quinta-feira, 30 de setembro de 2010

QUINTAS - 28

 O INTELECTO 
E A 
CONSCIÊNCIA


Lá vai ela! Vai descendo, miudinha, esfarelada, acabou-se.
A consciência despencou, aliás, para ser mais exato, caiu, desceu vertiginosamente os degraus, escorreu para o ralo, rumo ao esgoto.
  A alma esgotada não mais almeja uma tentativa de conscientização; um fiapo que seja, que se transformaria num feixe de luz, um risco luminoso, suspenso a luzir, uma espiga acesa de rastros brilhantes, de estrelas de fogos de artifício.
Toda queda, toda redução da potência, clareza esmaecida, nublada, desvanecida, apagada, carrega em si uma história, uma origem, pois nada brota espontaneamente. Não há milagre na perda.
A origem está no sacrifício do intelecto em troca de cargos públicos. Ora, o que são cargos? Nada, diante da liberdade do intelecto.
Mas o intelecto, ao ser sacrificado, mutilado, por causa de cargos...
Lembro da euforia de alguns: Vamos trabalhar em Brasília!
E então, depois, a omissão, o silêncio..., covarde, medonho. O pior silêncio de todos...
Triste, esmagando, demolindo, jogando ao chão, tombando a consciência. Todos os intelectuais que nada fizeram para amparar, socorrer, salvar a consciência que implorava, gritava um grito sufocado,  pelo socorro. - Ajude-me! Salve-me! Por favor!
E o acadêmico, e todos os intelectuais que agiram assim, que limitaram-se ao limite do militar, sacrificando o intelecto, são responsáveis pela agonia e morte da consciência.

Marciano Vasques

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Um livro do qual gostei muito

Meus caros,
Marilza Conceição comenta o livro de Adélia Prado: Quando eu era pequena.
Agradeço a participação.
Um beijo,
Regina Sormani

O meu livro preferido, no momento, chama-se "Quando eu era pequena", de Adélia Prado editora Record. Apesar de ser classificado como literatura infanto-juvenil, não são somente crianças que gostam de linguagem poética, que pode ser lida por todas as idades. Adélia está estreando na escrita de literatura infanto-juvenil e escreve com maestria. A personagem principal, Carmela, faz desconfiar que se trata de memórias e nem tanto de invenção literária. As ilustrações de Elisabeth Teixeira são primorosas e remetem ao romantismo do texto. Na história, são relatadas as dificuldades financeiras da família durante a Segunda Guerra Mundial, as roupas que passavam da irmã mais velha para a menor, a oração nos dias de chuva e as poesias declamadas para as visitas.
E foi isto que me tocou profundamente. Daí, imediatamente, lembrei-me da minha infância. Quando chegavam visitas em casa, meu pai me chamava:
— "Marilza, venha cantar”!
E ele, ao violão, dedilhava acordes que eu acompanhava no tom certo. Canto ensaiado em domingos de manhã.

Com sua escrita despojada, Adélia alinhava os detalhes dos acontecimentos, em um tom que fica mais autobiográfico e emocionado ao longo do livro. Na última página, dá a deixa quando relata aquilo que se pode considerar um postscriptum: “Em um livro não cabe tudo. Não falei de minhas brigas com Alberto nem das brincadeiras com meu primo Benedito. Quem sabe posso escrever outro para contar esta parte?”.
E eu, fã emocionada, adorei!

PÁGINA DO ILUSTRADOR 9

PÁGINA DO ILUSTRADOR 9

Nesta edição a página do ilustrador apresenta Cris Alhadeff


O livro "Vou contar um segredo" do escritor Zé Zuca foi ilustrado por Cris com muito carinho e dedicação. Aqui ela apresenta o processo de criação da personagem Lara; no livro, a menina Lara conta os medos que os adultos, ao redor dela, sentem. Ela faz a sua listinha e vai jogando fora cada um, contando como reagem sua mãe, dinda, avó e bisavó às diversas circunstâncias.




Primeiros estudos de Lara...






As páginas do livro, em acrílica, lápis e colagens digitais...




Para conhecer mais do trabalho de Cris Alhadeff visite:
http://www.crisalhadeff.com




Ilustrador associado à AEILIJ,
aguardo seu contato
para participar da página do ilustrador:
contato@danilomarques.com.br

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

QUINTAS - 27


O PEREGRINO E O TEMPO


Certas coisas mudaram muito nos últimos anos. O "catecismo" era o máximo que podia almejar um jovem adolescente. Hoje, com a democratização da cultura, todos e quaisquer podem acessar. Viva o acesso! O importante é ter o acesso. Quem não acessa está fora. A Internet está aí e vídeos de sexo e também de perversidades estão disponíveis. Além de milhares e milhares de poetas na blogosfera. A internet é um mundo.
Ali perto do pátio do colégio, marco da fundação de São Paulo, havia um cinema que foi morrendo aos poucos, agonizando, descendo a ladeira, não a da memória, que para isso agora temos o Youtube. O cinema chamava-se Texas, e para sobreviver só passava filmes pornôs. À época se dizia filmes de sexo. Sexo. Correto?
Em minhas solitárias andanças pelas calçadas de Sampa, antes de "Sampa", trançando sonhos famintos e desorientados, sentia uma enorme alegria em ler os cartazes do cinema. A felicidade para mim nunca foi tão exigente, e sempre esteve presente nas pequenas coisas, como a leitura, em tardes ensolaradas, das aventuras do "Espírito" de Lee Falk, ou vagar pelas calçadas solitárias da cidade (Que saudades!)... E agora a solidão é diferente, eu diria: conectada. Estou novamente no meio da multidão.
A minha esperança são as distâncias. Como amo qualquer distância!
Hoje contemplo com mais discernimento as coisas que passam, o acesso geral e irrestrito, a desvalorização cada vez maior da mulher, a exacerbação da covardia, a surdez, a mudez, a música se esfarelando...Tem gente arquivando mil, duas mil, milhares de músicas. Juro! Tem coleções de amigos no Orkut, a batida do Funk povoando as mentes dos jovens sem suporte. Os acordos espúrios, os acordes ausentes...
E eu, onde quer que seja, tamborileiro solitário, tentando compreender, sem equacionar, o silencioso veneno do coito dos sentimentos que afloram nos grupos, nos coletivos. Porém, nenhuma insensatez há de vingar.
O azul é o mesmo, a tarde se espreguiça longamente pelo tempo das coisas que se vão, e talvez um girassol bastaria, quiça uma palavra surgiria para me acalmar, e diria: Maraci!, como quis a voz do vento, da ventania, dos vendavais, da brisa, do sopro, das ondas ensolaradas que as mulheres quaravam.


MARCIANO VASQUES

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Um livro do qual gostei muito

Queridos amigos,
Desta vez, Mauricio Veneza comenta o livro de Luiz Antonio Aguiar: Alqueluz, uma aventura das Arábias.
Parabéns aos dois! Agradeço a colaboração.
Grande abraço,
Regina Sormani

ALQUELUZ, UMA AVENTURA DAS ARÁBIAS

Luiz Antonio Aguiar

Objetiva, 2005

Falar de um livro de que gosto muito é tarefa complicada. Não dá pra ser “vinte livros de que gosto”? Não? Bem, já que tem mesmo que ser um só, vamos lá...

Que ligação podem ter duas meninas e um menino do Brasil contemporâneo com Mohamed, filho de Aladim, aquele mesmo da Lâmpada Maravilhosa? Esta é a pergunta que Luiz Antonio Aguiar se propõe a responder no seu “Alqueluz, uma aventura das Arábias”.

O desaparecimento do avô leva Laila, Maria e Bié através do tempo e do espaço até a fantástica Bagdá do Século VIII. O trio tem a missão quase impossível de impedir que o maléfico Schaitan se apodere da lâmpada e do gênio que mora nela. Schaitan (de onde vem o nome satã) é o mais cruel dos demônios e de posse da lâmpada se tornará invencível, com poderes para destruir Alqueluz, a cidadela sagrada dos gênios do bem. É bom saber que gênio aqui não é um sujeito azul que passa todo o tempo cantando, como um Pavarotti com cianose.
Se Schaitan tomar ou destruir Alqueluz, toda a humanidade mergulhará nas trevas eternas. O problema é como levar a lâmpada até lá, já que ninguém tem a menor idéia de onde fica a cidadela. Trata-se de uma elaborada aventura, com tudo que uma história deste tipo merece: passagens secretas, batalhas entre seres fantásticos, tapetes voadores... Até mesmo fartas pinceladas de terror, com direito a mortos-vivos e uma “gênia-vampira”. Luiz Antonio, com sua experiência de mais de cem livros e incontáveis histórias em quadrinhos, conduz o leitor através de um labirinto transbordante de magia e fantasia, com mistérios surgindo e sendo desvendados até o último momento.
Com a notável procura do cinema por histórias fantásticas, talvez Alqueluz, se fosse em língua inglesa, já tivesse virado filme. Resta aguardar. Afinal, o primeiro livro comentado nesta seção ganhou, merecidamente, seu espaço nas telonas...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Reunião de 15 de setembro - Votação e sarau

Meus amigos,

Ontem, 15 de setembro, a regional sp realizou, na Assembleia Legislativa a votação para eleger o autor homenageado 2010. Concorriam Ruth Rocha e Francisco Marins que obteve o maior número de votos.
Realizamos, também, um agradável sarau de poesias. O escritor Marciano Vasques leu alguns poemas meus, inéditos, e vice-versa. As escritoras Maria Luiza Campos e Alina Perlman e os ilustradores Danilo Marques e Nireuda Longobardi também leram poemas, seus e de outros colegas.
O encontro foi encerrado após saborearmos um delicioso sanduíche de metro
Seguem algumas fotos do encontro. Por ordem:
Marciano Vasques e eu.
Nireuda, Maria Luiza, Danilo e Marciano
Edson Gabriel e Alina

Um beijo,
Regina Sormani






terça-feira, 14 de setembro de 2010

PÁGINA DO ILUSTRADOR - 7


PÁGINA DO ILUSTRADOR - 7

Neste mês apresento o ilustrador Roney Bunn...


Este é o lançamento ilustrado por Roney Bunn pela editora Cassol

Roney (Rôni) Nasceu no Rio de Janeiro, antes que as televisões tivessem as imagens coloridas. Papel, lápis e tintas sempre foram grandes companheiros, uma vez que a infância asmática o impedia de correr pelas ruas tanto quanto os outros meninos. Quando o esporte veio ajudar seu corpo, as cores e formas já haviam tomado a sua alma. Entrou na Faculdade de Belas Artes do RJ, trabalhou como comissário de bordo e foi conhecer as cores do mundo. Morou muitos anos no exterior, e aprofundou seus conhecimentos na arte digital. Pintou mural em faculdade, restaurante, lojas e casas de gente com a cabeça tão colorida quanto a sua. Ilustações para publicidade, estamparia, logomarcas aqui e no exterior. Há doze livros infantis ilustrados por ele, mas espera em breve perder esta conta...

O trabalho que ele apresenta aqui na página do ilustrador é um passo-a-passo...

"1. Trabalho direto no computador, esboçando o desenho como se fosse com lápis e papel. Somente nos dias em que o meu lado "velha guarda" está atacado, é que utilizo o papel para os esboços inicias, escaneio e dou início ao processo.


2. Em seguida numa "camada" acima do esboço faço o traço final sem me preocupar muito com sombreamento ou volume. São linhas leves apenas para marcar o trabalho de pintura.

3. Agora começa a diversão. Coloco cores "chapadas" para compor a ilustração em uma nova camada e separadamente trabalho o fundo, assim fica fácil fazer qualquer mudança mais tarde.


4. meio caminho andado. Capricho nas texturas e detalhes da composição.


5. Está quase pronto, do esboço até o fim são três horas e meia. Agora só mais um pouquinho...


6. Acerto o enquadramento dispenso partes desnecessárias, coloco uma moldura e assino. Graças a esta ferramenta maravilhosa que é o computador, são apenas alguns minutinhos para isto.

Para conhecer mais o trabalho de Ronney Bunn vicite o site http://www.roneybunn.com/
Contato: roneybunn@hotmail.com



Para participar da página do ilustrador: contato@danilomarques.com.br






segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Pé de Meia Literário 11

MANIA DE LISTAS

Há poucos dias atrás a Folha de S. Paulo publicou
uma matéria interessante sobre um assunto não tão
interessante: nossa mania de fazer listas.

Passamos boa parte da vida fazendo, anotando,
registrando, pensando, lendo, pensando nas ditas cujas
listas: lista de convidados, lista de amigos, lista de
presentes, lista de material escolar, lista dos livros lidos,
lista dos lugares mais bonitos do mundo, lista das pessoas
mais interessantes, lista dos filmes mais importantes,
lista das músicas mais românticas, lista dos livros mais
vendidos, lista dos ganhadores do Oscar, do Jabuti... e vai
por aí. Estranha e obsessiva mania.

Haveria explicação para isso? Quem poderia dizer?
Sócrates, Freud, São Tomé, Jesus..? E há razão para nos
preocuparmos com isso? É necessário mesmo saber por
que somos perseguidos por essa mania, como leitores e
como escritores? Não creio.

Ontem mesmo, lendo uma edição da revista Nova Escola,
lá pelas tantas, encontro outra lista, desta vez uma lista
de sugestões de “bons comportamentos” para formarmos
leitores infantis e juvenis. Também desconfio que eu sou
um entre tantos os apaixonados por listas. E para não ficar
atrás fui em busca de uma das minhas listas, escrita há
uns três ou quatro anos, para um programa de incentivo da
leitura. Crio coragem e disponibilizo-a abaixo:

LER É:

...desabotoar vontades

...mapear dúvidas

...instigar os olhos adiante do que se vê

...perguntar respostas adormecidas

...responder perguntas escondidas

...desacomodar certezas

...empurrar limites do saber

...alterar horizontes da utopia pessoal

...soprar o pó dos sonhos

...cruzar fronteiras do conhecimento

...desvelar segredos da aventura humana

...alavancar novos entendimentos

...dar lucidez à pluralidade das emoções

...desviar das pedras no meio do caminho

...dar vozes ao silêncio

...inventar caras para os desejos

...vestir de palavras as idéias dormidas

...desejar-se uma pessoa feliz.

Aí está, entre as milhares e milhares de listas criadas no
mundo, esta que enumera as virtudes da leitura. Espero
não ter escrito nem listado bobagens e ter contribuído para
o nosso pé de meia literário.

Sampa, setembro de 2010

Edson Gabriel Garcia

(Escritor e Educador)

quinta-feira, 9 de setembro de 2010


NÚMERO 12 - SETEMBRO DE 2010
O Mural é uma agenda cultural mensal,
editada conforme os eventos surgem.
Amigo associado de qualquer cidade do Estado de São Paulo, contribua...
aguardamos notícias dos eventos do interior.

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Literatura para Todos recebe inscrições até 21 de novembro

O Concurso Literatura para Todos foi criado para estimular a produção literária direcionada a jovens e adultos em processo de alfabetização. Este ano, o Ministério da Educação vai premiar nove escritores com R$ 10 mil cada um e publicar as obras vencedoras, que serão distribuídas em escolas e bibliotecas públicas.
Os candidatos podem competir nas categorias prosa (conto, novela ou crônica), poesia, biografia e texto de tradição oral (em prosa ou em verso). Em cada uma delas serão premiados dois autores.
Esta é a segunda edição do Literatura para Todos. A novidade é que a competição vai premiar um escritor africano, natural de um dos países de língua portuguesa — Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. O autor africano ganhará o mesmo prêmio de R$ 10 mil, independentemente da categoria literária do texto apresentado.
As obras devem ser enviadas, até 21 de novembro, ao Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade — Esplanada dos Ministérios, bloco L, sala 710, CEP 70047-900 Brasília (DF).
A divulgação dos resultados e a premiação estão previstas para março de 2008. No ano passado, 2.095 obras concorreram na primeira edição do concurso.
Mais informações no endereço eletrônico literaturaparatodos@mec.gov.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. ou pelo telefone 0800 616161

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PROGRAMAÇÃO CULTURAL LITERÁRIA

DA CIDADE DE SÃO PAULO

(CURSOS, PALESTRAS, ENCONTROS,

CONTAÇÕES, OFICINAS)

DEBATE NARRATIVIDADE: LITERATURA & QUADRINHOS 2

Com Spacca (cartunista e ilustrador, autor de adaptações de obras como Jubiabá, de Jorge Amado) e Paulo Ramos (jornalista e especialista em literatura e quadrinhos). Mediação e curadoria: Maria Helena Pinho.
A proposta é discutir como dialogam essas duas linguagens e como a narrativa se desloca na literatura e nos quadrinhos. Na sequência, os autores autografam suas obras mais recentes.
| Centro Cultural São Paulo – Gibiteca Henfil. Centro. Dia 16, das 19h às 21h. Grátis

LEIA LEU
Em edições quinzenais, os poetas Berimba de Jesus, Caco Pontes, Gabriel Kerhart, Gabriel Kolyniak e Pedro Tostes coordenam esta roda de leitura que apresenta poemas organizados em torno de temas que propiciam a interlocução entre diversas linguagens, escolas e modos de “fazer e pensar poesia”.
| Biblioteca Pública Alceu Amoroso Lima. Zona Oeste. Dias 14 e 28. 3ª, das 19h30 às 21h30. Grátis

ESCRITA ABERTA
Prod.: Renata Cirilo.
Espaço coletivo de crítica e criação literária sem restrição quanto a gênero ou estilo. Os encontros são dedicados à discussão de temas, conteúdos, formas, publicações e processos de escrita.
| Biblioteca Pública Alceu Amoroso Lima. Zona Oeste. De 14 a 28. 3ª, das 15h às 17h. Grátis

ESPAÇO GOURMET – DELÍCIAS DA LITERATURA ORAL
‘Chef’ convidado: Varneci Nascimento (poeta cordelista).
Encontro que simula um ‘restaurante literário’ cujo ‘cardápio’ é composto por declamação de cordéis, contação de “causos”, adivinhas, parlendas, trovas e trava-línguas.
| Biblioteca Pública Belmonte. Zona Sul. Dia 24, 14h. Grátis

FEIRA DE TROCA DE LIVROS E GIBIS
Coordenada pelo Sistema Municipal de Bibliotecas, a atividade proporciona oportunidade para que o público possa renovar sua biblioteca pessoal, sem custo. As recomendações são que os livros não sejam didáticos e que o material esteja em bom estado. As trocas podem ser realizadas diretamente entre os frequentadores, que terão à sua disposição mesas separadas pelos temas: “literatura geral”, “literatura infantojuvenil”, “gibis” e “troca com a mesa”, na qual o leitor deposita um título e pega outro.
| Parque do Carmo (no Bosque da Leitura). Avenida Afonso de Sampaio e Souza, 951, Itaquera. Zona Leste. Dia 19, das 10h às 15h. Grátis

NA RODA COM CANTOS, CONTOS, DANÇAS, POEMAS E BRINCADEIRAS
Com Andréa Sousa e Bete Oliveira.
A atividade focaliza as manifestações tradicionais realizadas em roda.
| 3ª idade. BP Belmonte. Zona Sul. Dia 9, 14h. Grátis


POESIA NO JARDIM XI: PRIMAVERA
Sarau literomusical que procura incentivar a leitura e a criação poética. Os participantes podem interagir, cantando, tocando ou declamando poesias próprias e de outros autores. Nesta edição, o tema é “primavera”.
| Não é necessário fazer inscrição. Biblioteca Pública Anne Frank. Zona Oeste. Dia 13, 14h. Grátis

4º ENCONTRO DE ESCRITORES CORDELISTAS – CORDEL, RESISTÊNCIA E VANGUARDA
Coord.: Aderaldo Luciano (poeta).
Poetas mostram suas construções literárias de cordel. O encontro apresenta, ainda, exposições de folhetos e de xilogravura, leituras de cordel e poesia tradicional nordestina.
| Biblioteca Pública Belmonte. Zona Sul. Dia 30, 19h. Grátis

SARAU DO TIETÊ – POR UM RIO
Mostra de pesquisa sobre a produção poética focalizada no Rio Tietê, propondo uma viagem na companhia dos que se inspiraram no rio desde o início do século passado até hoje, quando se tenta reverter sua condição de símbolo da poluição na capital. Serão interpretados os primeiros versos sobre ele, escritos por Manoel Baptista Cepellos, em 1906; trechos da Meditação sobre o Tietê, de Mário de Andrade; e versos de Martins Fontes, Cornélio Pires, Afonso Schmidt e de poetas contemporâneos como Paulo Bomfim, Renata Pallottini, Álvaro Alves de Faria e Ieda Estergilda de Abreu.
| Biblioteca Pública Alceu Amoroso Lima. Zona Oeste. Dia 29, 19h30. Grátis


SARAU SERTANEJO
Com Alcione Kosmos. Apresentação: Guarani. Participação especial: Paula Dundee.
No último sábado do mês, ocorre este sarau no qual o público é convidado a participar, fazendo poesia, cantando e propondo músicas, ao som de viola caipira.
| Biblioteca Pública Belmonte. Zona Sul. Dia 25, 15h. Grátis

TERRITÓRIO PAULISTANO, A LITERATURA DO DESMANCHE
Curadoria: Maria Helena Pinho e Márcia Denser. Debatedores: Marcelo Mirisola, Mário Bortolotto e Reinaldo de Morais. Mediação: Márcia Denser.
Se a literatura é a empresa de conquista verbal da realidade, contemporaneamente, a cidade é o território devastado, do qual a cidade de São Paulo é o paradigma brasileiro. Os três debatedores são prosadores cujas poéticas se constroem a partir da degradação da sociedade e do desmanche do projeto do “país”. Eles têm como alvo o universo da classe média urbana.
| Será entregue certificado de presença. Centro Cultural São Paulo – Sala de Debates. Centro. Dia 9, das 19h às 21h. Grátis

LITERATURA, VESTIBULAR E ALGO MAIS
Biblioteca Mário de Andrade. Seção Circulante. Centro. Sáb. Das 9h30 às 12h30. Grátis

Coordenado por professores de cursinhos e das universidades Mackenzie, Unesp, Unifesp e USP, o ciclo de literatura analisa livros indicados para os vestibulares. A ideia é apresentar as obras do ponto de vista de sua estrutura, linguagem e estilo e, além disso, discutir seus conteúdos temáticos, de modo a também provocar uma reflexão sobre aspectos psicológicos das personagens e históricos e socioculturais de nossa realidade, estimulando a leitura ou releitura desses títulos, todos disponíveis para empréstimo na Seção Circulante.
| 60 vagas. Inscrições antecipadamente na biblioteca ou por meio do e-mail: acaocultural@prefeitura.sp.gov.br ou pelo telefone: 3241-3459.

IRACEMA
De José de Alencar.
| Dia 18

VIDAS SECAS
De Graciliano Ramos.
| Dia 25

PROGRAMAÇÃO LITERÁRIA OLIDO
Galeria Olido - Vitrine da Dança. Centro. 2ª. Grátis

Não é necessário retirar ingresso.



SARAU DE LEITURA
Participação especial dos poetas André Góes, Beth Brait, Castelo Hassen, Edson Bueno, Fabiano Calixto e do músico Gabriel Kolyniak.
Apresentação do sarau Entranhas alucinadas da aldeia, com o lançamento do livro homônimo do poeta Júlio Bittar.
| Dia 13, 18h

BATE-PAPO
A escritora Esmeralda Ortiz, autora de Diário de rua e Porque não dancei (escrito em parceria com Gilberto Dimenstein), fala sobre sua trajetória de ex-menina de rua e como conseguiu superar as adversidades.
| Dia 20, 18h

CONTOS NA BOCA DA NOITE
Rita Marques narra contos populares da Espanha, entre eles, La barretina verde, O galego e o cavalo do rei, A sapatilha de ouro e Dom fulano de tal.
| Dia 27, 18h30


CONTAÇÕES DE HISTÓRIAS

Bibliotecas Públicas e Centro Cultural São Paulo. Grátis

Contadores narram histórias em bibliotecas públicas (BP) e na Sala de Leitura Infantojuvenil da Biblioteca Sérgio Milliet do Centro Cultural São Paulo (CCSP).

CONTA TRÊS
Cia. Palavradeiras. Livre.
Na apresentação, que mescla contação de histórias e teatro, são narradas três histórias que têm “a palavra” como mote. Ela aparece tanto no silêncio como no grito, tanto em sua beleza como em sua feiura, tanto em sua virtude como em seu perigo.
| BP Álvares de Azevedo. Zona Norte. Dia 12, 11h
| BP Mário Schenberg. Zona Oeste. Dia 16, 14h
| BP Padre José de Anchieta. Zona Norte. Dia 19, 11h
| BP Anne Frank. Zona Oeste. Dia 30, 14h

CONTA COMIGO
Com Lucélia da Silva e Solange Lopes. Livre
Serão narradas as histórias: Sou grande ou sou pequenina, Gata menina e outras.
| BP Amadeu Amaral. Zona Sul. Dia 14, 10h

HISTÓRIAS DE ANIMAIS
Com Cícera Cleide Mascarenhas. +7 anos.
Serão narradas duas histórias em que animais são as personagens principais: A tartaruga e o elefante e Onde está o rabo do sapo?.
| BP Menotti Del Picchia. Zona Norte. Dia 15, 10h30 e 14h

HISTÓRIAS DE PEDRO MALASARTES
Com Sandro Luiz Coelho. +7 anos.
Contos em que o personagem Pedro Malasartes protagoniza diversas aventuras.
| BP Thales Castanho de Andrade. Zona Norte. Dia 15, 10h30 e 14h

HISTÓRIAS DIVERSAS
Com Ana Paula Pereira dos Prazeres. +5 anos.
Serão narradas histórias engraçadas sobre aventuras e animais da floresta.
| BP Narbal Fontes. Zona Norte. Dia 15, 10h30 e 14h

NAQUELE LIVRO TINHA UMA HISTÓRIA
Com Edna Bolanho Simões. Livre.
Narração de histórias diversas.
| BP Pedro da Silva Nava. Zona Norte. Dia 15, 10h30 e 14h

CONTOS PARA CRIANÇAS
Com Márcia de Oliveira Lopes. +6 anos.
Serão narrados os contos: A bruxa Salomé, de Audrey Wood; João preguiçoso, adaptação de Tony Ross; e Histórias de macaco, adaptação de Elias José.
| BP Sylvia Orthof. Zona Norte. Dia 22, 10h30 e 14h

HISTÓRIAS DE PRINCESAS E UM MACACO MUITO ESPERTO
Com Juvelina Martins. +6 anos.
Serão narradas as histórias: Sua Alteza a Divinha, João preguiçoso e O macaco e a velha.
| BP Nuto Sant’Anna. Zona Norte. Dia 22, 10h30 e 14h

HISTÓRIAS DE REIS, PRINCESAS E CACHORROS
Com Beth Pedrosa. +6 anos.
Serão narradas as histórias: A roupa nova do rei, João preguiçoso, O menino e o cachorro e N´Golo e Bendé-Bendé, em homenagem à África do Sul.
| BP Álvares de Azevedo. Zona Norte. Dia 22, 10h30 e 14h


DOMINGO NA VIRIATO
Biblioteca Pública Viriato Corrêa. Zona Sul. Dom. 16h. Grátis


Programação especial para crianças, durante os domingos, na Biblioteca Temática em Literatura Fantástica.

O SENHOR DOS SONHOS
Cia. Truks. Teatro de bonecos.
Lucas é um menino que vive mergulhado em seus sonhos, fantasias e invenções mirabolantes, procurando, sem muito sucesso, adaptar-se às regras sociais. No final, descobre-se que o espetáculo reúne, na realidade, as memórias de um velho senhor que se tornou um escritor de sucesso.
| Dia 19

CONTA TRÊS
Cia. Palavradeiras. Contação de histórias.
Na apresentação, que mescla contação de histórias e teatro, são narradas três histórias que têm “a palavra” como mote. Ela aparece tanto no silêncio como no grito, tanto em sua beleza como em sua feiura, tanto em sua virtude como em seu perigo.
| Dia 26

SEMANA DE ANIVERSÁRIO DA CHÁCARA DO CASTELO
Biblioteca Pública Chácara do Castelo. Zona Sul. De 6 a 11. Grátis


CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
Com Lílian Marcheti. 7 a 10 anos.
Narração de histórias infantis.
| Dia 9, 14h30

CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
Com Andréa Sousa. +6 anos.
Narração de histórias infantis.
| Dia 10, 14h30

RPG
Narradores: Flavio Araujo Santos, Alexandre Leandro Ribeiro da Silva e Paulo Barbosa. +13 anos.
Encontro de Role Playing Game.
| Dia 11, 14h

OFICINA DE CRIAÇÃO LITERÁRIA
Coord.: Sergio Jardino. +15 anos.
Produção de textos poéticos ou em prosa a partir de um tema dado na primeira hora de trabalho. Em seguida, discute-se literatura a partir de um texto.
| Dia 11, 15h

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

QUINTAS - 25

 ROSPO E A POESIA
( Para Ferreira Gullar)



Sapabela apresenta o Rospo para uma amiga:
- Senhor Rospo, fiquei sabendo que o senhor é um poeta...
- Dizem...
- Poderia escrever um poema para mim?
- Um dia, quem sabe...
- Agora.
- Agora?
- Sim. Qual o motivo do espanto?
- Isso não é possível.
 - Pensei que o Sr. fosse um poeta autêntico.
- Por isso mesmo.
- O que o impede de escrever um poema agora?
- A poesia.
- Explique isso.
- Ele explica, pode ficar tranquila.
- A poesia não surge, não brota, a partir do decreto do querer. O poeta não está o tempo todo disponível para a poesia...
- Interessante.
- Na verdade é a poesia que pede passagem...
- Como assim?
- Ela não é um arranjo mecânico e calculado de palavras. E quando pede passagem, não há porteira que feche o coração.

Marciano Vasques

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A greve das hortaliças



Queridos amigos,
Estou postando versos do meu livro "A Greve das Hortaliças", editado pelas Paulinas, cujos direitos voltaram para a autora. As ilustrações em aquarela são do Marchi.

Um beijo,
Regina Sormani





— Epa!
— Ih!
— Nossa!
— Mas o quê...
Advinhem só o que o pessoal que veio fazer a colheita encontrou!

Berinjela desbotada,
Cenoura toda azulada,
O chuchu, enferrujado,
Tomate empipocado,
Alface com catapora!
Quem vai comprar isso agora?
E tudo, sabor fumaça!
O que será que se passa?