quarta-feira, 29 de maio de 2013

Saiu na Revista do Observatório do Livro e da Leitura de 29 de maio de 2013


Dez motivos pelos quais você deveria ler todos os dias

Uma das práticas que os jovens consideram mais entediantes é a leitura. Não é raro ouvir reclamações sobre a obrigatoriedade da leitura, mesmo que algumas histórias surpreendam por atrair o interesse. Contudo, estabelecer o hábito da leitura pode trazer diversos benefícios para a vida, tanto no mundo acadêmico quanto na carreira. Confira a seguir 10 motivos pelos quais você deveria ler todos os dias:


1. Estímulo mental
O cérebro necessita treinamento para se manter forte e saudável e a leitura é uma ótima maneira de estimular a mente e mantê-la ativa. Além disso, estudos mostram que os estímulos mentais desaceleram o progresso de doenças como demência e Alzheimer.


2. Redução do estresse

Quando você se insere em uma nova história diferente da sua, os níveis de estresse que você viveu no dia são diminuídos radicalmente. Uma história bem escrita pode transportá-lo para uma nova realidade, o que vai distraí-lo dos problemas do momento.


3. Aumento do conhecimento

Tudo o que você lê é enviado para o seu cérebro com uma etiqueta de “novas informações”. Mesmo que elas não pareçam tão essenciais para você agora, em algum momento elas podem ajudá-lo, como em uma entrevista de emprego ou mesmo durante um debate em sala de aula.


4. Expansão de vocabulário
A leitura expõe você a novas palavras que inevitavelmente elas serão incluídas no seu vocabulário. Conhecer um número grande de palavras é importante porque permite que você seja mais articulado em seus discursos, de maneira que até mesmo a sua confiança será impulsionada.


5. Desenvolvimento da memória
Quando você lê um livro (especialmente os grandes) precisa se lembrar de todos os personagens, seus pontos de vista, o contexto em que cada um está inserido e todos os desvios que a história sofreu. A boa notícia é que você pode utilizar isso a seu favor, fazendo dos livros um treino para a sua memória. Guardar essa quantidade de informações faz com que você esteja mais apto para se lembrar de eventos cotidianos.


6. Habilidade de pensamento crítico
Já leu um livro que prometia um mistério confuso e acabou por desvendá-lo antes mesmo do meio da história? Isso mostra a sua agilidade de pensamento e suas habilidades de pensamento crítico. Esse tipo de talento também é desenvolvido por meio da leitura. Portanto, quanto mais você lê, mais aumenta sua habilidade de estabelecer conexões.


7. Aumento de foco e concentração
O mundo agitado de hoje faz com que sua atenção seja dividida em várias partes, de modo que manter-se concentrado em apenas uma tarefa torna-se um desafio. Contudo, livros com histórias envolventes são capazes de desligar você do mundo ao redor, fazendo com que sua atenção esteja inteiramente voltada para o que acontece na trama. Embora você não perceba, esse tipo de exercício ajuda você a se concentrar em outras ocasiões, como quando precisa finalizar um projeto urgente.


8. Habilidades de escrita
Esse tipo de habilidade anda lado a lado com a expansão do seu vocabulário. Assim como a leitura permite a você ser alguém mais articulado na fala, também vai ajuda-lo a colocar com mais clareza os seus pensamentos no papel. Isso vai dar a você a chance de produzir textos com mais qualidade, não apenas de vocabulário, como também correção gramatical e ideias mais ricas.


9. Tranquilidade
O fato de envolver você em uma história e livrá-lo do estresse cotidiano faz do livro uma ótima ferramenta para alcançar a paz interior. Nos momentos de estresse, procure se distrair do que acontece com uma história que atrai seu interesse. Isso vai acalmá-lo e ajudá-lo a melhorar seu humor.


10. Entretenimento a baixo custo
Muitas pessoas acreditam que o conceito de diversão está diretamente ligado aos altos custos de uma viagem ou mesmo de uma festa. Contudo, se você encontrar um livro que chame a sua atenção, poderá viajar sem sair da sua casa.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Colégio Miguel de Cervantes abre as portas ao público em Feira do Livro

O escritor Alexandre de Castro Gomes participará da 30ª Feira do Livro do Colégio Miguel de Cervantes, com entrevistas, dia 18/05, entre 10 e 11 horas.

Foto: Alex Gomes

Além do escritor Alexandre de Castro Gomes (Alex Gomes), serão entrevistados os autores Suppa, Eva Furnari, Cláudia Vasconcellos, André Neves, Guazelli, Rosana Rios, José Roberto Torero, Katia Canton, João Carrascoza, Toni Brandão, Antonio Skármeta, Reginaldo Pradi, Flávio de Souza, Cícero Sandroni, Luis Gê, Marina Colassanti, Luiz Ruffato, Beto Brant, Daniel Galera, Noemi Jaffe e Beatriz Bracher.

Além das entrevistas, haverá exposições, contação de histórias, sessão de autógrafos, conferências, oficina e recital.

Fonte: Alex Gomes

Sábado, dia 18, a feira é aberta ao público em geral

Horário: das 9h às 17h

Para ver a programação é só clicar no: Colégio Miguel de Cervantes

Mitos ao redor do mundo, no Espaço de Leitura - Parque da Água Branca


No mês de maio o Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo e o Espaço de Leitura apresentam:

Mitos ao redor do mundo

Veja a programação:



Nireuda Longobardi ministrará a Oficina de ilustração com tecido - Varal de Histórias e os Mitos do Brasil 


A oficina tem como objetivo despertar lembranças de histórias sobre mitos guardadas no fundo da memória. Os participantes contam uma história que conhecem, ou um personagem do folclore brasileiro. Após a contação, cada integrante vai desenvolver a ilustração da personagem escolhida com corte e colagem de retalhos de tecido. Para finalizar, os trabalhos serão expostos em um grande varal.

Sábado 18, e domingo 19, às 11 horas

Venha ouvir, contar e ilustrar histórias!

Local:
Espaço de Leitura
Parque da Água Branca
Rua Ministro de Godói, 180
Perdizes - São Paulo

Pé de Meia Literário


PÉ DE MEIA LITERÁRIO 



Por uma Teoria dos Buracos 

Dia desses, conversando com leitores jovens, em uma escola, diante do respeito cauteloso que eles vinham mantendo pela figura do escritor ali presente, não sei porquê comecei a falar de uma certa Teoria dos Buracos.
Pura bobagem. Mas o que é a vida senão um punhado de bobagens que cometemos procurando encontrar caminhos acertados?
Comecei propondo, claro, como toda teoria que se preza, um princípio geral que sustentasse o fundamento da argumentação: a vida é uma sucessão de buracos. Começa em um vazio e acaba em um buraco cheio de terra (ou de cinzas). Entre esses, há um desfile imemorável de outros buracos. Lembrei alguns, entre risinhos maliciosos e olhares distraídos: a fome (buraco no estômago), a saudade (buraco do coração); a ignorância (buraco no cérebro); o riso (buraco na seriedade); a raiva (buraco da ruindade); o sono (buraco da consciência); a pergunta (buraco da compreensão), a resposta (buraco da pergunta), o ponto final (buraco da falta de assunto), a fotografia (buraco da lembrança), o silêncio (buraco da palavra). A lista é longa, muito longa, tão longa quanto a vida.
Depois do princípio geral, disse que, como toda teoria, boa ou ruim, a Teoria dos Buracos tem lá algumas regras que garantem sua comprovação. E tratei logo de desfilar umas poucas dessas regras.
A primeira regra é que todo buraco existe em razão de uma necessidade. Um buraco para comer, dois buracos para ver, dois buracos para ouvir, um buraco para enterrar coisas, um buraco para o trem passar, um buraco para guardar a saudade, um buraco para tapar, um buraco para a ponte passar, um buraco para cobrir, um buraco para costurar... Não há buraco inútil. Outra regra, não menos importante do que a anterior, é que todo buraco tem uma textura, uma forma e uma beleza que lhe são peculiares. Há buracos grandes e pequenos, retos e redondos, nervosos e calmos. Há buracos rebeldes, que nunca querem companhia; há buracos pedintes que pedem insistentemente que sejam preenchidos. Há buracos exibidos tanto quanto há os buracos tímidos, escondidos, cheios de vergonha. Há buracos com mania de crise, todo tipo de crise. Os buracos nos conquistam. Os buracos têm lá sua beleza, nem sempre posta à mostra de imediato, mas que não resiste a uma busca meticulosa.Também pensei nessa formulação das regras da possível Teoria dos Buracos que todo buraco tem sua flexibilidade, permeabilidade e porosidade. Isso, os buracos têm de sobra. Que graça teria se os buracos fossem sempre os mesmos, sempre iguais, sempre monótonos. Buracos que se prezam são como os textos que lemos ou escrevemos: porosos, permeáveis, flexíveis. São armadilhas de formas e significados que se mostram, se abrem para nos receber, e depois nos envolvem e engolem. Nesse sentido, os buracos se parecem com uma oração: neles não certezas, só promessas.
Sem dúvida, não poderia deixar de apostar em uma regrinha simples, tão simples que sua simplicidade não a deixa ser esquecida ou desconsiderada: todo buraco tem uma existência própria, espaçada no tempo, e pode mudar sua forma, sua textura, sua beleza, sua flexibilidade e porosidade. O que um buraco foi ontem não será necessariamente amanhã. Talvez por isso, o buraco, qualquer que seja ele, se parece muito com o futuro: está sempre por ser feito.
Por último, propositadamente deixada para o final, me lembrei que há uma regra fundamental nessa teoria, aquela que diz da razão da sua existência: um buraco só existe porque em sua essência, sua contrapartida, há uma busca constante pelo seu preenchimento.
Bem... antes que me perguntem (ou pensem) que importância tem essa teoria quase inútil em nossa vida, nessa vida em que corremos o tempo todo atrás de coisas, objetos, sonhos, realizações, posses, contas bancárias, prêmios, figurar em listas, títulos, ideologias etc, me apresso em responder explicando: humanos que somos, passamos a vida toda procurando completar nossas lacunas e incompletudes. E aí, feito uma epifania atrasada, meio que encontro uma razão para a tentativa de criação da Teoria dos Buracos: a literatura é a matéria da criação humana que mais atende ao apelo dos buracos. É a literatura, entre todas as áreas do conhecimento humano, que parece ter sido concebida para satisfazer essa busca constante pelo preenchimento dos buracos. É com a literatura que se entra nos buracos, preenchendo-os e que enche de beleza essa forma seca de ser dos buracos. É pela literatura que navegamos nos buracos acomodando ou ampliando os seus limites, respondendo ou perguntado, esticando os olhares e moldando a audição em busca de compreensões. É a literatura que faz roteiros de viagens nunca antes feitas por sombras, espantos, descobertas, imagens, comparações. É a literatura que ativa a capacidade de criar, quando guardada em mentes dorminhocas, e a capacidade de tolerar o buraco maior de todos que é o sentido da vida. É a literatura, com seu jeito manso, mas intensamente explosivo, que arruma uma varinha de condão ou uns óculos de leitura capaz de permitir o entendimento da complexidade, da transparência, da rapidez, da fragilidade e da superficialidade da vida.
E a literatura, por não ser sólida – e por essa razão não se desmancha no ar – anda à procura de parceiros de caminhada. Ela também às voltas com os seus buracos.
Bem... fico feliz, se a esta altura da leitura ganhei mais um adepto da Teoria dos Buracos. Se não...sigo com os meus buracos e que a literatura me ajude. 


EDSON GABRIEL GARCIA

Escritor e educador

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Lançamento de livro e homenagem à Nelly



LETRASELVAGEM & CASA DAS ROSAS convidam para o lançamento da obra “ESCRITORES BRASILEIROS DO SÉCULO XX – Um Testamento Crítico”, de Nelly Novaes Coelho -

Data: 29 de maio de 2013 (quarta-feira), às 19 horas.
Local: Casa das Rosas (Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura). Av. Paulista, 37 (Metrô Brigadeiro) - São Paulo/SP - Brasil. Entrada franca.


HOMENAGEM:

Na ocasião, IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO e CYRO DE MATTOS (representando os escritores brasileiros) FÁBIO LUCAS e BENJAMIN ABDALA JR (pelo setor acadêmico) proferirão homenagem à professora NELLY NOVAES COELHO, pela passagem de seus 91 anos de idade e 50 de docência universitária e exercício da crítica literária. 


O LIVRO

Escritores brasileiros do século XX, de Nelly Novaes Coelho (Professora Titular da USP – Universidade de São Paulo), é a suma de 50 anos de pesquisas, leituras e releituras de obras apresentadas em cursos universitários, no Brasil, Portugal e Estados Unidos da América.
Segundo a Autora, foi a “Sorte ou o Acaso” que puseram em seu caminho os 81 escritores reunidos e analisados neste livro. Ao lado dos mais conhecidos (Amado, Graciliano, Rosa, Mário, Oswald, Veríssimo, Ubaldo, Loyola...) aparecem nomes que a insensibilidade crítica e o desinteresse do “mercado” colocaram numa espécie de “limbo” (Cornélio Pena, Adonias Filho, Deonísio da Silva, Murilo Rubião, Victor Giudice, Campos de Carvalho, Gustavo Corção, Alcides Pinto...) e outros que o desinformado (ou defraudado?) “público” precisa conhecer (Vicente Cecim, Olavo Pereira, Agrippino de Paula, Fausto Antonio, Guilherme Dicke, Mora Fuentes, Haroldo Maranhão, Samuel Rawet, Nicodemos Sena, Augusto Ferraz, Rui Mourão, Cyro de Mattos, Alaor Barbosa...).
No testemunho desses escritores manifesta-se a crise de paradigmas que afeta uma sociedade cansada de si, de Deus, das ideologias... e de todas as velhas e arraigadas crenças – mas que, entretanto, não parece ter ficado mais livre e feliz no caos liberticida e materialista em que o “mundo novo” (moderno ou “pós-moderno”) a engolfou.
Escritores brasileiros do século XX é, como diz o subtítulo, o Testamento Crítico de uma intelectual que sempre pugnou em defesa da língua e da literatura brasílicas, e por meio do qual a autora entrega um legado de conhecimento e sensibilidade crítica à atual e às novas gerações de leitores deste nosso imenso – mas ainda inculto – país.

TATIANA BELINKY: “Livro fascinante, fruto de amplas e profundas pesquisas, estudos, leituras e, claro, ideias, conclusões, hipóteses e mesmo perguntas da sua ilustre autora – esta incrível Nelly Novaes Coelho. Ela, a querida e sempre admirada mestra Nelly, com as suas posturas ético-filosóficas, ‘antigas’, contemporâneas, modernas e até ‘pós-modernas’, bem fundamentadas e eruditas, sem deixarem de ser otimistas”

A AUTORA

Nelly Novaes Coelho nasceu na capital de São Paulo, em 17 de maio de 1922, pouco depois da Semana de Arte Moderna. Pertence ao tronco dos Novaes, um dos mais antigos do Vale do Paraíba. Paixões desde a infância: música e literatura. Faz os primeiros estudos no Externato São José e estudos de piano com professor particular. Adolescente, completa o curso de pianista no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, onde foi aluna de Mário de Andrade, em História da Música, pouco antes de ele se desligar do cargo de Professor Catedrático. Dedica-se intensamente aos estudos de piano; vence o Concurso “Maestro Cantú” (para aperfeiçoamento pianístico na Itália), mas a sonhada carreira de pianista frustrou-se, por circunstâncias adversas (o início da II Guerra Mundial/1939 impede os fundamentais estágios de estudo na Europa e, terminada a guerra, em 1945, os caminhos já eram outros).

“Nel mezzo del camin”, já casada e mãe, outro projeto surge: o de tornar-se Professora. Volta aos estudos: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (Rua Maria Antônia/SP), área de Letras Neo-Latinas (Licenciatura, 1959). Concluído seus estudos, colaborou com o Prof. Luiz Amador Sanchez, titular do Deptº de Literatura Espanhola e Hispano-Americana.
Em 1960, inicia a carreira de docente universitária, como professora-assistente do Prof. Antônio Soares Amora, área de Literatura Portuguesa.
Em 1961, acumula esse cargo com o de professora titular de Teoria da Literatura, na Faculdade de Letras de Marília (onde lecionava nos fins de semana). Segue a carreira universitária: doutora em Letras (USP, 1967), livre docência (USP, 1977). Professora-adjunta (USP, 1981) e professora titular de Literatura Portuguesa (USP, 1985).
Nesse período, inicia-se como crítica e ensaísta literária, colaborando no Suplemento Literário de “O Estado de São Paulo”. Especializa-se em Literatura Contemporânea (portuguesa e brasileira). No decorrer da carreira acadêmica, entrega-se à docência e à crítica, publicando em jornais e revistas do Brasil e do exterior.
Como intelectual atuante, desde 1961 participa de congressos e seminários nacionais e internacionais, apresentando comunicações, posteriormente publicadas nos Anais. Em decorrência dessa atividade, torna-se membro de várias instituições culturais: APCA-Associação Paulista de Críticos de Arte (presidente em 1990); UBE-União Brasileira de Escritores de São Paulo; IHGSP-Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo; Instituto Internacional de Literatura Ibero-Americano (Pennsylvania/USA); APC-Association pour La Pensée Complexe (convidada por Edgar Morin); Fulbright Alumini Association (Washington-USA); AEILIJ-Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil e membro-correspondente de várias Academias de Letras nacionais.
Em 1964, como bolsista da Fundação Calouste Gulbenkian/Lisboa, faz seu primeiro estágio de estudos em Portugal, em pesquisas para embasamento de sua futura tese de doutorado sobre Aquilino Ribeiro.
Em 1966, inicia a carreira de escritora, com a publicação de O ensino da literatura, obra destinada à formação de professores, na área da Literatura, e que propunha princípios teóricos e respectivas práticas analíticas, visando a introdução dos estudos literários, desde as primeiras séries escolares, conforme exigência da nova Lei de Diretrizes e Bases nº 4.024/1961.
A esse livro de estreia seguem-se novos títulos, conforme foram sendo exigidos pelo desdobrar da carreira universitária e intensa participação em congressos, colóquios e estágios de estudos ou docência, realizados no Brasil e no exterior.
Como docente e pesquisadora, em 1970 ministrou curso de Cultura e Literatura Brasileira, na Faculdade de Letras/Lisboa e, em 1979, na UCLA-California University/Los Angeles (bolsista da Fulbright Foundantion/USA). Em 1980, em face do novo boom de Literatura Infantil em expansão, criou na USP-Universidade de São Paulo/Área de Letras o curso Estudos Comparados de Literatura Infantil/Juvenil (diurno/noturno, graduação/pós-graduação). Foi uma das pioneiras como docente a trabalhar com a interdisciplinaridade. Ministrou vários cursos de especialização na USP a professores de Ensino Médio a partir da literatura.
Ao longo da carreira, exerceu vários cargos administrativos ou acadêmicos:chefe-suplente do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da FFLCH/USP; vice-diretora do CEP-Centro de Estudos Portugueses/USP; membro fundador e presidente do CELIJU-Centro de Estudos de Literatura Infantil e Juvenil; diretora do CELAB-Centro de Estudos Luso-Afro-Brasileiros de LIJ; diretora da APCA-Associação Paulista de Críticos de Arte (setor Literatura) e outros. Sua obra publicada abrange dezenas de livros sobre Literatura Contemporânea, Teoria Literária, Estratégias de Ensino e Educação. Destacam-se O ensino da literatura, 1966;Mário de Andrade para a nova geração, 1970; Escritores portugueses, 1973;Escritores portugueses do século XX/Lisboa, 2007; Literatura e linguagem, 1974; Guimarães Rosa, 1975; Literatura: arte, conhecimento e vida, 2000; A literatura infantil, 1980; Panorama histórico da literatura infantil/juvenil brasileira, 1982 e 2006; Dicionário crítico de escritoras brasileiras, 2002; O conto de fadas(Símbolos/Mitos/Arquétipos), 2003; Primeiro dicionário escolar, 2005, e outros. Dentre as antologias: Ética, solidariedade e complexidade (Edgar de Assis Carvalho, Maria da Conceição de Almeida, Nelly Novaes Coelho, Nelson Fiedler Ferrara, Edgar Morin. 1998); Edgar Morin religando fronteiras (Edgar Morin, André Baggio, Nelly Novaes Coelho, Humberto Mariotti, Mauro Maldonato. Org: Tania M. K Rosing e Nurimar Maria Falci. 2004). Sua produção abrange ainda várias centenas de artigos e ensaios sobre literatura contemporânea do Brasil e Portugal, publicados em jornais e revistas nacionais e do exterior.
Entre os prêmios e distinções recebidos, destacam-se: Prêmio Internacional
Bocage (Ministério da Educação e Cultura de Lisboa/1966); Prêmio Especial/Ensaio-APCA, 1983; Prêmio Jabuti-Ensaio/Câmara Brasileira do Livro, 1975; Medalha Clara Ramos/UBE-RJ, 1993; Troféu Jaburú-Personalidade do Ano 1998/Conselho Estadual de Cultura, Goiânia; Título de Comendadora/UMATI-Universidade do Minho/Portugal, 1997; Troféu Vasco Prado/10ª Jornada Nacional de Literatura. Passo Fundo/RS, 2003; Medalha Imperatriz Leopoldina/HIGSP, março de 2001, e Comenda D. Pedro I/HIGSP, setembro de 2011.
Aposentada pela USP, em 1992, prossegue em atividade, dedicada à pesquisa e análise da Literatura Contemporânea Brasileira e Portuguesa em produção

Algumas opiniões sobre a obra e a personalidade da Profª Nelly Novaes Coelho:

“Dedicada à pesquisa e aos estudos literários, Nelly Novaes Coelho transforma a palavra literária em caminhos de orientação para o encontro eu-outro e a compreensão do ser humano. Do universo poético e ficcional em que atua com uma profícua análise literária, ingressa no plano da formação de alunos, pesquisadores e educadores de todos os níveis. Efetivamente, coloca em prática a sua convicção de que a literatura é instrumento de conhecimento do mundo, do eu e do outro”. (Cleide da Costa e Silva Papes, doutora em Letras pela USP-Universidade de São Paulo)
“Publicada em 1966, O ensino da literatura: sugestões metodológicas para o ensino secundário e normal, de Nelly Novaes Coelho, é obra integrada a um conjunto referencial obrigatório para qualquer estudioso da área de Literatura Infantil e Juvenil Brasileira, bem como para aqueles que se dedicam a questões metodológicas sobre o ensino da Literatura”. (Thiago Alves Valente, doutor em Literatura e Vida Social pela UNESP-Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho)
“Nelly Novaes Coelho tem sido ainda a persistente pesquisadora, sempre atenta aos problemas da educação. Seguindo as trilhas do pensador francês Edgar Morim, ela tem consciência da necessidade de uma reforma do pensamento através da educação para responder às questões complexas do mundo contemporâneo”. (Nurimar Maria Falci, mestra em Literatura Portuguesa pela USP).


sábado, 11 de maio de 2013

Homenagem às Mães



Mãe

Mãe… São três letras apenas
As desse nome bendito:
Também o Céu tem três letras…
E nelas cabe o infinito.
Para louvar nossa mãe,
Todo o bem que se disse
Nunca há de ser tão grande
Como o bem que ela nos quer…
Palavra tão pequenina,
Bem sabem os lábios meus
Que és do tamanho do Céu
E apenas menor que Deus!

Mario Quintana