domingo, 29 de janeiro de 2012

Mensagem - A mentira -


A MENTIRA

Simone Pedersen

Você nunca mentiu? Nunca, mesmo?
Conhecidas como mentiras brancas, os seres humanos criaram a estratégia para conviver em sociedade sem criar conflitos desnecessários. Não é fácil dizer a verdade sempre. Algumas vezes, não é viável. Somos tomados por um sentimento de dó, respeito, consideração e até medo. Eu fui assaltada à mão armada três vezes. Jamais diria ao ladrão o que eu realmente pensava sobre ele, naqueles instantes de forte emoção. E assim caminhamos. “Mas, é apenas uma criança”, “Coitado, é um idoso”, “Ela nem sabe o que está dizendo”. Criamos seres humanos cada vez piores.
Quem nunca observou uma criança e culpou os pais pelo seu comportamento mal-educado, egoísta ou soberbo? Alguns educam os filhos, outros criam monstros que acreditam ser melhores que os outros, mais íntegros, mais inteligentes e merecedores de aplausos a vida toda. Nem sempre a culpa é exclusiva dos pais. Cada um nasce com sua índole. O maior problema é que crianças crescem. O que era perdoável passa a ser inaceitável. Adultos acometidos pela fome do mal, se transformam em pessoas tristes e insatisfeitas; ao mesmo tempo em que se alimentam dos infortúnios de alguns, vivem famintos e nunca cessam a busca. Tornam-se pessoas decepcionadas com o mundo que não lhes proporciona o que acreditam ser seu por merecimento. Elas acreditam em uma auto-imagem criada e não percebem o quanto se denunciam a cada comentário.
Os mais espertos consideram que mentir é arriscado e criam uma meia verdade. São artistas da manipulação com palavras. Usam um fato real para criar uma farsa. Uma simples participação em um evento e já o citam como de sua iniciativa. Inflam a importância do que fazem de bom, como em um emprego que de fato existe, mas cujas responsabilidades são exageradas. São os mentores do que um grupo produz com qualidade. Comentam elogios recebidos. Algo deu errado? Ele não foi ouvido, claro! Se criticados têm a resposta na ponta da língua: inveja! Quando demitidos, a culpa é de alguém que puxou o tapete para derrubá-los - não para limpar a sujeira que escondiam embaixo dele-. Pessoas assim existem em todos os lugares, mas, na política e nas artes é onde mais as encontramos. Um operário que aperta parafusos não tem contato direto com o produto final. Preocupa-se mais com o preço do leite do que com a sua imagem pública.
Como Deus criou o mundo, alguns acreditam que, criando, são um pouco de Deus também. Culpa de todos nós. Criticamos pelas costas e permitimos que só elogios cheguem aos ouvidos, como se toda obra fosse divina. Na literatura, área que conheço mais, é comum vermos pessoas que confundem o escritor com sua obra. Como se palavras escritas fossem verdades.
Ninguém melhor que um político ou escritor para criar meias verdades. As palavras são nossas ferramentas. É muito fácil escrever ou falar sobre comportamentos éticos e honrados. Já li poemas lindos de detentos que se declaram inocentes e cometeram crimes hediondos, comprovadamente.
Ah! Provas, como gosto delas. São irmãs dos Fatos. Palavras? Bem...
A única verdade que existe nessa crônica é a seguinte: todo mundo mente, menos eu!


Simone Pedersen é escritora associada da AEILIJ paulista

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Concursos Literários 2012


A escritora associada da AEILIJ Simone Pedersen nos enviou informações sobre concursos literários para o ano de 2012. Ela faz parte do Clube dos Escritores de Vinhedo.

Obrigada Simone!

http://concursos-literarios.blogspot.com/

Rodrigo Domit, poeta e escritor, criou o blog acima no ano de 2011, no qual ele publica informações de várias fontes.

No final da página tem um espaço para você inscrever seu email e receber atualizações sobre novos concursos, como ilustrado abaixo.

Abaixo os concursos que já foram publicados. Para saber detalhes, as comunidades literárias tem tópicos específicos. No blog, vc encontra essa aba:

Concursos do Ano - 2012 -

Janeiro

- 01.01.2012 - Seleção para a Antologia "Brinquedos... Eles matam!"
- 07.01.2012 - 7º Prémio “Castello di Duino”
- 13.01.2012 – Prorrogado - XXVII Concurso de Poesia “Brasil dos Reis”
- 13.01.2012 - Concurso 100 palavras para deixar sem palavras
- 15.01.2012 - IX Concurso de Ensaios "Pensar a Contracorriente"
- 15.01.2012 - II Concurso de Microcontos "La Calle de Todos"
- 15.01.2012 - Concurso Rogério Sganzerla (EdUFSC)
- 20.01.2012 - Concurso Fragmentos Urbanos
- 26.01.2012 - 8º Concurso Expresso das Letras
- 27.01.2012 - Prorrogado - Prêmio de Literatura Unifor
- 31.01.2012 - Prémio Literário Aldónio Gomes (Portugal)
- 31.01.2012 - Concurso Literário Book.it (Portugal)
- 31.01.2012 - X Concurso ”Fritz Teixeira de Salles de Poesia"
- 31.01.2012 - Seleção para Periódico - Revista Samizdat - Edição 32


Fevereiro

- 10.02.2012 - Concurso de Poesia Camaçari em Versos
- 10.02.2012 - I Edital Literário Joaquim Amorás Castro - Castanhal/PA
- 10.02.2012 - Prorrogado - 8º Prêmio Barco a Vapor
- 12.02.2012 - II Concurso “Poesia na Biblioteca” (Portugal)
- 15.02.2012 - I Concurso de Poesias e de Causos Gauchescos
- 15.02.2012 - Prêmio Brasília de Literatura 2012
- 20.02.2012 - 4º Concurso de Minicontos do IST Taguspark
- 24.02.2012 - Concurso "Faça lá um Poema" (Portugal)
- 29.02.2012 - Concurso Nacional de Literatura Infanto-Juvenil de Ponta Grossa
- 29.02.2012 - Concurso Nacional de Poesias de Ponta Grossa
- 29.02.2012 - Concurso Nacional de Contos de Ponta Grossa
- 29.02.2012 - Concurso Nacional de Crônicas de Ponta Grossa


Março

- 12.03.2012 - 1° Concurso Estudantil Brasília de Literatura
- 14.03.2012 - Concurso de Crônicas Sergio Luiz Rossetti
- 15.03.2012 - I Curta TeleImage
- 19.03.2012 - V Concurso de Poesia da Biblioteca Municipal de Vale de Cambra (Portugal)
- 20.03.2012 - 2º Concurso Poetizar el Mundo
- 27.03.2012 - Seleção para a Série de Antologias "Terrir"
- 30.03.2012 - Prêmio Cuore de Literatura Infantil e Infantojuvenil
- 30.03.2012 - 6º Concurso Literário TDM (Moçambique)
- 31.03.2012 - Concurso "Eu Conto" (Portugal)


Abril

- 15.04.2012 - Seleção para Antologia "Eu, Monstro"
- 17.04.2012 - Jogos Florais do Clube de Futebol “Os Bonjoanenses” Faro
- 30.04.2012 - Seleção para Antologia "2012 - O Ano do Fim"


Maio

- 03.05.2012 - 25º Concurso de Contos Cidade de Araçatuba
- 20.05.2012 - Seleção para a Antologia "Malditas - As casas têm atmosfera"
- 27.05.2012 - Seleção para a Série de Antologias "Terrir"


Junho

- 01.06.2012 - Seleção para a Antologia "Suburbia"
- 20.06.2012 - Seleção para a Série de Antologias "Acordes" - Volume 1: Paranoia
- 30.06.2012 - Concurso de Literatura Infantil da Seicho-No-Ie

Contato de Simone Pedersen

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

- 25 de janeiro- aniversário da cidade de São Paulo -


Parabéns São Paulo pelos seus 458 anos!
Museu de Arte de São Paulo - MASP -

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Trocas Malucas

          Por César Obeid                              

É interessante escrever um artigo sem o calor do momento. Chegamos em 2012. Os gritos de “Feliz Ano Novo”, os fogos brilhantes rasgando o ar, as retrospectivas tanto exploradas pelos canais de tevê, aquele parente distante que veio passar as festas conosco, já se foi. Que alívio! Estamos em 2012.  
        Gostaria de falar sobre a globalização ou qualquer nome que se dê para esse fenômeno incrível que diminuiu as distâncias entre os povos e suas culturas. Em uma breve busca em sites que vendem passagens aéreas, constata-se que custa menos ir à Buenos Aires do que para Manaus. Hoje, com o básico domínio do inglês, é possível se comunicar com pessoas da China, da Índia, da Síria e, praticamente, de qualquer parte do mundo.
        Com a padronização dos usos e costumes, pouco nos resta além da nossa história e da nossa cultura.  
Entre os livros que figuraram na lista dos mais vendidos no ano de 2011, na categoria não ficção, muitos são de história; 1808 e 1822, do escritor Laurentino Gomes, por exemplo. Estamos com desejo e necessidade de voltar às nossas raízes e saber um pouco mais do nosso passado, ao que tudo indica, será a busca pela nossa história que nos aliviará nesse processo de mundo diminuto. Mas, e a cultura?
        Outro dia, visitando uma conceituada escola de São Paulo, andando pelos corredores, ao lado de uma simpática professora, encontrei belos cartazes com os mitos do nosso folclore. Lá estavam a Iara, com seus lindos e encantadores cabelos, o Curupira, muito bem desenhado com seus pés virados para trás, e todos eles; Boitatá, Mula sem Cabeça etc, etc. Mas, cadê o Saci, o nosso mais famoso mito? Perguntei para a professora- ele não estava presente nos cartazes. Pensei que seria alguma travessura do negrinho que aprontou mais uma e saiu em algum rodamoinho por aí.  
        - Não, na verdade, não mostramos o Saci para as nossas crianças, pois não podemos mostrar um afrodescendente com deficiência física.         
        Sei que muitos leitores concordam com a boa intenção da nossa educadora, afinal para que serve uma instituição de ensino, senão  para dar igualdade a todos?
        Por outro lado, muitos leitores como eu, não querem ver a nossa cultura, a nossa história, a nossa tradição indo por água abaixo, ou melhor, por cartaz abaixo.
Quero deixar claro que não sou a favor de toda e qualquer tradição. Muitas manifestações das culturas tradicionais são cruéis, como a Farra do Boi ou as Festas de Vaquejada e deveriam ser extintas de vez da nossa sociedade, proibidas por lei.
Por outro lado, muitas instituições de ensino parecem não enxergar o que nos cerca, dentro e fora do universo escolar, e voltam sua atenção somente aos contos de fadas e às músicas tradicionais, impondo uma série de diretrizes politicamente corretas. Também deixo claro que não sou contra esse movimento mundial que busca a paz e a aceitação entre os diferentes. Mas, tudo isso, sem a ligação com o mundo real, torna-se fraco, incapaz e não faz muito sentido.
Gostaria que lessem uma hipotética carta de uma escola bem intencionada endereçada aos pais.
Senhores pais, tendo em vista a nossa vontade em educar de acordo com o interesse da sociedade atual, segue a planilha das novas regras da nossa escola.
- Todo aluno pode tomar refrigerante à vontade, inclusive terá lugar de destaque na cantina. As frituras, embutidos, enlatados e salgadinhos de saquinho também são liberados. Não se preocupem que adotaremos livros que tratem da alimentação saudável.
- Os alunos devem utilizar copinhos descartáveis. Alguns pais disseram que o copo não descartável não é higiênico. Claro que também faremos um belo trabalho com o meio ambiente, no mês de junho.   
- As meninas podem usar salto alto. Vamos aproveitar, pois o Brasil é um dos poucos países que permitem sua venda para as crianças. Ah, se as suas filhas não conseguirem correr e brincar, não faz mal, o que importa é que elas estarão muito elegantes.
- Na nossa escola, as crianças não podem cantar a música do cravo que brigou com a rosa porque é muito violenta, mas no intervalo entre as aulas, nós permitiremos que brinquem com seus jogos eletrônicos à vontade.
- Outra canção proibida é “Atirei o pau no gato”, não queremos de maneira alguma estimular a violência entre nossa turma. Mas, prometemos tocar na nossa festa junina beneficente as músicas dos cantores que fazem apologia ao rodeio, sem citar a crueldade que fazem com os animais.

Enfim, são alguns exemplos de uma lista muito mais extensa. Será que essa troca que fazemos está valendo a pena? O que podemos fazer para educar de verdade, sem maquiar a realidade?
        Estamos em 2012, o que vamos fazer? 


César Obeid é escritor, educador e contador de histórias, associado da regional paulista da AEILIJ.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Homenagem ao escritor Bartolomeu Campos de Queirós



Bartolo-nosso

por Leo Cunha


 Segunda, 16 de Janeiro de 2012 

Bartolomeu não era meu, era nosso. De todo mundo que ama a poesia, a literatura, a leitura, a memória, o ensino, o encanto. Mas no início dos anos 80, eu tinha a impressão de que ele era só meu.  

Ele tinha publicado dois livros no início da década de 70 ("Pedro" e "O peixe e o pássaro"), mas os livros tinham saído de catálogo e desapareceram do mapa durante anos. Aí, em 1980, minha mãe fundou a Editora Miguilim e seu primeiro passo foi recuperar essas duas obras primas do Bartolomeu.

Foram os primeiros de mais de 10 livros do Bartô que eu tive a sorte de ver nascendo e crescendo. Ciganos, Cavaleiros das Sete Luas, Correspondência, Indez, As patas da vaca e outros tantos.  Eu estava entrando na adolescência e pude acompanhar (de intrometido que sempre fui) o processo de ilustração, de editoração, de lançamento. 

Além disso, eu passava todas as minhas tardes na Miguilim (que, além de editora, era uma "casa de leitura e livraria") e o Bartô passava por lá quase todo dia, ou pelo menos foi assim que a minha memória guardou, num ato rebelde de bartolomice.

Quando comecei a escrever, ele foi uma influência clara, descarada. Meu "O sabiá e a girafa" deve um bocado a "O peixe o pássaro". Meu "Gato de Estimação" segue os passos da "História em 3 atos".

Meu estilo, se é que algum dia consegui chegar perto disso, foi fermentado numa mistura do lirismo e do "memorialismo" do Bartolomeu com o humor e o nonsense de outros dois escritores que também foram embora cedo demais: os saudosos Sylvia Orthof e José Paulo Paes.

Muitos anos depois, tive a honra de dividir com o Bartô dois livros: o infantil "Olhar de bichos" e o teórico "O que é qualidade na literatura infantil e juvenil". Além de muitas conversas em lançamentos, feiras de livros, aeroportos, onde quer que a literatura infantil leve a gente. Levava.

Como o seu personagem Pedro, o Bartô foi embora com o coração cheio de domingo. Mas os livros ficam pra todos os dias.



domingo, 15 de janeiro de 2012

MURAL 26 - JANEIRO DE 2012

NÚMERO 26 - JANEIRO DE 2012

O Mural é uma agenda cultural postada todo início de mês,
porém, editada ao longo do mês conforme os eventos surgem.
A agenda das bibliotecas é renovada semanalmente.
Amigo associado de qualquer cidade do Estado de São Paulo,
contribua...
aguardamos notícias dos eventos do interior.
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AEILIJ E DORINA NOWILL
Primeiros livros da AEILIJ Solidária

Do Blog de Alex Gomes

No dia 26 de agosto de 2010, Anna Claudia Ramos e Roberto Gallo, representando respectivamente a AEILIJ e a Fundação Dorina Nowill para cegos, assinaram um termo de parceria entre as instituições para darem início à Coleção AEILIJ Solidária.
Foram entregues 10 títulos inéditos, já ilustrados, para a equipe de produção da Fundação produzir e editar os livros de forma adequada. De acordo com o o site da autora Sandra Ronca, "Os livros serão distribuídos gratuitamente para 5.000 bibliotecas públicas do Brasil. Segundo dados do IBGE, das 6.585.000 pessoas com deficiência visual, 6.057.000 são pessoas com baixa visão (a estas se destinam as ilustrações e o texto em tinta e contraste) e 528.000 com cegueira total."



A primeira fornada da coleção: Estão prontos "Meu pai é o máximo", de Anna Claudia Ramos e Danilo Marques, "A Horta da Ethel", de Celso Sisto e Sandra Ronca, e "A galinha que botava batatas", de Simone Pedersen e Paulo Branco," Capitão Mariano, o rei do oceano" de Maurício Veneza e Roney Bunn. Em breve "Amigo Bicho", de Flávia Côrtes e Cris Alhadeff, também será entregue.

Os títulos e autores são: Umbigo: texto de João Protetti, ilustrado por Nireuda Longobardi. Pedro e Joaquim: texto de Denise Crispum, ilustrado por Thais Linhares. Meu pai é o máximo: texto de Anna Claudia Ramos, ilustrado por Danilo Marques. A girafa do pescoço curto: texto de Regina Drummond ilustrado por Felipe Vellozo. Capitão Mariano, o rei do oceano: texto de Maurício Veneza ilustrado por Roney Bunn. A galinha que botava batatas: texto de Simone Pedersen ilustrado por Paulo Branco. A horta da Ethel: texto de Celso Sisto ilustrado por Sandra Ronca. A dança das cores: texto de Luis Pimentel ilustrado por Lucia Cabete. Amigo bicho: texto de Flávia Côrtes ilustrado por Cris Alhadeff. Quero ser rico: texto de Álvaro Modernell, ilustrado por Cibele Santos.

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ESPAÇO PRALER

Atividades para Janeiro
no Espaço de Leitura PraLer - Parque da Água Branca - São Paulo

Um delicioso convite para curtir com a família no mês de janeiro no Espaço de Leitura PraLer, no Parque da Água Branca. Vale a pena conferir a programação: Oficinas de quadrinhos com Fábio Sgroi e Paulo Stocker (aos sábados, 11h); Teatro de bonecos, oficina de instrumentos sonoros e muito mais. Valdeck de Garanhuns é um dos bonequeiros que estará contando histórias com o boneco Benedito (aos domingos, 11h).

Veja a programação:



Espaço de Leitura PraLer

O Espaço de Leitura PraLer fica no Parque da Água Branca e tem um acervo variado de livros, que podem ser consultados pela população no próprio parque.
São sete quiosques, com acervo de literatura infanto-juvenil, literatura brasileira e estrangeira, poesia, revistas, livros de arte e outros.
O Espaço de Leitura PraLer está aberto ao público de terça a domingo, das 9 às 18 horas. Atividades culturais e educativas são oferecidas aos finais de semana.

Agendamentos para escolas e instituições podem ser feitos pelo e-mail contato.espacopraler@gmail.com.

ESPAÇO DE LEITURA PRALER
Rua Ministro Godoi, 180
Perdizes
São Paulo - SP
Tel.: 11 2588-5777
contato.espacopraler@gmail.com
espacopraler.wordpress.com

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SOBRECAPA LITERAL

Ana Cristina Melo publica mensalmente o jornal sobre literatura onde além da divulgação de lançamentos, palestras, oficinas, cursos e eventos gerais na area literária traz colunas sobre mercado, poesia, ilustração, carreira de escritor e etc, assinados por vários colunistas.
acesse a edição de janeiro aqui


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ALMANAQUE PRIMAVERA EM SAMPA

Regina Sormani publica quinzenalmente o almanaque primavera em Sampa, que traz crônicas, trovadores, apresenta novos artistas, poesias e novidades.
Acesse aqui a ultima edição

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BIBLIOTECAS DE SÃO PAULO
Acesse a programação de janeio aqui.


domingo, 8 de janeiro de 2012

Vice-Versa de janeiro de 2012



Queridos leitores!
É com muita alegria que aqui apresento as entrevistas de Nelson Albissú, escritor e diretor de cultura da Secretaria de Cultura de Mogi das Cruzes  e da ilustradora Teresa Galindo.
Obrigada e parabéns aos dois.
Forte abraço,
Regina Sormani


Perguntas de Teresa Senda Galindo para Nelson Albissú

1 - Nelson, eu o conheci como escritor, mas, você também exerce outras atividades artísticas?


R:  Sim. Além dos livros, que são mais de 50 de literatura infanto-juvenil, publicados e alguns premiados, sou cronista de jornais e de sites, dramaturgo com 16 peças encenadas, diretor e professor universitário de teatro. Tenho alguns livros de poesias publicados, componho com parceiros musicais e trabalhei cinco anos como roteirista de TV, de programa infantil e adulto. Também, como roteirista de longa-metragem fui premiado pelo  MinC.   

2 - Interessa-me seu processo de criação, e como começou seu trabalho com o público infanto-juvenil?

R -  Mais do que artista sou administrador, que foi minha primeira formação acadêmica. A razão me conduz e o meu processo de criação, mesmo quando espontâneo, é sempre alimentado pela pesquisa. Tenho de saber o que estou fazendo, o que quero fazer, para quem estou produzindo e qual a importância do resultado, para mim e para os outros.
Trabalhei 25 anos em indústrias. Só nos últimos 23 anos, atuo na área artística. Comecei escrever literatura infanto-juvenil para dialogar com os jovens sobre as questões da terceira idade. E isso foi relativamente fácil por eu adorar crianças e idosos, faixas etárias que, na época, recebiam pouca atenção da sociedade. 
  
3 - Eu sei que escritores costumam ter contato com o público através de trabalhos junto a escolas etc. Você tem recebido muitos feed-backs que estruturam novas produções?


R -  Todo feed-back é muito importante, torna-se referência e guia, tanto no teatro como na literatura. Sessões de teatro lotadas e vigésimas edições de livros, às vezes, têm o mesmo valor de uma simples declaração de um leitor ou de alguém da platéia, mas não chegam a estruturar novas produções.

4 - Como você se definiria, em relação a atividades em que atua?


R -  Sou artista e gestor de cultura. Tanto pessoalmente como profissionalmente tenho muito interesse por literatura, teatro, dança, circo, ópera, música, artes visuais e audiovisuais. Além disso, empenho-me pela preservação dos bens patrimoniais, sejam eles artísticos, culturais, paisagísticos, materiais ou imateriais. A cultura popular me encanta. Mas não abro mão dos textos clássicos. Tenho um olho na história e outro na contemporaneidade.



Perguntas de Nelson Albissú para Teresa Senda Galindo


1-     Fale-me sobre o seu estúdio.


R - Estúdio Douglas Galindo, de criação e ilustrações, é composto por Douglas, Teresa e Raquel, nossa filha.
Eu diria que o nosso estúdio tenha se iniciado no casamento. Douglas, diretor de arte em agências de publicidade, e Teresa, assistente de arte na  Abril  Infanto-juvenis, transformamos aquilo que foi um fracasso em algo que nos trouxe satisfação e provisão ao longo de mais de 26 anos.
Eu deixei meu emprego ao nascer meu primeiro filho, Douglinhas, e Douglas, junto com amigos, formou a empresa Motivation & Co., que se propunha a oferecer projetos de incentivo dentro das empresas, que não teve continuidade devido à situação financeira nacional em 1990, época  em que nasceu nossa filha Raquel.
Na ocasião, ilustrar livros didáticos era uma das poucas possibilidades de trabalho para nós. E foi uma oportunidade para me inserir na área que me encantava: a ilustração de livros infanto-juvenis.
A partir dessa situação começamos a trabalhar juntos, basicamente com ilustrações, fossem elas  publicitárias ou editoriais  e demais serviços de arte, passando das tintas e papéis para o design digital.
Nosso portfólio consiste de ilustrações de centenas de livros didáticos e para-didáticos, literários, jogos educativos, caricaturas, design e programações visuais, imagens corporativas etc.
Posso dizer que trabalhamos com o que gostamos, apesar das dificuldades comuns à categoria.
Temos o nosso estúdio em nossa residência, no Sacomã, bairro de São Paulo.


2 -     Como é o produzir em família?


R - É importante partir do princípio de que gostamos e desejamos estar juntos, pois essa situação não é fácil de se manter através dos anos. Douglas e eu tínhamos formações, capacitações, experiências, personalidades diferentes. Ele é apaixonado por cinema e HQs americanos, eu cresci lendo mangás japoneses e algo acadêmico; ele é expressionista nos traços, eu gosto de aquarelas delicadas… e juntos desenhando apressadamente livros de ciências, matemática, literatura, espanhol… tínhamos que tomar muito cuidado para não criarmos monstrinhos… 
Trabalho a quatro mãos, e depois a seis… rsrsrs… é necessário muita organização, tolerância, respeito mútuo e abnegação. Aprendemos a trabalhar juntos respeitando os limites individuais e ainda gerando ambiente saudável para o convívio familiar.
Sim, tivemos muitos momentos de tensão e divergências, mas em meio a isso fomos descobrindo os dons mútuos e a sermos um, sem contudo deixarmos de ter nossa identidade própria. Com certeza a nossa diversidade também favorece maior área de atuação.
A Raquel já nasceu nesse ambiente e viveu toda sua vida em meio a aerógrafos, papéis, livros, mas especialmente com computadores. É o seu ambiente natural.  
Não posso deixar de citar nossa vida espiritual, que nos faz andar dentro de valores e princípios que favorecem esse caminhar unidos. 
Obs.: o nosso filho Douglas não trabalha conosco. Ele é especial, o que requereu do pai encargo de estar mais próximo, e isso acabou dando forma ao nosso estilo de vida.


3 -     Como tem sido o seu processo de criação?


R - Acho importante definir duas áreas de atuação: o material didático e o literário. O primeiro necessita de adequação ao que é solicitado, onde há muito pouca criação e sim informação. Qualquer informação supérflua ou deficiente nesse caso se torna ruído ao aprendizado. Já o literário permite maior liberdade, mas eu acho muito importante respeitar o autor, colocando-se em seu lugar, para não descaracterizar sua obra. E respeitar o leitor, que espera o melhor de mim, e a minha intenção é realmente encantá-lo!  (eu diria que o ilustrador é um servo do autor e do leitor)
Visto isso, eu tento ver um livro como uma obra integral, da capa, as ilustrações do corpo e até a paginação. Tenho tido apoio das editoras para desenvolver todo o design, e sempre quando posso, trabalho em aquarela, papel e tinta, com alguma valorização no momento da digitalização.
Geralmente, as primeiras imagens que me vêm ao ler um texto são o que dão direção ao todo, mas leio várias vezes depois para não deixar passar detalhes importantes. E faço bonecos, traço rafes, levo bastante tempo preparando essa parte.
Ter empatia com o texto e um tempo de qualidade são imprescindíveis para um bom trabalho, ao meu ver. 
E dependendo do assunto, há um extenso trabalho em coletar referências, pesquisar o melhor estilo, desenvolver personagens. Enquanto isso, vou sentindo a obra. Ao iniciar as ilustrações propriamente ditas, elas já estão prontas na minha cabeça.


4 -     Qual é a sua relação com a literatura infantil?


R - Eu me considero antes uma consumidora a produtora de literatura infantil.
Fui formada por uma mãe, excelente contadora de histórias (em japonês, rs), que trouxe montanhas de revistas e livrinhos ricamente ilustrados em sua bagagem para o Brasil, e tive contato logo cedo com lápis de cor e desenhos. Cresci lendo os quadrinhos japoneses "mangás", e na escola tive acesso a uma literatura de alto padrão. O meu sonho era ser desenhista de quadrinhos ou de livros infantis. 
Acabei enveredando por acaso em publicidade, até que na década de 80 entrei na Abril e conheci muito sobre arte-final, os processos gráficos, muitos artistas da casa e li muitos gibis, rsrs…
Nunca deixei de comprar livros infantis e também adultos, e ainda tenho-os todos! Gosto de ter livros ao meu redor.
Poder ilustrar livros infantis é realização de sonho, e tenho acrescentado a isso escrever e ilustrar meus próprios livros! Tenho pilhas de projetos que ainda não passaram pro papel.
Eu reconheço na Literatura, em especia,l a Infantil, uma fonte riquíssima de transferência de idéias, sonhos, informações, além de seu conteúdo lúdico, para formação do caráter das pessoas que irão gerar as próximas com sabedoria e coração sensível. É como posso contribuindo para um mundo melhor.




sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Quem Conta um Conto

Olá!
Antes de mais nada, FELIZ 2012 para todos!
Nada melhor para começar o ano que um poema. Passeie por Fernando de Noronha através da poesia da Fábia Terni, amiga e escritora paulista.
Bom passeio!


Fernando de Noronha,
O Verde, O Azul e o Infinito


Somos ilhas oceânicas;
arquipélago distante
perdido no imenso
dos mares cor de jade;
santuário de aves marinhas,
maior ninhal do Atlântico,
paraíso da humanidade.

Maior ponto de encontro
dos golfinhos rotadores
que emergem às centenas
em graciosas piruetas,
bailarinos em compasso das ondas.

O cometa estelar,
plana a ave de maior encanto
sobre mil peixes listrados,
arco-íris flutuantes,
agulhas e voadores,
nadam no mar ondulado.

Mar ondulado, bordado
por rendas finas e brancas
brancas e espumantes;
embalam conchas e algas,
tartarugas e peixes viajantes.

Apinhadas nos rochedos
viuvinhas e trinta réis
sobrevoam baías azuis
azul anil, azul turquês ....
verde talvez.

Numa falésia oca,
o mar entra e fica preso
comprimido na gruta
sem poder escapar.
De repente a água recua;
e um “leão” da seu gemido,
um urro de assustar.

Sou um colar de esmeraldas
e azul turques no levante;
cor de fogo no poente,
onde o Sol pincela ondas
e os últimos raios dourados
iluminam a entrada
do palácio de contos de fadas.

Imprimirei para sempre
na memória do ser humano,
um instante transparente
do Infinito,
perdido entre a Terra
e o oceano.

Até Fevereiro, então, com mais um conto, poesia, causo, ilustração ou o que mais vier; contanto que seja ponto de união dos associados.
Eliana Martins