calamy e membros de sua equipe. Meu encontro com Anna Cláudia Ramos foi mediadora no Papo com o Autor de Ana Maria Machado e com Alessandra Roscoe foi muito rápido e não tenho fotos. Nem por isso esqueci-me da simpatia que transmitem e conhecê-las foi gratificante.
Resultado do trabalho de quase um ano, com os últimos meses de atividade intensa, a Fliporto conta com uma equipe de profissionais contratados e trabalho de voluntários. Esse povo sabe fazer a FESTA! Parabéns a todos, especialmente àqueles que abrilhantaram a grande festa dos pequenos.
Durante a FLIPORTO, autores e ilustradores visitaram a CLILO, casa idealizada por Antonio Nunes, cujo projeto é incentivar a leitura. Minha estada foi mais longa, assim, fiz minha visita alguns dias depois. Foi uma experiência única, repleta de magia devida ao escopo do trabalho realizado (a equipe conta com uma bibliotecária especialista em literatura infanto-juvenil, uma educadora com formação em educação especial (Braille) e outra em Libras), ao encanto do ambiente, bem como à postura e acolhida das crianças e da equipe – Betania Duarte, Hellene Notare, Emília do Amaral e Ricardo Cícero. Na hora do lanche comunitário honraram-me ao solicitar que fizesse o agradecimento e me surpreenderam com uma tapioca (porque confessei que gosto demais)!
O link remete para a GALERIA da FLIPORTO onde há mais flashes da FLIPORTO CRIANÇA, cujo curador é Antonio Nunes (Tonton).
http://fliporto.net/2013/na-galeria-fliporto-crianca/
Fotos do evento
2) Antonio Nunes com Maria Soares (contadora de histórias) e o livro dele, vencedor do Prêmio Elita Ferreira da APL.
3) Nilza Azzi no Papo com o Autor
4) Severino Rodrigues e mediadores na Fliporto Nova Geração
5) Simone Pedersen no Papo com o Autor
sábado, 16 de novembro de 2013
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
Um livro do qual gostei muito
VAMPIROLA e VAMPIRECA, VAMPS LEVADAS DA BRECA
Que prazer ler "Vampirola e Vampireca" de Regina Sormani!
A história das gêmeas, "ovelhas brancas", é encantadora.
Divertidas, charmosas, simpáticas, as vampirinhas vão vivendo a vida de maneira bem diferente do resto dos vampiros, chocando toda a comunidade.
A mãe, muito preocupada, sente que as meninas precisam de ajuda profissional.
Levadas a um grande especialista, Vampirola e Vampireca...
surpreendem!
E mais não conto, para não tirar o sabor da leitura desta história cativante.
As ilustrações de Cris Eich tornam o livro ainda mais atraente. Publicado pela Editora Dedo de Prosa.
Abraços a todos,
Alina Perlman
Alina é escritora associada da regional paulista da AEILIJ.
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
Técnicas de Ilustração nº 10
Juliana Bumbeer é ilustradora associada da AEILIJ regional do Paraná. Agradeço a participação.
Grande abraço,
Regina Sormani
A primeira ilustração é de uma personagem que criei pra um livro que espera a oportunidade de ser editado.
Técnica: Pintura.
Material: Tinta aquarela e nanquim preto sobre papel
A segunda, para uma linha mais juvenil. É de uma personagem que vive entrando para compor as minhas poesias.
Técnica: desenho e colagem, com tratamento de imagem.
Procedimento: primeiro são desenhados em papel os elementos separadamente. Depois, colados para fazer parte da composição. Por fim, é feito um tratamento de imagem no computador.
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
Pé de Meia Literário
PÉ DE MEIA LITERÁRIO
A dupla formação do
educador: leitor e mediador
Há muitas relações
entre a escola e a leitura e a literatura. Qualquer análise breve dessa relação
será sempre uma análise parcial e incompleta, tantos são os aspectos aí
presentes. Um desses aspectos é a presença do educador como mediador de
leitura, atuação obrigatória por força
do currículo escolar. Sem aprofundar a discussão do que seja e como se
constitui o currículo escolar, cabe lembrar que a escola é o “lócus” por
excelência onde a aprendizagem da leitura, em toda sua amplitude, dar-se-á. Não
é por outra razão que a escola está sempre na berlinda, para o bem e para o
mal, quando falamos e tratamos da leitura e, mais especificamente, da leitura
da literatura. Ousaria afirmar que, na atual conjuntura do país, a escola, com
todos os erros e acertos, é, sem dúvida, a única instituição em que a leitura
se dá por força de sua vocação e da obrigatoriedade curricular. Se isso é bom
ou ruim, se está bem ou mal, a história é outra.
Por conta disso,
vale uma conversinha sobre a presença do educador nessa história. E a conversa começa com a afirmação de que a
sua estrada, no sentido de ensinar os alunos e alunas a leitura e o gosto pela
leitura, tem mão dupla: ao mesmo tempo em que vai se desenvolvendo como leitor,
aprende e repassa o que aprendeu na formação de outros leitores. De um lado
caminha o leitor e do outro lado caminha o mediador. Aprendendo a ler, o
educador vai se fazendo leitor; descobrindo os caminhos da mediação, vai se
fazendo um mediador. Um determinando o outro.
Como leitor, o
educador vai acumulando experiência de saborear textos, de encontrar saberes
guardados, de lidar com o desejo e com a escolha. Sobretudo, o educador vai se
fazendo leitor descobrindo o convite ao prazer da aprendizagem que todo texto
faz, desenvolvendo comportamentos de leitor: ver, vasculhar, procurar,
escolher, sentir, projetar planos de leitura, tecer a sua história de leitura,
ler, rascunhar ideias, comparar, anotar, gostar, fazer sentidos, guardar
saberes, acumular sentidos da paixão, etc.
Como mediador, o
educador vai encontrando caminhos, formas e jeitos de se colocar entre o leitor
aprendiz e o texto. Primeiro, bem perto, bem próximo, quase no meio, entre o
leitor e o texto, de forma a sentir a respiração do aprendiz em seus contatos
com o texto. Depois, ligeiramente mais distante, mas ainda quase ao lado,
ouvindo o compasso dos olhos do leitor aprendiz. Finalmente, distante, ausente,
mas ainda próximo, acompanha a precisão do tato na escolha feita pelo leitor,
agora mais do que um aprendiz, do próprio caminho no diálogo com o texto. E vai
desenvolvendo comportamentos de mediador: criar a presença ausente, desenvolver
o olhar de apoio, querer projetar planos
de ação, pensar a leitura no coletivo da escola, lidar com escolhas e
indicações, naquilo que elas têm de ações fluidas, participar de outros
projetos, ser um sujeito ativo da escolha do seu jeito de trabalho e do acervo
de trabalho.
Em ambas as vias da
estrada de mão dupla, escolher o livro e o acervo, seja da sua história como
leitor, seja da sua história como mediador, é determinante. Impossível pensar a
escola, o leitor e o mediador sem pensar sua atuação como personagem que pensa
o seu método de trabalho e o objeto do seu trabalho e prazer.
Na vida é assim: a
gente aprende e ensina. Aprende com quem já sabe um pouco e ensina quem sabe
outro pouco. Aprende com o colega educador do lado, com o recado no mural, com
a página marcada do texto lido antes por alguém, aprende com o jogo de olhares
dos aprendizes. E aprende consigo próprio. Além de aprender, o educador, leitor
e mediador, ensina quem sabe pouco e
quem sabe muito. Sabendo pouco ou muito, sempre há espaço para aprender com
alguém por perto. Quem ainda não percebeu essa condição da vida, precisa pensar
sobre isso. Quem acha que sabe tudo, sabe pouco. Quem acha que sabe pouco, está
pronto para aprender muito. E vai descobrindo, aprendendo, prestando atenção,
ensinando, tomando cuidado. De repente, pensa que está aprendendo, mas está mesmo
é ensinando. E quando pensa que está ensinando, ah! está mesmo é aprendendo.
Aprender e ensinar.
Ser leitor e mediador ao mesmo tempo solicita ao educador carinho pelo texto,
olhar de curiosidade, persistência e paciência na acomodação constante dos novos
sentidos. Solicita ouvidos atentos para a diversidade e pluralidade e demanda
amorosidade na dose certa para acompanhar perguntas, dúvidas e indecisões.
Para encerrar esse
dedo de prosa, fica um mote para você refletir, na esteira do pensamento pra lá
de conhecido de Guimarães Rosa, que escreveu e disse, por entre sertões e
veredas “mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende”:
educador mesmo é aquele que se faz leitor e se dispõe à mediação.
EDSON GABRIEL GARCIA
(educador, escritor
e leitor nas muitas horas quase sempre vagas)
domingo, 20 de outubro de 2013
Homenagem ao Dia Nacional dos Poetas - 20 de outubro
Trovas com a palavra BELEZA
Grupo Trovadores.com
Toda a beleza do mundo
Está num sorriso teu.
Tudo muda em um segundo
Quando me lembro que és meu.
Laura Bergallo
Quem desistiu de sonhar
Fecha os olhos à beleza
Que só se pode encontrar
No reino da natureza.
Marco Haurélio
De bondinho sobre os arcos
eu vim por Santa Teresa.
Lá em cima o Corcovado.....
essa vista é uma beleza!
Fabia Terni
Que brilho, essa chama acesa,
nos olhos de uma criança
que se encanta na surpresa
... e a beleza em tudo alcança!
Nilza Azzi
Enche os olhos, a externa.
A interna, o coração.
Beleza, questão eterna
entre a alma e a razão.
Angela Leite de Souza
O céu, ao entardecer...
É a noite. que vem chegando.
Fico olhando acontecer...
A beleza apreciando.
Não canso de admirar
Do teu rosto a beleza.
Esse jeito de olhar
Me encanta,com certeza.
Maria Bergallo
A beleza dessas flores,
da primavera florida,
Me recorda dos amores,
que, feliz, tive na vida.
Nilza Sormani
terça-feira, 15 de outubro de 2013
15 de outubro - Dia do Professor
Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho.
A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda.
Paulo Freire
sábado, 12 de outubro de 2013
Canto & Encanto da Poesia
Feliz Dia da Criança!!!!!
O palhaço, o que é?
O palhaço tem que ser malabarista!
Antes de tudo, artista.
Sambista.
Equilibrista.
Mesmo chorando, ele é engraçado!
Sempre assustado!
Festejado.
O palhaço, o querido faroleiro
É o rei do picadeiro!
Violeiro.
Sanfoneiro.
De verdade, ele é um trapalhão.
Marmanjão.
Palhação.
Autoria de Regina Sormani do livro POESIAS A GRANEL de Regina Sormani e Marciano Vasques. Ilustrações de Gilberto Marchi.
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
Pé de Meia Literário
SOBRE MEDIAÇÕES
No breve espaço de tempo de sua leitura, tratarei de ocupá-la
com a discussão de alguns aspectos de um conceito muito em trânsito entre
nós: reflexões sobre as questões da leitura e sua fluência e a
formação de leitores. A mediação de que aqui tratarei, de forma
rápida, pode ser definida como o ato de se colocar no meio, entre pessoas,
abrindo espaço para o entendimento e o diálogo. Embora ultimamente bastante
difundida na esfera jurídica, como o espaço para a solução de conflitos, a
mediação é muito mais amplo do que esta forma reducionista que vem ganhando
espaços e corações em tantas instâncias. A mediação a que nos referimos é
abrangente e pressupõe o diálogo como o cerne de sua definição.
Penso que é possível afirmar que desde sempre a humanidade se
“humanizou” conversando, trocando ideias e experiências, narrando,
contando, falando um para os outros, ouvindo. A conhecida dependência que os
humanos têm dos seus familiares para sobreviver nas duas primeiras décadas de
vida guarda em si uma dualidade contraditória: dependemos dos outros – e talvez
não gostemos disso - mas, fazendo dessa dependência uma experiência prazerosa
de convivência. Nesse sentido, desde o distante narrador à beira da fogueira
até moderno terapeuta, das lições de aprendizagens às transmissões de
conhecimento, essa convivência expõe nossa necessidade de mediarmos e sermos
mediados, tomando a língua, escrita ou falada, como instrumento fundamental
desse processo. A única diferença, dos tempos ancestrais aos dias de hoje,
talvez seja a diversidade das mediações. Se antes, o mais velho do grupo era
praticamente o único responsável pela ação objetiva e cultural da mediação, hoje,
há uma diversidade muito grande de mediações, mediações ocorridas em múltiplas
instâncias e em diversas situações. Somos mediados e mediadores em tempo
pleno.
No campo das questões ligadas à leitura, à leitura da literatura e à
formação de leitores, falamos de uma mediação que pressupõe leitores e livros,
e uma situação de aprendizagem do gosto pela leitura. Essa situação, à moda
vygotskyniana, implica em leitores mais maduros e autônomos que se colocam
entre o livro e os leitores em desenvolvimento e os “mediam” para dar o salto
qualitativo. Simples assim: quem já caminhou um pouco e passou pelo caminho
estende a mão e apoia o menos experiente para o passo de avanço, da qualidade,
na busca do que está mais alto, mais à frente. A mediação é a ponte que se
constrói entre um e outro; é o meio, que por estar no meio, se apresenta como
elo entre uma e outra ponta. Assim, a mediação e os mediadores se apresentam de
muitas formas e em várias situações: as mediações familiares, as mediações
institucionais, as mediações escolares, as mediações feitas pelos veículos de
comunicação social (jornal, televisão, redes sociais, etc), entre outras. Em
outra oportunidade, em outro texto, tratarei dessa matéria.
Uma mediação, de cuja natureza faz parte a aprendizagem, sempre
implicará um espaço de relação entre pessoas, que ensinam, que
ajudam, que mostram, que oferecem, que abrem e ampliam visões, que
sugerem... No entanto, há que se registrar que o limite entre “mediar” e “fazer
por” é tênue, delicado, quase sempre tentado a ser rompido. Sem dúvida, na
maioria das vezes, é mais fácil e mais rápido e menos aborrecedor, fazer pelo
outro, fazer no lugar do outro.
Tomemos como exemplo de nossa breve investigação, o caso das mediações
escolares. E dentro deste recorte atentemos especificamente para a questão do
sujeito leitor, e um dos aspectos do comportamento leitor, que é a
seleção de livros. Por razões que todos nós conhecemos, pelo menos a maioria
das razões, o espaço escolar é por excelência o espaço do diálogo, o
espaço do encontro entre pessoas, o espaço da aprendizagem, o espaço do
trânsito do conhecimento, enfim, o espaço das mediações. Pois bem,
essa condição elevou o espaço escolar como o espaço onde as mediações entre o
leitor e o livro devem acontecer com freqüência, com qualidade, com intensidade
e com propriedade. Em decorrência disso, a burocracia estatal, plena de boas
intenções, chamou para si a responsabilidade de selecionar, comprar e
distribuir acervos para milhares de escolas públicas brasileiras.
(Não vou particularizar agora a discussão sobre este tipo de atuação da esfera
pública e os desvios que vêm causando na produção e publicação de livros, pois
isso merece uma discussão mais ampla). Ao fazer essa compra (milionária) de
livros para montar acervos para as escolas, bem intencionados politicamente, os
burocratas da educação cometem um erro fundamental, caro a qualquer processo de
mediação da leitura: se colocam no lugar do sujeito e fazem por ele a seleção
do acervo.
Os educadores responsáveis pela mediação da leitura na escola são
descartados da primeira etapa do processo de mediação: escolher o seu material
de trabalho. Se um dos pressupostos de toda mediação é o salto de qualidade e a
autonomia, como pode um educador crescer como sujeito pedagógico dentro de um
processo de mediação se é alijado de parte substantiva de sua formação? Essa
postura colonialista impede que educadores, errando e acertando, construam sua
autonomia como educador/ selecionador de textos para o seu trabalho, e nesta
trajetória vivam etapas fundamentais de sua formação como sujeito leitor e
formador de leitores. Receber acervos prontos e pré-selecionados significa a
mesma coisa que dizer que ele não tem capacidade para escolher o material de
trabalho. Como escreveu, e defendeu o filósofo da educação Paulo
Freire, o educador deve ser sujeito do seu projeto pedagógico e esta
subjetividade passa certamente pela escolha do seu material de trabalho. Que
tipo de mediação ele vivenciará com os seus alunos, futuros leitores autônomos,
se não teve o direito de escolher os livros de acordo com o seu
projeto pedagógico, com o seu interesse, com o contexto de sua realidade
escolar? Tenderá a reproduzir o mesmo comportamento, confundindo mediação com o
processo mais fácil que é o de se colocar no lugar do outro e escolher para
ele?
Inúmeras são as razões que sustentam esse processo centralizado de
seleção, compra e distribuição de acervos para escolas públicas, mas certamente
são muitas também as razões que nos obrigam a respeitar a construção do
processo de mediação de leitura nas escolas, entendendo de uma vez por todas
que o educador deve ser respeitado como sujeito “selecionador” do seu material
de trabalho. Por mais que isto signifique tirar do processo pessoas gabaritadas
e que fazem isso (se colocar no lugar do outro e escolher por ele) há décadas,
é necessário e urgente mudar essa relação. Sob pena de falarmos de mediação sob
olhares diferentes e criticarmos as produções escolares sem lhes darmos as
condições corretas de trabalho.
Mediação é assunto amplo e multifacetado. Mas precisa ser discutido por
todos os que fazem e pensam a literatura, a leitura e a formação de novos
leitores.
EDSON GABRIEL GARCIA
Escritor e educador
domingo, 29 de setembro de 2013
Técnicas de Ilustração nº 09
Quem participa hoje da página Técnicas de Ilustração é minha querida amiga Heliana Grudzien, associada da AEILIJ do Paraná.
Parabéns e obrigada pela participação.
Um beijo,
Regina Sormani
A primeira ilustração do álbum "No Coração de Cora" de minha autoria ainda não está editada.. Técnica: PINTURA MISTA SOBRE PLACAS DE PAPELÃO CORRUGADO - de caixas de embalagens - com facas de corte.
A segunda, da Coleção Tagarela" que tem o título "A natureza das coisas... é assim, porque é assim" Saiu pela lei Rouanet em 2012. Textos de Adélia Maria Woellner. A técnica è:
PINTURA SOBRE PAPEL MARMORIZADO - este papel é obtido através de tinta óleo diluída em solvente e misturado com água, onde mergulha-se a folha de papel que será usado para a ilustração. o resto é pintura sobre este papel com betume ou qualquer outra tinta que se quiser usar.
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
Canto&Encanto da Poesia
Sobre essa
Caí sobre esta terra, um dia desses,
da abertura que Deus deixou pra mim,
nesse azul, desse céu que não tem fim,
e busquei, desde então, meus interesses.
Este chão que me acolhe fez-me assim,
criatura que a todos entendesse,
mas não sei de outro tipo como esse
que não olha pra baixo; aéreo, enfim.
É que a velha lembrança dos azuis,
a saudade dos tempos em que fui,
para além, desse espaço, na quimera,
poeira de uma estrela – se eu pudera! –
gera em mim essa eterna nostalgia
que não cedo e por nada cederia.
Nilza Azzi
Nilza Azzi é escritora, associada da regional paulista da AEILIJ.
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
Quem conta um conto...
A barca
Transborda,
Sobra pra todos os lados.
Cai, esparrama e invade,
Os cantos mais escondidos,
Miúdos, afastados.
Não cabe em mim
Sai pelos olhos,
Agarrado em meu grito.
O sentir é líquido.
Cansada, a barca parou sobre as marolas suaves sentindo a brisa salgada do mar e suspirou aliviada. A tempestade havia cessado e ela sobrevivera mais uma vez. O mar era como a vida: de repente tudo muda. O vento altera os caminhos e seu sopro conduz aos destinos por ele escolhido. Ela estava cansada de navegar sozinha por tantos mares, sem ter uma companhia para compartilhar suas emoções. O pôr do sol ainda a seduzia, mas cada vez apresentava menos cores.
Sentindo a nostalgia de um dia que nunca houve, recomeçou seu caminho deslizando suavemente pela espuma das ondas indomáveis que às vezes eram carinhosas, outras vezes, inimigas, jogando-a desconcertada para cima e para os lados, deixando-a sem rumo e obrigando-a a unir todas as forças na tentativa de resgatar o que nunca fora seu: o controle da sua jornada.
Sempre que navegava, apreciava as demais que por ela passavam, com o único interesse de observar o que os mares escondem e, às vezes, revelam sem querer. Inesperadamente, algo chamou sua atenção. A barca que surgira na linha do horizonte era diferente de todas que ela já havia visto. Algo a atraía àquela embarcação com uma força inexplicável. Bem que tentou se conter, mudar de rumo ou simplesmente parar. Mas, foi tudo em vão. Como um imenso imã, foi atraída por aquele mistério.
Aos poucos, foi aceitando que os ventos a envolvessem e a levassem naquela direção. Precisava descobrir o que lhe causava tanta inquietude. Ao aproximar-se da barca misteriosa notou que suas cores eram cintilantes e brilhavam quando tocadas pelos raios do Sol. Parecia que havia sido pintada por todas as cores do arco-íris. Ela foi tomada por uma imensa paz, como jamais sentira. E, aos poucos, foi se aproximando da outra que, ao percebê-la, parou de velejar e a esperou, emitindo sinais quando o vento agitava suas velas que soavam como o canto de uma baleia apaixonada. As suas velas batiam freneticamente. Nunca sentira nada que se igualasse à intensidade desse encontro. Sentia-se como se um peixe enorme a empurrasse para mais perto daquela barca cintilante. Precisava, desesperadamente, sentir o seu calor. Percebeu que elas se encaixavam perfeitamente, como duas peças de um intrincado quebra-cabeça.
A barca cintilante, assustou-se. Elas eram muito diferentes. A primeira era leve, navegava rapidamente por muitos mares, sozinha e sem medos. A segunda tinha uma âncora pesada, que trazia equilíbrio e lhe permitia apreciar o pôr do sol em paz. Mas a âncora também evitava que pudesse velejar rapidamente. E a velocidade da pequena barca assustava! Tentaram enxergar além de seus cascos. O mar, em respeito àquele momento raro, se acalmou por um minuto. As gaivotas sobrevoaram em total silêncio. O vento que se agitava cessou por completo quando percebeu a intensidade dos olhares.
Elas sabiam que não seria fácil velejar lado a lado. Uma teria que se acalmar e domar seus instintos selvagens, enquanto a outra teria que se desapegar da âncora e se deixar levar pela força do mar, sem medo. Acreditavam que o destino de suas jornadas seria o mesmo, se elas assim o desejassem. Que o amor que sentiam era mais forte que o imenso mar.
Aos poucos, foram se distanciando na linha do horizonte e quem as visse não mais distinguia qual era a barca cansada e qual era a barca cintilante. Haviam se tornado única, completa e realizada.
Simone Pedersen é escritora, coordenadora regional da AEILIJ paulista.
A barca é um dos contos do livro de Simone Pedersen O TANGO DA VIDA, publicado pela Paco Editorial.
Aos poucos, foi aceitando que os ventos a envolvessem e a levassem naquela direção. Precisava descobrir o que lhe causava tanta inquietude. Ao aproximar-se da barca misteriosa notou que suas cores eram cintilantes e brilhavam quando tocadas pelos raios do Sol. Parecia que havia sido pintada por todas as cores do arco-íris. Ela foi tomada por uma imensa paz, como jamais sentira. E, aos poucos, foi se aproximando da outra que, ao percebê-la, parou de velejar e a esperou, emitindo sinais quando o vento agitava suas velas que soavam como o canto de uma baleia apaixonada. As suas velas batiam freneticamente. Nunca sentira nada que se igualasse à intensidade desse encontro. Sentia-se como se um peixe enorme a empurrasse para mais perto daquela barca cintilante. Precisava, desesperadamente, sentir o seu calor. Percebeu que elas se encaixavam perfeitamente, como duas peças de um intrincado quebra-cabeça.
A barca cintilante, assustou-se. Elas eram muito diferentes. A primeira era leve, navegava rapidamente por muitos mares, sozinha e sem medos. A segunda tinha uma âncora pesada, que trazia equilíbrio e lhe permitia apreciar o pôr do sol em paz. Mas a âncora também evitava que pudesse velejar rapidamente. E a velocidade da pequena barca assustava! Tentaram enxergar além de seus cascos. O mar, em respeito àquele momento raro, se acalmou por um minuto. As gaivotas sobrevoaram em total silêncio. O vento que se agitava cessou por completo quando percebeu a intensidade dos olhares.
Elas sabiam que não seria fácil velejar lado a lado. Uma teria que se acalmar e domar seus instintos selvagens, enquanto a outra teria que se desapegar da âncora e se deixar levar pela força do mar, sem medo. Acreditavam que o destino de suas jornadas seria o mesmo, se elas assim o desejassem. Que o amor que sentiam era mais forte que o imenso mar.
Aos poucos, foram se distanciando na linha do horizonte e quem as visse não mais distinguia qual era a barca cansada e qual era a barca cintilante. Haviam se tornado única, completa e realizada.
Simone Pedersen é escritora, coordenadora regional da AEILIJ paulista.
A barca é um dos contos do livro de Simone Pedersen O TANGO DA VIDA, publicado pela Paco Editorial.
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
Técnicas de Ilustração - 08 - Ilustrador Alexandre Siqueira -
Ilustra realizada para embalagens das Balas MyToffe sabor mousse de maracujá.
Primeiro momento: realizei um layout daquilo descrito pelo cliente, logo após, comprei
literalmente o mousse de maracujá e pesquisei o comportamento, textura, ângulos entre outros detalhes,
registrando-tudo com uma máquina fotográfica Nikon D5100. Layout definido e aprovado, partimos então para
a colorização que foi feita em camadas usando dois softwares: Painter e Photoshop, no tamanho de 20x20/300dpi
Alexandre Siqueira.
quarta-feira, 7 de agosto de 2013
MURAL 38 - AGOSTO DE 2013
NÚMERO 38 - Agosto de 2013
____________________________________________
____________________________________________
NOTICIAS DE ASSOCIADOS
Colega associado, de toda parte do Pais e fora,
se tiver uma noticia para nós,
por favor nos envie para que possamos divulgar.
Jamais se sinta desprezado;
sua noticia pode não estar aqui
porque não sabemos a respeito dela,
nos ajude.
por favor nos envie para que possamos divulgar.
Jamais se sinta desprezado;
sua noticia pode não estar aqui
porque não sabemos a respeito dela,
nos ajude.
Obrigado.
____________________________________________
REGINA SORMANI
"Caros amigos!
Segue
convite para o lançamento do meu livro das vampirinhas gêmeas. Será no
sábado, dia 17 de agosto, a partir das 15,30 hs na livraria Martins
Fontes da Paulista. Haverá contação de história. Apareçam por lá. Um
abração,
Regina Sormani"
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NIREUDA LONGOBARDI
Expo Cordel na Cortez
De 19 a 24 de agosto
Horário: Segunda a sexta-feira - das 9 às 20h, sábado das 9h às 19h
Exposição de fotos, xilogravuras, livros e cordéis
Exposição de xilogravuras de Nireuda Longobardi, originais dos livros: "Mitos e lendas do Brasil em cordel" (Paulus) texto e xilos de Nireuda; "Patativa do Assaré Porta-voz de um povo" (Paulus) texto de Antonio Iraildo, "A peleja do Boto Cor-de-Rosa com a Sereia Iara" (Suinara) texto de Alexandre Moraes e "Escolha seu dragão" (Cortez) texto de Rosana Rios.
Originária do nordeste brasileiro, a Literatura de Cordel se expandiu para todo o país como uma das mais genuínas manifestações da cultura brasileira. Sua influência está presente em muitos movimentos artísticos.
Dada a sua riqueza literária, o cordel se constituiu ferramenta pedagógica em diversas instituições de ensino e está cada vez mais em evidência, e pela rica variedade temática, tem nos últimos anos, ultrapassado a fronteira dos folhetos e dos livros.
Seguindo a tradição de promover a nossa cultura popular a dar visibilidade a literatura de cordel, a Livraria Cortez promoverá no mês do folclore, o Expo-Cordel na Cortez. Evento que terá exposição Fotográfica e de Xilogravura, novidades editoriais sobre o tema, Folhetos, lançamentos, além do sarau lítero-musical acompanhado de bebidas e comidas típicas do sertão nordestino.
Atividades:
Exposição fotográfica sobre Cordel organizada pela pesquisadora Fernanda Ortega
Exposição de Xilogravuras e matrizes que ilustram livros e cordéis organizadas por Nireuda Longobardi
Realização: Livraria Cortez
Apoio Cultural: Cortez Editora , Editora Nova Alexandria e Mostra Chapéu de Palha
Apoio Institucional: ILGB – Instituto Leandro Gomes de Barros
Mais informações: www.livrariacortez.com.br
Originária do nordeste brasileiro, a Literatura de Cordel se expandiu para todo o país como uma das mais genuínas manifestações da cultura brasileira. Sua influência está presente em muitos movimentos artísticos.
Dada a sua riqueza literária, o cordel se constituiu ferramenta pedagógica em diversas instituições de ensino e está cada vez mais em evidência, e pela rica variedade temática, tem nos últimos anos, ultrapassado a fronteira dos folhetos e dos livros.
Seguindo a tradição de promover a nossa cultura popular a dar visibilidade a literatura de cordel, a Livraria Cortez promoverá no mês do folclore, o Expo-Cordel na Cortez. Evento que terá exposição Fotográfica e de Xilogravura, novidades editoriais sobre o tema, Folhetos, lançamentos, além do sarau lítero-musical acompanhado de bebidas e comidas típicas do sertão nordestino.
Atividades:
Exposição fotográfica sobre Cordel organizada pela pesquisadora Fernanda Ortega
Exposição de Xilogravuras e matrizes que ilustram livros e cordéis organizadas por Nireuda Longobardi
Realização: Livraria Cortez
Apoio Cultural: Cortez Editora , Editora Nova Alexandria e Mostra Chapéu de Palha
Apoio Institucional: ILGB – Instituto Leandro Gomes de Barros
Mais informações: www.livrariacortez.com.br
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NAAVA BASSI
Naava Bassi,, associada da AEILIJ SP está participando da Exposição Encontro com a Fotografia.
Parabéns aos expositores e organizadores do evento. Sucesso!
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DORINA NOWILL
Jovem com deficiência
visual, venha participar do Curso Desenvolvendo Talentos, da Fundação Dorina!
Aprenda como funciona o mundo corporativo e o que esperam de você como
profissional. Inscrições prorrogadas até dia 12 de agosto!
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ANDRÉ DINIZ
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ANNA CLAUDIA RAMOS
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ALINA PERLMAN APRESENTA
SUA FILHA KATIA PERLMAN QUE ESTREIA COMO ESCRITORA
"Reparto com vocês uma grande alegria – a Katia, minha filhota, está lançando seu primeiro livro!
O texto é lindo e o livro é super caprichado!
Será no dia 22 deste mês, 5a. feira, das 18.30 às 21.30h, na Livraria da Vila da rua Fradique Coutinho 915.
Vou adorar poder abraçar vocês neste dia!"
Será no dia 22 deste mês, 5a. feira, das 18.30 às 21.30h, na Livraria da Vila da rua Fradique Coutinho 915.
Vou adorar poder abraçar vocês neste dia!"
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BIENAL DO LIVRO - RIO DE JANEIRO
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REGINA DRUMMOND
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PARA QUEM GOSTA DE LER RESENHAS
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