sábado, 23 de fevereiro de 2013

Técnicas de Ilustração -05 -


Este desenho é a capa de um livro que vai sair em breve, tenho uns livros a lápis de cor, conforme a boa literatura infantil gosta, mas é aquilo, lápis de cor é pintar e pronto, eu não saberia muito explicar o que fiz, cheguei, desenhei e colori, rs...
Então escolhi um desenho de coloração digital que dá pra mostrar os passos, primeiro o desenho a lápis, e então faço a arte final (contorno) a nanquim e escaneio, depois no photoshop trato a imagem, reforçando as falhas no preto e tirando manchas e sujeiras; depois duplico a camada , fazendo duas; a de cima eu transformo em multiply, que deixa o branco transparente, ficando só o contorno, então a de baixo eu jogo os baldinhos de cores nos espaços. Uma camada ainda por baixo traz as cores do chão e do céu separadas; então após os baldinhos, duplico a camada colorida, agora com a ferramenta de pincel vou fazendo variações nas cores para dar volume, sombra, luz e etc. A camada superior que tem somente o contorno é porque quando a gente colore perde muito do contorno, então esta camada garante que o contorno permaneça.

Obrigadim, Regina! :)


Danilo Marques


sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Pé de Meia Literário



QUEM LÊ ESCOLHE

Breves anotações críticas sobre o processo centralizado de escolha e compra de livros

Recentemente, a Secretaria Estadual de Educação de São Paulo divulgou em seu site uma nota sobre um de seus processos de escolha, compra e distribuição de livros para as escolas de sua rede oficial. As informações ligeiras, ali presentes,  sobre o processo todo  davam conta de que a) houve inscrição de um grande número de livros; b) houve um primeira triagem; c) a seleção final apresentada já como definitiva continha um número muito pequeno de títulos, comparado com os inscritos e d) não houve nenhuma menção ao processo de seleção e nem apresentação gabaritada da equipe que fez a seleção dos livros. 
Mais uma vez, repetiu-se nesse processo relatado pela nota o que vem sendo prática comum dos governos, a propósito de “política pública de formação de leitores”: a) um edital de compra de livros é aberto, ; b) as editoras inscrevem livros, atendendo ao que é demandado no edital, principalmente no que diz respeito ao tipo de livro; c) os livros são selecionados por uma equipe (desconhecida dos participantes do certame); d) os livros são comprados (por preços baixíssimos) e e) os livros são distribuídos para as escolas. Esse é o trajeto de todos os processos governamentais centralizados, podendo haver uma ou outra variação aqui e ali. Cada um desses itens merece uma abordagem específica, mas pela contingência do espaço, vou limitar minhas considerações ao “item c”.
O lugar de onde falo é  o de um criador e mentor de projetos e programas de incentivo à leitura, entre os quais o Programa de Salas de Leitura das Escolas Municipais de São Paulo, entre todos o mais longevo e definitivo, a completar 30 anos em 2013, e o Prazer em Ler, do Instituto de Educação C & A, em parceria com o CENPEC, cujo início é datado de 2005..
Então, vejamos.
Considero que a distribuição de livros para as escolas tem crescido muito nestes últimos vinte anos. De igual forma cresceu a produção editorial e o número de casas publicadoras, bem como a entrada nesse mercado (publicações para escolas) de empresas estrangeiras. Deixou de ser uma mera distribuição de recursos pedagógicos para se transformar de uma só vez em um grande negócio e em política pública governamental para a formação de leitores. No entanto, o processo riquíssimo, que envolve muito dinheiro (público), carece aperfeiçoamento. Ouso fazer alguns comentários e sugerir alguns novos procedimentos.
Em primeiro lugar, temos que entender de uma vez para sempre que há muito mais relações entre arte e política do que pode supor nossa condição intelectual de criadores de cultura. E, nesse sentido, temos obrigação de estarmos atentos a todo o envolvimento político (uso aqui o termo “político”  num sentido amplo) que a criação, produção, distribuição e consumo dos livros escritos e ilustrados por nós pressupõe: da escolha do que escrever ao consumo leitor, passando por condições de criação/produção e pelas relações profissionais. Assim, não bastar pensar e criar. Há um longo processo que nos envolve e que precisa ser constantemente problematizado.
Adiante. Os editais de inscrição dos livros para seleção e compra, e posterior distribuição às escolas, têm direcionado a produção editorial de tal forma que já começa a ser constante a prática de produção de livros específicos para atender aos editais. Não sendo selecionados, esses livros não são editados. Na prática, isso significa que as compras milionárias estão dirigindo a criação. Cria-se para atender o objetivo do edital, aquilo que os autores do edital querem que as crianças e jovens leiam. Um jeito disfarçado de escrever por encomenda.
Depois de inscritos, conforme os critérios, de forma e conteúdo, dos editais, os livros, aos milhares são “avaliados” e selecionados. Nunca se sabe quem faz este trabalho, como se faz e quanto se ganha para fazer isso. Podemos apontar inúmeros questionamentos nessa fase. Quem são esses “avaliadores e selecionadores”? Como foram escolhidos? Por que estes e não outros? Por que estes e não os futuros usuários e leitores dos livros? Como é feita essa avaliação e seleção? É possível ler, com isenção e com competência, dentro de um espaço de tempo exíguo, centenas e milhares de livros? Quais os critérios para essa avaliação? Há um parecer sobre cada livro (que não seja um parecer formal, feito com base em uma matriz e vazio de significado)? Os interessados podem ter acesso a esses pareceres? Quanto custa aos cofres públicos esse processo?
Enfim, para quem quer democratizar a leitura, o processo de escolha dos livros é muito autoritário. Parte-se pressupostamente da visão de que os educadores não têm competência para escolherem os livros que lerão e  com os quais desenvolverão os seus projetos de formação de leitores. Em decorrência disso, há, pressupostamente, a necessidade de se contratar profissionais “especializados”, por conseguinte grandes conhecedores do que se produz no país, “sábios detentores de conhecimentos” que os educadores não têm. Uma postura equivocada.
Qualquer um de nós sabe que se aprende a escrever, escrevendo; que se aprende a andar, andando; que se aprende a nadar, nadando; que se aprende a pensar, pensando... que se aprende a ler, lendo. Certamente os educadores aprenderão a escolher os livros que lerão e com os quais trabalharão quando entrarem de cabeça no processo de escolha dos livros. Será participando ativamente da escolha dos livros e organizando o seu espaço de trabalho e projeto de formação de leitores, que todo educador crescerá como educador e como leitor. Ele tem que ter a autonomia (que o atual processo não permite) para escolher os livros que julgar mais interessantes, mais bonitos, mais próximos, mais ousados, mais regionais, mais isto ou aquilo. Ele tem que ser o protagonista da escolha dos livros (que o atual processo não permite). Essa autonomia e esse protagonismo devem fazer parte obrigatória e prazerosa do processo de manuseio, conhecimento, leitura, análise e seleção dos livros com os quais vai conviver no seu futuro pedagógico de formador de leitores.
Um dos argumentos em favor da seleção e compra centralizada é a facilitação da negociação e barateamento do custo. Facilmente descartado: a compra pode ser feita de modo centralizado e a escolha pode ser feita regionalmente, pelos futuros usuários/leitores. Já temos experiência exitosa nesse sentido: a seleção bilionária dos livros didáticos é feita pelos futuros usuários e a compra centralizada. E nem por isso se perdeu a qualidade dos livros assim selecionados; pelo contrário, a qualidade desse material tem melhorado muito.
Ainda há outro problema nesse processo: a emissão de pareceres vazios de significados é um deles, conforme aponta uma das associações de autores de livros didáticos. Isso tem que ser revisto. Todos devemos ter o direito de saber porque um livro não é escolhido, que razões sustentam essa proibição  (mesmo que no mercado aberto ele seja sucesso de venda e de leitura)
Não vou fazer, neste breve espaço, considerações sobre o problema de compras centralizadas no Brasil, lobies e mau uso do dinheiro público, matéria fartamente divulgada na imprensa, pois não é o objetivo imediato. Mas pode ficar na pauta.
Nesse sentido, fazendo considerações finais, podemos avançar na direção:
a) de editais menos fechados fugindo da prática  de  determinar que tipo de livro pode ser inscrito;
b) criar um cadastro eletrônico de sinopses e avaliação assinada e responsabilizada de livros;
c) escolha localizada dos livros:  e
d) compra centralizada. 
Esse processo seria intermediário enquanto não chegamos ao processo totalmente democratizado de repasse do dinheiro para que as escolas/equipamentos escrevam os seus projetos, selecionem o material desejado e façam a compra diretamente, como muitos programas já existentes de “dinheiro direto para a escola”.
Razões como as expostas aqui, me levam a propor o movimento literário QUEM LÊ ESCOLHE, um  exercício da autonomia e de liberdade na formação de educadores e  leitores competentes .

EDSON GABRIEL GARCIA
Escritor e Educador

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

MURAL 36 - FEVEREIRO DE 2013


 
NÚMERO 36 - Fevereiro de 2013
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NOTICIAS DE ASSOCIADOS
Colega associado, de toda parte do Pais e fora,
 se tiver uma noticia para nós,
por favor nos envie para que possamos divulgar.
Jamais se sinta desprezado;
sua noticia pode não estar aqui
porque não sabemos a respeito dela,
nos ajude.
Obrigado. 

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CONCURSO DE TEXTOS
FUNDAÇÃO DORINA NOWILL
ULTIMOS DIAS DE PRAZO


Participe do Concurso Descreviver 2013, promovido pela Fundação Dorina!
Escreva um conto de até duas páginas com o tema “O Braille e Eu” narrando a sua relação
com o Sistema de leitura Braille.
Envie o seu conto até 25 de fevereiro de 2013.
 
Por e-mail para concursocultural@fundacaodorina.org.br ou
Pelo correio para Centro de Memória Dorina Nowill – Rua Doutor Diogo de Faria, 558 – Vila Clementino – São Paulo/SP CEP: 04037-001.




 Confira mais informações AQUI.
 
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ROSANA RIOS
COMPLETA 25 ANOS DE CARREIRA LITERÁRIA
E COMEMORA COM SEU LIVRO DE NÚMERO 130



"No dia 16 de março vou lançar meu livro número 130: "Contos de Fadas Sangrentos", coletânea de recontos que pesquisei, com cinco histórias clássicas e assustadoras...
Esse lançamento comemora meus 25 anos escrevendo livros para jovens e crianças, saga que começou em 1988 e parece que não termina mais...
Apareçam para comemorar comigo e comer bolo!

Quando: 16 de março de 2013, sábado, das 15h às 19h
Onde: Livraria da Vila - Rua Fradique Coutinho, 915 - Pinheiros
O quê: Tarde de autógrafos, Contacão de histórias, Palestra "Histórias Ancestrais: Raízes dos Contos de Fadas", coquetel e BOLO!

Todos os amigos são bem-vindos, sua presença me fará muito feliz."
Rosana Rios
CONFIRME SUA PRESENÇA 
NO CONVITE FEITO PELA AUTORA NO FACEBOOK, 
CLICANDO AQUI!

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ACADEMIA ARGENTINA DE LITERATURA INFANTIL
COMPLETA UM ANO DE INTENSA ATIVIDADE


Fundada em 15 de fevereiro de 2012 e integrada por escritores, professores e outros profissionais dedicados à infância e juventude interessados no desenvolvimento de LIJ no território argentino e em todo o mundo, a Academia Argentina de Literatura Infantil e Juvenil, acaba de completar um ano de atividades voltadas para a satisfação de seus objetivos e de sua missão institucional, dentre as quais o intercâmbio no tocante a temáticas correlatas com entidades congêneres na América Latina. Maiores informações podem ser acessadas em seu sítio internet (aqui). Vale a pena conferir e estabelecer contato!



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TREVO DE LEITURAS
AS MELHORES RESENHAS
DE LITERATURA INFANTIL E JUVENIL

Nossos autores resenhistas de fevereiro são:
Alexandre de Castro Gomes lê Medo dó de medo monstro, de Hermes Bernardi Jr...

... que lê Caixinha de guardar o tempo, de Alessandra Pontes Roscoe...

... que lê Histórias a quatro patas, de Alexandre de Castro Gomes.


A edição do mês traz uma novidade: além da tradicional capa do livro resenhado também incluímos mais uma 
ilustração para deleite dos apaixonados por livros. O despertar da ideia veio carinhosamente com a intenção de dar visibilidade ao trabalho do ilustrador.  


CLIQUE AQUI!


Coordenação do Trevo de leituras:
Cristina Villaça e Naná Martins



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OUTRAS NOTÍCIAS DE LITERATURA
INFANTIL E JUVENIL
VOCÊ PODE ENCONTRAR 
NO JORNAL 
SOBRECAPA LITERAL
AQUI

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Quem Conta um Conto

Fevereiro chegou: descanso, carnaval, bons livros.
Que tal um cafezinho para acompanhar a leitura?
Este mês trazemos um microconto da autora e ilustradora Nireuda Longobardi, com direito a ilustração!
Fechem os olhos e sintam no ar este delicioso aroma...

Meu café... Doce lembrança
Nireuda Longobardi

Por um momento observo a fumaça formar espirais.
O cheiro do café é agradável, desperta lembranças. Fecho os olhos e vejo... Eu, ainda criança, na rede, acordo ouvindo uma canção; sinto o aroma delicioso de café, vindo da cozinha. Fico mais um instante deitado, a contemplar aquele agradável momento.
Vou até a cozinha e vejo Mainha cantando, com sua doce e suave voz, enquanto segura a chaleira de água fervida no forno a lenha e, lentamente, passa o café pelo coador de pano. O mesmo café que ajudei a colher, que vi ser torrado e depois pisado no grande pilão. Olhando para minha mãe, peço sua benção.
Mainha diz: “Deus te abençoe, meu filho. Venha cá me dar um beijo” – Smack! – “Agora vá já lavar o rosto e escovar os dentes para tomar seu café da manhã, com tapioca e cuscuz de coco.”
De repente, abro os olhos. Ouço o telefone tocar e percebo que estou de volta ao meu escritório, em pleno coração de São Paulo, na Avenida Paulista.
O aroma do café é o mesmo. Mas o gosto de café com tapioca, aquele ficou na lembrança e não volta mais...

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Canto & Encanto da Poesia





Musa

Um anjo, uma mulher, bateu à minha porta,
com flores nos cabelos e uma forma alada.
Quisera que ficasse (o tempo não importa)
e, uma tarde qualquer, me desse a mão e nada

pudesse coibir que a trilha, embora torta,
surgisse à frente firme, em luz clara e dourada.
Na sua companhia, o amor sempre conforta;
a tepidez do abraço anula a madrugada.

Mas nunca coube a mim, ditar-lhe: “- Agora escolha!”
Apenas quis fruir do canto, um certo gozo,
enquanto perdurou, a ligação fatal.

Não posso reclamar, pois nunca me fez mal,
porém partiu, deixou-me, em círculo vicioso,
em volta da Poesia: a pétala e uma folha.

Nilza Azzi



A escritora Nilza Azzi é associada da AEILIJ  SP