sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

QUINTAS — 47

Marciano Vasques
  

ARTE QUE SE DIZ ARTE
 
 

Que distância pressinto na relação estética para com a vida no cotidiano!

A arte e a cultura estão distantes sem ao menos se darem conta de que faz parte da vida a busca pela estética, pela arte.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Quem conta um conto...

Ai! Que medo!

A casa tinha uma espécie de porão, ao qual se chegava por uma portinhola situada logo acima do piso acimentado onde a residência se erguia. Como esta portinha não tinha mais do que sessenta centímetros de altura, nenhum adulto se atreveria a tentar passar por ela. Já as crianças... não só foram explorar o tipo de porão, como também oelegeram “Clube da Cambada”. Era lá que se faziam as reuniões da turma quando o assunto era “Proibido para maiores”.
Havia regras restritas para o uso do clube: nada de estranhos, nada de adultos; só se podia entrar quando não houvesse olheiros por perto; a porta tinha que ser mantida fechada, só sendo aberta exclusivamente para permitir a entrada ou a saída dos sócios.
- Mas como seria possível respirar lá dentro?
Na fachada da casa, à altura do chão, havia uma grade de 30 por 40 centímetros, que permitia uma entrada parcimoniosa de ar...Por isto, dependendo do número de presentes, as reuniões só podiam durar, no máximo, de vinte a trinta minutos, a menos que se deixasse a portinha entreaberta, o que já se sabe que era proibido... (repararam no “exclusivamente” do segundo parágrafo?).
Conseguiram levar para o Clube um caixote que servia de mesa, meia dúzia de tijolos que viraram assentos, uma vela, uma caixa de fósforos e dois pares de semáforas. Todos os sócios aprenderam a linguagem semafórica e assim passavam mensagens, como os escoteiros quando se comunicam à distância
O problema se deu quando um dos sócios esqueceu de fechar a portinha, quando saiu do clube. A princípio, ninguém notou nada, mas, quando a ninhada nasceu, o primeiro que entrou no clube no início da noite, ouviu uns ruídos indefinidos. Ele tinha ido buscar o Manual do Escoteiro, pois não tinha ainda decorado o alfabeto de semáforas.
Na escuridão do porão, qualquer ruído tomava proporções assustadoras. Com o medo que deu nele, não encontrou a caixa de fósforos e acabou dando o grito fatídico:
-Ai! Que medo!
Foi o bastante para a gata, que estava tentando acomodar seus cinco filhotes no vão da grade de respiro do clube, assustada, passar pelas pernas do não menos assustado sócio.
 O menino saiu espavorido do porão, espalhando por toda a redondeza, que tinha sentido a presença de um fantasma no Clube.
Adeus Clube da Cambada, agora proibido para maiores e... para menores. Só ficou dele uma vaga lembrança na memória de quem o frequentou...


 Autora: Mariluiza Campos   

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Um livro do qual gostei muito

Pepa
a gata que queria ser gente

Autora: Maria Aparecida de Mello Calandra
Ilustrações: Nilceia Pereira
Editora Edicon

O argumento vem do cotidiano: uma família, os bichos que fazem parte dela, a vida no litoral e a súbita mudança para o interior. Animais de diferentes espécies convivem em harmonia e Penélope, a gata da casa, teria tudo para sentir-se feliz. Mas, quem sabe por causa da mudança, que os gatos detestam; talvez por ser tão sonhadora, animal da noite, da Lua e das estrelas, Pepa não está feliz e quer mesmo é virar gente. Esse é o grande sonho que persegue, mais almejado a partir do momento em que conhece Éric.
Esse é o pretexto narrativo qua a autora usa para falar sobre a vida em comunidade, inclusão, trabalho e responsabilidades, adaptabilidade, sociabilização, desigualdade social, drogas, prostituição, aliciamento de menores, amor, cooperação, altruísmo e preservação ambiental, de forma mais evidente. Há outros aspectos mais sutis como a questão da escolha entre dois caminhos (aquele dos outros sempre parece mais florido) e a reflexão sobre a própria escolha; a oportunidade de aprender com a experiência...
Eu li esse livro e gostei muito, mas por quê? Simplesmente porque tudo isso é relatado de maneira tão natural, tão real, mas, ao mesmo tempo com uma linguagem leve e poética, bem cuidada e sem mistérios e isso me encantou, assim como imagino que encantará os pequenos leitores.

Nilza Azzi
nilzaazzi@gmail.com

Quem conta um conto...

Todo mundo já ouviu dizer que: quem conta um conto, aumenta um ponto.
Por isso, juro que o que vou contar agora é a mais pura expressão da verdade, mas, se vocês quiserem passar adiante, aumentando um ou dois pontos, tudo bem. Combinado?
Acho que eu já disse, algumas vezes, que minha mãe era uma grande contadora de histórias. E que, sentada à beira do fogão de lenha, menina ainda, ouvi histórias e relatos incríveis que minha mãe contava, enquanto preparava o café da manhã para a família. Mas, a história, ou melhor, o conto de hoje, ouvi do meu pai, Hercules Sormani, carinhosamente chamado pelos amigos de "seu" Lano.
"Seu Lano", morador da pequenina cidade de Agudos, no interior do estado de São Paulo, já era casado, tinha filhos, já dirigia, quando resolveu tirar carteira de motorista. Em Agudos, naquela época, muitas décadas atrás, a carteira de habilitação era fornecida pelo delegado, importante autoridade da cidade. E lá foi meu pai, certa manhã, para a delegacia solicitar um exame para se habilitar a dirigir.
Lá chegando, havia uma multidão se acotovelando na pequena sala. Ladrões de galinha, vizinhos briguentos, jovens que haviam quebrado vidraças jogando bola, enfim, ocorrências típicas de uma cidadezinha do interior. Empurrando aqui e ali, "seu" Lano conseguiu chegar até o delegado e explicar o que queria. O delegado, muito atrapalhado em meio a tantos problemas, chamou um ajudante e ordenou:
— Sampaio! O "seu" Lano, cidadão aqui presente veio tirar carteira de motorista. Hoje, a coisa "tá" complicada por aqui. Então, você vai no meu lugar. Acompanhe este homem e observe como ele vai se comportar no teste. Quero a volta completa no quarteirão. Não deixe escapar nenhum detalhe, "tá" entendendo?
E lá foram, meu pai e o Sampaio para o temível teste do quarteirão. Na volta, o Sampaio se apresentou ao delegado, sorridente, missão cumprida.
— E então—perguntou a autoridade — "seu" Lano fez tudo certo? Como estava o trânsito?
Ele atropelou alguém?
— Tudo certo, sim senhor! O trânsito "tava" andando bem. Ninguém foi atropelado não senhor.
— Isso quer dizer que ele foi aprovado?
— Por mim, "tá" aprovado — assegurou o Sampaio.
Instantes depois, já com a autorização para dirigir em mãos, "seu" Lano entrou em casa soltando boas risadas. Minha mãe e meus irmão estavam ansiosos para saber das coisas. O teste tinha sido difícil? Qual o percurso? O delegado era muto bravo?
Meu pai, rindo sem parar, contou o que havia se passado, enfatizando que fora o Sampaio quem o acompanhara no teste do quarteirão.
— E foi tudo bem?— minha mãe perguntou.
Meu pai respondeu:
— Melhor não poderia ter sido. Nunca ninguém tirou a carteira assim, tenho certeza.
— Ora, não entendi...
— É que eu e o Sampaio demos a volta completa no quarteirão. É verdade! Só que demos a volta...a pé.


Um forte abraço,
Regina Sormani

PÁGINA DO ILUSTRADOR - 17 - ANDREA EBERT

PÁGINA DO ILUSTRADOR - 17 Nesta edição : Andrea Ebert



A ilustradora nascida em São Paulo que mora em Natal-RN desde 1996 traz para os navegantes do Blog AEILIJ Paulista as imagens do livro "
Duelo Danado de Dandão e Dedé - cantoria em trava-linguas"
, escrito por Lenice Gomes e Arlene Holanda - Editora Elementar Sinopse do livro:
"Um maravilhoso duelo sertanejo, cujas armas são violas e rimas fiadas. Dedé e Dandão, dois cantadores de primeira, enfrentam-se num desafio danado, de dar nó na língua de qualquer um, com trava-línguas e muitos versos. Animação sem parar e uma dúvida: quem será o vencedor?"




Palavra da ilustradora:

"Todo o livro é escrito com trava-língua - e percebi que tinha um ritmo seco e duro e como fossem recortes. Então decidi fazer o livro todo com recortes. No texto também havia um duelo - sempre um positivo e negativo, isso ficou mais interessante porque na hora que eu cortava um figura, sobrava o negativo que também servia para a ilustração. "




Técnica:
"Usei papel, cortiça e tecido. Achei que seria mais prático cortar com bisturi e comprei muitos bisturis. Usei uns 3 e agora tenho um estoque de bisturi no estudio."




Realização:
"Gosto muito do trabalho da artista Mira Schendel e neste livro tem uma página que me senti "A" Mira Schendel.

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Para conhecer mais sobre o trabalho de Andrea Ebert acesse:
http://www.andreaebert.com.br

e-mail:
contato@andreaebert.com.br
84 9901-2262
84 3207-3473


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TODOS OS ILUSTRADORES ASSOCIADOS DA AEILIJ NO BRASIL INTEIRO PODEM PARTICIPAR DA PÁGINA DO ILUSTRADOR, PARA TANTO, MANDEM IMAGENS E EXPLICAÇÕES PARA O E-MAIL contato@danilomarques.com.br

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Canto & Encanto da Poesia


SALTA AQUI, SALTA ACOLÀ

Nas árvores, salta o macaco.
Enrola o rabo no galho,
Pula e não cai no buraco.
O gato pula no muro.
Pula no escuro.
Ele é esperto!
Só pula no lugar certo.
O sapo balança o papo.
Salta dentro da lagoa,
Cai de quatro, coaxando:
Água boa! Água boa!
Gente, mas quanto salto!
Quem é que pode medir
O pulo mais alto?

Esta poesia foi publicada pela Pioneira e faz parte do meu livro Rebenta Pipoca. Ilustrações do Marchi.

Regina Sormani

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

QUINTAS - 46

 ALGUÉM ME ADICIONA?


Curiosa essa ilusão que o Orkut proporciona. A primeira vez que acessei o site de relacionamento vi uma amiga expondo fotos dela com a família nas praias do Ceará. Aquilo foi para mim intrigante: porque alguém faz isso?
Depois, aos poucos fui me dando conta da ilusão gigantesca que arrebanha as pessoas. Todos ficam por demais surpresos quando alguém responde que tem o Orkut. Claro que logo no início considerei por demais terrível de chato o tal site, mas segui em frente e fui compreendendo a ilusão. Continuou não tendo graça para mim, mas é ilusório sim. Todos sonham e imaginam que são celebridades ou coisa assim. Muitos atribuem a si uma importância que só o Orkut pode dar. Outros apenas querem amigos, querem encontrar os amigos que não conseguimos mais encontrar no cotidiano, ali mesmo, tão perto, na rua, na vizinhança, no local de trabalho, na escola...
Claro que a palavra "amigo" ali no site é um equívoco, mas o que tem de gente que aparece pedindo para ser adicionado. E fiquei boquiaberto ao descobrir que tem gente com mais de uma centena de amigos. Não acredita? Dê uma espiada.
Para os pobres, os simples, para o povo, tem o Orkut. Vendo que para mim não tinha sentido, resolvi deixá-lo.
Minha amiga usa o Orkut porque assim, diz ela, vai observando e acompanhando os movimentos do filho. Ok. E outros usam porque necessitam do site, para manter contato com os amigos... O site serve para muitas coisas. Tem as comunidades... O mundo jamais será o mesmo depois do Orkut. Jovens adolescentes fulguram seus rostos em súbita alegria quando respondo que tenho o Orkut. É, tenho.
Realmente, recentemente resolvi voltar ao Orkut e lá estou. Críticas impiedosas recebi da família. "Um escritor jamais deveria estar no Orkut!"... Realmente, às vezes cometo alguns erros na minha carreira literária...
Nas bancas de jornais a Revista "Caras"! Em casa, ali mesmo, tão perto, tão dentro, o Orkut. E vamos formar uma corrente de relacionamentos. Alguém me adiciona?
"A ilusão é a mãe da vida", alguém cantou.

Marciano Vasques

MURAL 16 - FEVEREIRO DE 2011


NÚMERO 16 - FEVEREIRO DE 2011

O Mural é uma agenda cultural postada todo início de mês,
porém, editada ao longo do mês conforme os eventos surgem.
A agenda das bibliotecas é renovada semanalmente.
Amigo associado de qualquer cidade do Estado de São Paulo, contribua...
aguardamos notícias dos eventos do interior.


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ENTREVISTA
COM ALINA PERLMAN
NO PROGRAMA METRÓPOLIS
DA TV CULTURA


DESÇA ATÉ O FINAL DESTA POSTAGEM E ASSISTA A CHAMADA E A ENTREVISTA

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ABERTAS AS INSCRIÇÕES PARA O 5º CONCURSO CULTURAL DA TURMA DO GABI – DESENHO

Já estão abertas as inscrições para o “5º Concurso Cultural da Turma do GabiDesenho” e vão até o dia 30 de Junho. Este ano “Bichos” foi o tema escolhido para a elaboração dos desenhos. Podem participar crianças e jovens de todo o país com idade de 9 a 14 anos. Os desenhos devem ser feitos em papel ofício e enviados para o Casarão Cultural Pau Preto: Rua Pedro Gonçalves, 477, Jardim Pau Preto, CEP: 13.330-210, Indaiatuba, SP. A premiação para os três melhores trabalhos serão um MP3 e um kit de revistas da Turma do Gabi (Ed. Júpiter II / Emt). A exposição com os trabalhos selecionados estará acontecendo de 04 a 31 de Julho no Casarão Cultural. A realização é do EMT Estúdio Moacir Torres, com o Apoio da Fundação Pró-Memória e Prefeitura Municipal de Indaiatuba. Veja o regulamento no site: www.turmadogabi.blogspot.com

Maiores informações: (19) 3875-8383 – 3834-6319. Participe!

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BIBLIOTECA DE EMERGÊNCIA :: PROJETO CARRINHO DE MÃOTECA



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CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS COM CLÉO BUSATTO NA LIVRARIA CORTEZ



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ESPAÇO GOURMET – DELÍCIAS DA LITERATURA ORAL


Encontro que simula um ‘restaurante literário’ cujo ‘cardápio’ é composto por declamação de cordéis, contação de “causos”, adivinhas, parlendas, trovas e trava-línguas.
Biblioteca Pública Belmonte. Dia 25, 14h. Grátis

Rua Paulo Eiró, 525
Santo Amaro - 04752-010
Telefone: 11 5687-0408 e 115691-0433
Horário: 2ª a 6ª feira, das 8h às 17h; sábado, 9h às 16h
bmbelmonte@yahoo.com.br


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PROGRAMAÇÃO LITERÁRIA OLIDO
Galeria Olido - Vitrine da Dança. Centro. 2ª. Grátis

Avenida São João, 473
Térreo ao 2º andar
Telefones: 3331-8399 ou 3397-0171


A cidade de São Paulo é tema dos encontros literários deste mês.
Não é necessário retirar ingresso.

CONFRARIA DA LEITURA
Encontro para leitura de crônicas de Mário de Andrade sobre a cidade de São Paulo. Na ocasião, serão distribuídas cópias de dois contos de Isabel Allende para serem comentados na primeira segunda-feira de março.
Dia 7, 18h30

SARAU DE LEITURA
Tema: Os Encantos e Desencantos deste Lugar.
Leitura de poemas e apresentação de músicas sobre a cidade de São Paulo.
Dia 14, 18h

BATE-PAPO
Com Vera Lúcia Dias.
A historiadora falará sobre a cidade de São Paulo. Na ocasião, será lida a obra Cronistas da Cidade – Adoniran, Caetano, Geraldo Filme, Paulo Vanzolini, Rita Lee, seguida de bate-papo.
Dia 21, 18h30

CONTOS NA BOCA DA NOITE
Com Rita Marques.
Serão narrados “causos” da cidade de São Paulo.
Dia 28, 18h30

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CONFIRA O BOLETIM LEITURAS, DE PAULA CAJATY:

clique aqui

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SAIU O PRIMEIRO NUMERO DO JORNAL LITERÁRIO SOBRECAPA, DE ANA CRISTINA MELO

clique aqui

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ENTREVISTA
COM ALINA PERLMAN
NO PROGRAMA METRÓPOLIS
DA TV CULTURA

CHAMADA



ENTREVISTA