sábado, 30 de junho de 2012

Canto&Encanto da Poesia - História mal contada -


HISTÓRIA MAL CONTADA

Quis fazer a quarta história
com rainhas bem malvadas,
princesinhas delicadas
e os nobres mais diversos.
Quis também fazê-la em versos.
bem rimada e na medida
pra ficar mais divertida
de contar para vocês.

No início, até foi fácil:
inventei que um certo conde
escondeu, sei lá eu onde,
o chapéu da princesinha,
a coroa da rainha
e a peruca da duquesa,
pra depois, por malvadeza,
por a culpa no marquês.

Foi então que o feitiço
virou contra o feiticeiro:
o tal conde, traiçoeiro,
do marquês roubou a rima
e depois, ainda por cima,
afirmou que duvidava
que eu achasse a tal palavra,
mesmo que levasse um mês.

Não gostei da brincadeira
mas fingi que nem dei bola...
revirei minha sacola,
espiei atrás do armário,
procurei no dicionário,
no chapéu, no meu chinelo
e por todo esse castelo,
com apuro e rapidez.

Vasculhei quarenta quartos,
cem caixotes, mil gavetas,
cento e trinta e três saletas
e um porão empoeirado.
Tudo em vão! Desanimado,
sem poder fingir mais nada,
eu gritei: “Que palhaçada
que o maldito conde fez!”

Eu já ia desistindo
quando tive uma surpresa:
descobri, perto da mesa,
um baú misterioso
que eu, muito curioso,
logo vi estar trancado,
mas um pontapé bem dado
fez a coisa abrir de vez.

Achei lá uma coroa,
um chapéu, uma peruca
e- que coisa mais maluca-
um gatinho siamês,
um cachorro pequinês,
uma taça de xerez,
um boné de lã xadrez
e o coitado do marquês.

O chapéu, dei pra princesa,
a peruca, pra duquesa,
 a coroa, pra rainha,
um ossinho pro cachorro,
uma anchova pro gatinho
e um golinho no xerez;
pus o boné na cabeça...
e dei adeus pro marquês!

Poesia de May Shuravel Berger,associada da regional paulista da AEILIJ
Livro: Na casa do curinga publicado pela Companhia das Letrinhas.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

QUINTAS — 65

FRAGMENTOS

Mastigando mágoas em vez de buscar um alimento mais nutriente para a alma. Assim se comportam alguns.
Mal sabem que talvez devesse ser melhor desbloquear a audição e passar a ouvir o que está além das asperezas.
Seria bom resistir aos insensatos confrontos do cotidiano, às intempéries inócuas, aos desacertos, e olhar no pasmo das coisas que realmente importam o desassombro da alegria que espreita e vela pelos nossos almejares.
É mais fácil se perder ou perder aquilo que jamais deveria escapar entre os dedos. Por isso é preciso firmeza e audácia.
O que já foi sonho, o que já foi ilusão. Nada disso deveria se desfazer nas nódoas diárias.
Voltar ao que sempre nos alegrou. Ao que nos trouxe a alegria particular. O que foi colhido nos momentos mais solitários, aquilo que jamais nos irá trair. Pois fez-se parte integrante do que somos e do que seremos sempre.
Tem algo que a multidão não leva, que a arrogância não consegue desbotar, que o tempo não conseguirá desfazer, destecer. Algo que não escolhemos, mas nos foi agraciado, nos foi ofertado na infância, e nos mais íntimos encontros com nossa existência.
Sou o que fui. Fui o que serei. O exato querer do recolhimento, das escolhas e da alegria. Só essa alegria como vela votiva, só essa alegria me persegue, me protege.
Anos foram necessários para que eu compreendesse que jamais estive na multidão.


Marciano Vasques

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Mensagem


Mensagem

Eu, a janela e a chuva

Finalmente o dia amanheceu nublado, preguiçosamente cinza. Coloquei as cachorras para fora, antes que a grama molhada as impedisse da voltinha matinal. Alimentei os gatos e fui à sacada ver do alto o que estava acontecendo na praça do outro lado da rua. Os marrecos gritavam uns com os outros desesperadamente: “Corram, corram, a chuva vai chegar logo, precisamos encontrar um abrigo seco e seguro”. E, em segundos, desapareceram pelos túneis verdes de arbustos empoeirados, que estalavam ansiosos.

Abaixo, no meu jardim, contemplei mais uma vez – como tenho feito há dias – o pássaro bicudo e alaranjado que está florescendo: a linda estrelícia que, vagarosamente, desperta em seu ninho de folhas verde-azuladas. Quando as primeiras gotas caíram de uma nuvem faceira, que não conseguiu esperar pelas amigas, eu vi a estrelícia abrir o bico e saborear o puro líquido do regador celestial. Acho que Ele nos presenteou com flores para sempre lembrarmos que temos alma, que existe muito mais importância nas Suas coisas do que nas que criamos.

Entro no meu quarto, e por que não, como se adolescente fosse, volto a deitar-me, mas antes abro a janela e convido a paisagem a invadir meu dia como se fosse um quadro moldurado em madeira. Vejo a palmeira comprida por onde escorre a água da chuva, agora muito mais forte, e escuto a música torrencial que acusticamente me isola do mundo, transformando as paredes da casa em braços de mãe que me protegem.

Eu amo a chuva. Quando chove, os vizinhos param de gritar, os cachorros não latem, telefones não tocam e os jardineiros desligam os cortadores de grama. Pausa. Aproveito o momento de solidão para esquecer-me dos afazeres e das preocupações. Nada mais existe além de mim, da janela e da chuva. A água, que purifica e acalma, tem esse poder de tirar todas as minhas dores. O sopro do vento conduz as folhas que marcham pela rua como numa manhã de sete de setembro. Com suas mãos, o vento lava os pés do mundo, em total humildade. O sol hoje está descansando no colo de outros povos, que o veneram depois de muitas águas.

Aqui, o ar úmido entra em nosso corpo, levando uma sensação de bem-estar aos pulmões tão cansados dessa seca recente. Água. Bendita água!

Aos poucos, a chuva cessa, e a paisagem refrescada continua a sorrir. Escuto, agora, não mais a água escorrendo pelos muros invisíveis do meu mundo, mas carros que passam vez ou outra, um vizinho caminhando com o netinho que gargalha ao pular as poças no meio-fio e os pássaros a cantar. Um canto de celebração. Eles também são gratos por esse dia molhado, um oásis no meio da semana seca.

Simone Pedersen

Simone é escritora associada da regional paulista da AEILIJ

sábado, 23 de junho de 2012

PÁGINA DO ROSPO — 6




REMOVER SIM, REMOER NÃO!










Ao encontrar um amigo, Rospo observa seu semblante cabisbaixo e para romper a mudez arrisca um diálogo.
O que está acontecendo, amigo?
Tudo anda difícil. Não consigo nem pensar direito. São tantas as dificuldades...
Sei, está remoendo.
E deveria fazer outra coisa?
Sim, tem sapo que neste mesmo instante está removendo.
Remoendo, removendo. Aprecia brincar com as palavras, não é, meu amigo?
Remover é mover novamente, mas também é um remo que movimenta o olhar. Remover pode ser remar a visão. Remover pode ser desentulhar a mente. 
Lembra do que me disse em nosso último encontro?
Perfeitamente. Nos despedimos sob José Ortega y Gasset...
"Eu sou eu e minhas circunstâncias", vive a repetir isso, Rospo.
Considero interessante. Mas compreendo também que a serenidade socrática nem sempre é possível. De qualquer forma, quero que saiba que entre se pôr a remoer e a remover, melhor sempre optar pela segunda.
Falar sempre é mais fácil.
Nem sempre. Às vezes, falar é o mais difícil.
Rospo, passei a vida inteira ornando o meu ser, e agora, estou numa indecisão tremenda. Todo desesperado.
Num certo momento, de nada adianta emplumar-se a alma, quer dizer, de nada adiantam solenidades. O que importa para o ser são os cuidados. Se você descuidou-se de si, não viverá o apogeu da alegria. 
Rospo, seja mais claro. Excesso de leitura deu nisso?
Ao contrário. A leitura torna o ser mais claro, mais objetivo, mais nítido...
E por qual motivo então do lado de dentro do muro tantos se tornam cada vez mais labirínticos, mais complicados, com o pensamento mais rebuscado, mais enigmático? Seria excesso de prevenção? Seria uma espécie de égide? Um escudo usado para se preservar da "ganância" popular em se adentrar no mundo da Filosofia?
Meu amigo, você está de bem com a vida, só não se deu conta. O que significa que está na hora de remover os entulhos que tanto o incomodam.
Sabe, Rospo, talvez eu necessite do amparo da solidariedade dos amigos.
Será que esse amparo, no seu caso, não seria por acaso, um sentimento gerador de pena comunitária? Às vezes a tristeza é tão atraente! Frequentemente o fracasso é regozijo da alma alheia. Deve ter reparado o quanto é difícil para a maioria aplaudir o sucesso de alguém próximo? Se você se mostrar remoído, certamente despertará paixões improdutivas...
É muito para a minha cabeça, Rospo. Deixe-me aqui remoendo. Isso me causa um certo conforto.
Pois então que continue a viver confortavelmente. Cá eu tentei removê-lo, mas parece que a argumentação está encontrando bloqueios sedimentados. Tchau, meu querido.

No caminho, Rospo encontra a velha amiga.
Sabapela!
—Rospo! Agora meu coração sabadoficou.
É?
Não está vendo? Sabadofiquei-me. Veja como estou alegre.
Para onde vai, amiga?
—Vou à padaria Rubi, comprar o pão nosso...
Sorvete?
Viva! O sábado começou! Venha comigo.
Como estão as dificuldades, querida?
Clamando para serem removidas, meu amigo.
E como se faz isso, minha bela?
Enfrentando-as;
Ás vezes as dificuldades são tão poderosas e imensas que parecem até deusas.
E daí? Sou uma titânide.
Yupiiii!



MV



quinta-feira, 21 de junho de 2012

QUINTAS —64



UM CERTO COELHO ENTRE NÓS

Muitos personagens povoam as mentes infantis. Geralmente derivados das Histórias em Quadrinhos e popularizados nos vespertinos da televisão.
Uma boa parte não acrescenta nada à criança. Só perseguições, pancadarias, espertezas, safadezas, bobagens e coisas sem sentido e muitas vezes sem lógica. É pássaro levado que está sempre brigando e levando a melhor, é gato perseguindo rato. Enfim. E tem coelho que também nada diz.
Entretanto, hoje resolvi falar de um coelho especial. Visto que no espaço lúdico da criança o coelho triunfou, por causa de sua graciosidade, e pela sua fertilidade até se tornou um símbolo da Páscoa, para glória e alegria do comércio de chocolate.
Bem disse a Clarice: toda criança deveria pelo menos uma vez na vida ter um coelho. Eu conheci, tu conheceste, um em nossa infância. E não dá para falar dele sem falar da sua dona, ou seja, da sua criadora. Encanto de vida.
Algumas vidas realmente me enfeitiçam. Espinosa, e ela, Beatrix Potter, a criadora de Peter Rabbit. Genial. Uma doçura. E viveu numa época difícil para a mulher. Podemos vasculhar e pesquisar um dia inteiro na busca de encontrar uma época que tenha sido fácil para a mulher, mas ela nasceu no século XIX e viveu uma parte do século XX. Morreu em 1943.
Época em que mulher não podia trabalhar, e menos ainda ser autora de Literatura Infantil. Ser independente? Nem pensar! Mas ela foi, o seu espírito era independente, talvez por ter convivido em toda a sua vida com os animaizinhos, entre os quais, os coelhos, e ter sido uma grande e incansável observadora e, um detalhe, atenciosa para com os pequenos seres que vivem ao redor da infância. Ela era diferente e destoava de sua época. Amava os animais e até conversava com eles. Por isso seus personagens doces e sensíveis conquistaram o coração da criança em todos os lugares. Criança é universal, pertence a todos os lugares. Escritores que perceberam isso, escreveram obras inesquecíveis.
Peter Rabbit. De vez em quando nós o vemos em sacolas. Mas ele foi o personagem travesso e encantador da obra mais famosa de Beatrix Potter.

Numa época preconceituosa contra a mulher, a autora e ilustradora procurou setenta editoras para tentar publicar o seu primeiro livro. Todas recusaram, pois era difícil naqueles dias para um principiante, um autor desconhecido publicar um livro. As editoras recusavam, e em se tratando de mulher...
Em 1902 seu coelho Peter foi publicado. A septuagésima editora aprovou.
Começou a ganhar dinheiro com a venda de seus livros e se tornou próspera, pois bem dizem, coelho dá sorte, por isso que uma certa ignorância prevaleceu durante muito tempo por aí, de se cortar a pata do coelho e, talismã!
Vamos só nas coisas amenas.
Contrariando o espírito dominante da época, ela não queria se casar, mas uma mulher era feita para casar, e era inaceitável para a família uma componente de feminino ganhando dinheiro com seus próprios livros. Que barra! A inglesa Beatrix sofreu, mas jamais desistiu de seu ideal. E emocionou os corações dos pequenos com seu extraordinário coelho.
Dizem que J.K. Rowling deu o sobrenome do seu bruxo porque ela adorava a autora de Peter Rabbit, mas por enquanto, é só boato.
Não só os seus coelhos, mas todos os seus personagens animais têm vida, e bota vida, menino! E têm muita alma.
Ela chocou a sociedade e depois a encantou com seu coelho. Nada mais justo que seja lembrada. E viva Peter Rabbit!
Quer uma vida de beleza? De luta e determinação? Siga essa mulher, a maior escritora de literatura infantil do mundo e de todos os tempos. E abrace o seu coelho.




Marciano Vasques




domingo, 17 de junho de 2012

Um livro do qual gostei muito






UM LIVRO DO QUAL GOSTEI MUITO

O  BALÉ DA CHUVA

Autora:  MARILZA CONCEIÇÃO 
Ilustradora:  Alessandra Tozi           

          A casa de madeira e de janelas azuis, rodeada de trinados e dos aromas do quintal, dorme. Noite de temporal. Noite trovejante. Uma menina acorda assustada. Uma mulher, na cozinha, diante da janela, recorda as chuvas da infância e os cheiros da chuva. Um encontro mágico acontece entre as duas.
          Já é poético desde a primeira página, e não poderia ser de outra forma: Uma menina e sua mãe numa noite de tempestade.
          A chegada da chuva, anunciada pelos sinais, é de encher os olhos da alma. O bailado do vendo curvando as árvores, o assovio, os objetos do quintal, caindo, promovendo onomatopeias. E a contadora de história nos resgata isso tudo, quando mostra para uma menininha o que de fato precisamos ver e saber.
          Na narrativa uma dualidade é lançada ao leitor: sentir e pensar. Qual a deveras importância de cada um? As coisas tomam formas, em pensamento e nos sentidos, com o aparecimento da menina assustada com a chuva.
          Então, acontece: mãe e filha sentadas num degrau, e a chuva vira música. As gotas bailam, há uma orquestra, é a orquestra da chuva. Tem até um teclado!
          Qual a nota mais grave? Qual o instrumento mais vigoroso? A chuva já faz parte de uma história de vida, de um encontro único, na raridade de corações que se aconchegam, que se abastecem. História repleta de delicadezas onomatopaicas.
          Tem que apurar os sentidos, tem que sentir a beleza da orquestra, de cada instrumento, sentir que a chuva lava o telhado.  Eis o que esse encantador livro me mostrou.
          Abriu-me a ópera da chuva. Se não sabem, crianças, a chuva tem o seu cantor.
Quis aqui repartir a alegria e a felicidade da leitura desse livro. Um referencial para quem busca a doçura poética que está presente no mundo, nas coisas que são, nos acontecimentos que a pressa moderna deixa escapar, na singeleza e na cortesia da vida.
Estive diante do registro de um encontro que me aqueceu o coração de leitor.
As ilustrações, beleza azul.
Quem quiser conhecer a obra, deve entrar em contato direto com a autora. A mãe.

MARCIANO VASQUES

MURAL 30 - JUNHO DE 2012

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NÚMERO 30 - junho DE 2012
O Mural é uma agenda cultural postada todo início de mês,

porém, editada ao longo do mês conforme os eventos surgem.
A agenda das bibliotecas é renovada semanalmente.
Amigo associado de qualquer cidade do Estado de São Paulo,
contribua...
aguardamos notícias dos eventos do interior.
____________________________________________
NOTICIAS DE ASSOCIADOS
Colega associado, de toda parte, se tiver uma noticia para nós,
por favor nos envie para que possamos divulgar.
Jamais se sinta desprezado;
sua noticia pode não estar aqui
porque não sabemos a respeito dela,
nos ajude. Obrigado
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 SIMONE PEDERSEN

"É uma alegria imensa compartilhar com vocês que a partir de hoje sou membro-correspondente da Ases, uma entidade com vinte anos de existência dedicados à Literatura.
Um dos concursos literários mais respeitados do país é o da Ases. Um exemplo de academia literária em nossas terras."
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REGINA GULLA
(Oficina Literária On Line)
  
"Esta Oficina online de Criação Literária, é um laboratório de escrita que acontece via msn ou skype por duas horas por semana. Tem a duração de cinco meses.O que acontece é que eu vou lhe apresentando os exercícios, que são propostas para experiência escrita ali, no momento, desinibidoras e que visam torná-la hábil na escrita e em desfazer os tabus que a impedem de ser mais exercitada, experimentada por todos nós. Eu vou conduzindo experimentos passo-a-passo, até você alcançar um grau suficiente de expressividade, clareza, estética no texto. O processo se inicia com o uso do pensamento criativo, que se mostra mais aberto na escrita do poema (pensamento por analogias, imagens, a importância do som da palavra, do ritmo, etc). Até chegarmos, em dois meses, na prosa, na crônica, na narrativa breve, com recursos suficientes de expressão literária.
Em suma, esta é a forma como as reuniões ocorrem. Eu estou realmente dedicada a este trabalho, além da escrita de meus livros, e posso garantir-lhe que a mudança no seu pensamento criativo e na fluência e boa escrita, inevitavelmente acontece e de forma surpreendente.
A mensalidade, sempre depositada em minha conta corrente no início de cada mês é de R$ 250,00. Traduzindo para o valor da hora-aula, é R$ 35,00 por hora, mais ou menos. Mas só funciona se temos completado os cinco meses de curso, para que os resultados sejam realmente atingidos e meu trabalho pessoal com cada um também tenha um amadurecimento.Ok?
Transmito, nos links abaixo, um pouco do trabalho dos frequentadores (jornalistas, donas de casa, médicos, editores, psicólogos, – esta oficina é muito diversificada, tanto em idade, profissão, interesses, motivação, e em relação ao repertório lingüístico).
São escolhas dos trabalhos dos escritores que praticam esse método, e desabrocham suas sementes que estavam guardadas: (Acho que sou uma jardineira, ou uma espécie de parteira da escrita de cada um )
http://www.youtube.com/watch?v=MfxhB1PqPRAhttp://www.youtube.com/watch?v=NLOk3kw2x-A&feature=relmfuhttp://www.youtube.com/watch?v=B48hbQvN9os&feature=relmfuhttp://www.youtube.com/watch?v=Dfm48GKH3bI&feature=relmfu 
(este é meu trabalho)

Regina Gulla
011 67524010
cep: 05416-002
Oficina de Criação Literária Gato de Máscara - Vila Madalena, São Paulo, SP, Brasil "
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CURSO COM BRUNO GROSSI (BEGÊ)
PARA QUEM ESTÁ EM MINAS GERAIS

"Será TERÇA e QUINTA das 18:00 às 20:00

O Curso de Artes Gráficas tem duração de 1 ano.
A matrícula é R$70,00 e a mensalidade é R$210,00

Espero as inscrições até semana que vem para darmos início à primeira turma.
Para outras informações ligue para (31) 3911.1824

Estou enviando um folheto e o plano de ensino em anexo para saberem mais sobre o curso, ok

Resolvi colocar as informações, conteúdo, dicas e tudo deste universo das artes gráficas no blog http://www.nasartesgraficas.blogspot.com.br/
Lá pode tirar dúvidas, saber a origem, as tendências entre outras coisas.

Aproveitei e coloquei todas as aulas que estou dando na PUC/Minas para fazer download.
O curso que estou dando lá é de Ilustração, assim tem o passo a passo das aulas, exercícios, referências e muito mais. "
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LANÇAMENTO - FABIANA SALOMÃO


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 REEDIÇÃO - LAURA BERGALLO

 
Comunico o relançamento de meu livro “Uma História de Fantasmas”, que – depois de esgotado na editora – foi reeditado com novo visual.
Bjs,
Laura Bergallo

UMA HISTÓRIA DE FANTASMAS

Infantojuvenil – Editora Lachâtre
Medo de fantasmas é uma coisa muito comum. Ainda mais quando se ouvem histórias arrepiantes em noites de lua cheia. Mas de onde vem esse medo?
E
como podemos enfrentá-lo? As férias de Juninho estão quase acabando. Aproveitar todos os momentos com a turma é importante, mesmo que seja para
brincar no terreno baldio atrás da velha casa abandonada. Um dia, algo surpreendente acontece, revelando fatos como a sobrevivência do espírito,
imortalidade, lei de ação e reação, mediunidade e reencarnação... E agora, será que o menino vai perder seu medo de fantasmas?
Descubra junto com o personagem desta história cheia de mistérios.

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LANÇAMENTO DE SONIA ROSA
(RIO)
Amigos queridos!
Esperança Garcia foi uma escrava piauiense, alfabetizada, que corajosamente
escreveu uma carta para o governador no dia 6 de setembro de 1770.
Um história real e emocionante!
Espero vocês no lançamento!
Vou ficar bem feliz!
Beijinhos!
Sonia Rosa
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LANÇAMENTO REGINA GULLA, EM BREVE
 
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CASA DAS ROSAS


QUINTA POÉTICA – 48a edição
 
28 de junho de 2012

 com início às 19h 

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REGINA DRUMMOND

"Pessoal, acaba de sair da gráfica o meu primeiro livro em alemão: "A chata daquela gorda", da Ed. Cortez, que se chama "Diese Doofe Dicke" na versão da Taina Verlag."

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HELÔ BACICHETTE
(Rio Grande do Sul)

"Olá pessoal,
Sábado, dia 23 de junho, das 16h às 18 horas, na Escola Tem Gente Teatrando ( Rua Olavo Bilac,300- esquina com a R. Regente Feijó) eu e a Eloir Fernandes vamos esperar por vocês para a Festinha de Lançamento do nosso novo livro: O mistério das folhas perdidas."


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CELSO CISTO

"Amigos e amigas, acaba de sair a terceira edição, revista e ampliada, do meu livro "TEXTOS E PRETEXTOS SOBRE A ARTE DE CONTAR HISTÓRIAS". Publicado pela editora ALETRIA, de Belo Horizonte (Minas Gerais, Brasil), o livro tem sido referência obrigatória nas obras acadêmicas (trabalhos de conclusão de cursos de graduação, dissertações e teses) de vários contadores-pesquisadores espalhados pelo país... Estamos todos radiantes com os mais de 10 anos de sucesso deste livro! Que tal dar uma espiada?"

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PROGRAMAÇÃO DAS BIBLIOTECAS DE SÃO PAULO



sexta-feira, 15 de junho de 2012

PÁGINA DO ROSPO — 5


    O CHAMAMENTO DA LITERATURA


—Rospo, estive pensando: o filósofo é um ser para a vida, não é?
—Sim, um ser para a felicidade.
—Como seria o mundo se Epicuro tivesse vencido, em vez de Platão?
—Boa pergunta, Sapabela.
—E a boa resposta, meu amigo?
—"Os grandes navegadores devem sua reputação aos temporais e tempestades"
—Que mais, Rospo?
—"Não temos nada que temer aos deuses"
—"Qual é para você o filósofo da felicidade?
—Espinosa.
—Sofreu muito.
—Que encanto a sua vida!
—Acredita em outra possibilidade para a filosofia?
—Não. Só a felicidade. Se a filosofia não causar alegria no ser, não terá cumprido a sua essência. Os momentos de tristeza da humanidade foram momentos de afastamento da alegria da filosofia.
—A filosofia tem uma irmã?
—Tem. A literatura.
—É possível afirmar que a literatura é também alegria e felicidade?
—Sim.
—Mas tem literatura que nos leva à reflexão, e outras que abordam questões tristes...
—Por isso mesmo.
—Esmiuçando, por favor.
—O leitor apaixonado fica feliz diante da reflexão. Esse é o bem maior da literatura. Assim, dessa forma, veja só: mesmo quando a literatura expôr situações de tristezas e infortúnios da humanidade, estará regando o espírito do leitor.
—Gosta da palavra espírito, não é, Rospo?
—Sanchoniaton !
—Isso é uma gíria nova?
—O "espírito"  não tem aqui nenhuma conotação religiosa. É a palavra em seu sentido filosófico.
—Verdade que ganhou de presente de aniversário um livro de Goethe e  nunca leu?
—"Os Anos de Aprendizado de Wilhelm Meister". Mas li pelo menos umas cem páginas.
—Pretende ler o livro inteiro, Rospo?
—Pretendo, Sapabela, só não sei quando.
—Sobre a literatura eu pensava que só a infantil fosse sinônimo de felicidade.
—Nada, menina!
—Nunca me chamou assim. Gostei.
—Eu também, Sapabela. Veja só: às vezes sinto uma felicidade estranha. Essa felicidade estranha é a literatura. Quando Montaigne falou que na biblioteca estão os melhores espíritos, os espíritos encantados da humanidade, ele se esqueceu de dizer que esses espíritos estão com você, em você quando subitamente sente uma vontade inexplicável de reler um livro.
—Umas das maiores tragédias da humanidade foi o incêndio que destruiu a biblioteca de Alexandrina. Como será no futuro, se as bibliotecas, dizem, serão todas virtuais? Estará preservado para sempre o tesouro infinito?: Mas fale da vontade inexplicável.

Sim, repentinamente surge aquela vontade de reler um livro, de Jorge Amado, por exemplo, como Jubiabá...
Felicidade pura.
Ou "Memórias de minhas putas tristes", ou "Tia Júlia e o escrevinhador"...
Como você explica isso?
É o chamamento da literatura.
Chamamento da literatura?
Acredite! Quando você está em certas circunstâncias cotidianas a literatura a chama.
A poesia sempre pisca pra mim.
Pois é, esse chamamento é um mecanismo de defesa interior da mente, que busca, sempre, a felicidade.
Rospo, e eu comecei falando de filosofia.
Dessa irmandade não escapamos, Sapabela.
Vamos ao nosso chocolate expresso?
Sim, vamos, esse é o chamamento da amizade.
Só me faz rir, Rospo.



MV



quinta-feira, 14 de junho de 2012

As artes do vovô





AS ARTES DO VOVÔ

O vovô é bem velhinho,
Às vezes, fala sozinho
Esse vovô é de morte,
Diz que pratica um esporte:
Ficar de papo pro ar
E dormir até roncar.
Tem hora  que a coisa complica
Quando o vovozinho implica:
- Quem pegou minha dentadura?
- Quero comer rapadura!

A poesia "As artes do vovô" faz parte do meu livo de poesias REBENTA PIPOCA, publicado pela Poneira, cujos direitos retornaram para mim.
Ilustração de Marchi
Um abraço,
Regina Sormani

QUINTAS — 63


DANÇANDO NO TEMPO

Quando a valsa surgiu causou um escândalo. Como era possível tal coisa? Homem e mulher dançarem tão próximos? Furor. Assombro. Assim aconteceu.
O tempo seguiu e eles continuaram dançando. Boleros, sambas. Veio o twist, o Rock And Roll, e chegou a época em que homens e mulheres passaram a não dançar juntos.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

A VOLTA DO ROSPO




Agora, de volta ao blog da AEILIJ PAULISTA, as histórias do ROSPO.
Semanalmente, aos sábados, a PÁGINA DO ROSPO.

PÁGINA DO ROSPO — 4


FALANDO DE “RALACIONAMENTOS”



Rospo encontra uma amiga.
—Rospo, não consigo me entender com meu namorado.
—O que não acontece?
—Perguntou errado, Rospo. Deveria ser "o que acontece?".
—Pois que seja.
—Ele quer controlar a minha vida.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

QUINTAS — 62





A NECESSIDADE IMPERDÍVEL



A revolta dos guarda-chuvas? O trem chegou atrasado? Meninos, o trem! Se não há encanto nos olhos de encharcar é porque a época tem um toque de tristeza que não pode ser desprezado. Comecei esta “Quinta”, com livros de Sidonio Muralha, um dos mais fecundos poetas para crianças. Dedicou sua vida apaixonante à literatura infantil. Nasceu em Lisboa e viveu aqui no Brasil.
Recentemente perguntei a uma menina de nove anos, se ela conhecia um poema de Cecília Meireles. “Quem é essa?”, perguntou a pequena, que aprende com uma velocidade estonteante tudo no celular. Jamais irei alcançar em destreza tecnológica essa nova geração. E lá vem Orkut, (quem ainda não se lembra?) e lá vai algo que no horizonte nos aponta um pedido de pausa.
Cecília? Nasceu no Rio de Janeiro, e foi criada por uma avó que cantarolava tudo que era cantiga, e recitava ditados populares, e parlendava o dia inteiro. Foi com ela que a menina aprendeu que “a vida é um conto que acontece”.
Crianças, não se sabe direito ainda se a vida é “Ou isto ou aquilo”.
Bartolomeu Campos de Queirós, é tanta felicidade, menina, que só caberia mesmo num poema.
Num circo! Onde mais? Onde mais? Vá buscar seu coração na poeira da tarde, vá nos capinzais, nas teias orvalhadas refletindo gotículas de arco-íris, vá nas páginas de um livro. Um livro? É, nos sonetos e versos de Carlos Drummond de Andrade. “Só fala de gente que não conheço!”.
Veja, no caminho da escola tem um mundo, tem um mundo.
Acredito, e só acredito, eu, que aqui escrevo, numa educação poética, de encantar meninas e meninos. Não tem mais espaço para tal coisa? A realidade agora é sinônimo de velocidade, será que não percebo?
Fast Food. O cinema não diz, não traduz. Os professores poderiam causar a revolução essencial. Mais isso não acontece, então, precisamos repensar tudo. Isso não acontece, mas é bom saber que tem muitos professores com a alma repleta de poesia, minha pequena.
Tem gente escrevendo em Portugal para crianças, tem na América Latina, tem em todos os lugares do mundo, e aqui também, naturalmente. Temos poetas, e dos bons, aos montes, menina, temos sim, meninos. A vida é uma doce caminhada na calçada, criança, a vida é Quintana, é mesmo, é um doce de Cora Coralina. Quando a poesia infantil adentrar de vez na sala de aula, o coração de giz irá se expandir de tal forma, que só quem for criança ou tiver o olhar repleto de espantos, irá sorrir um sorriso de pedrinhas de brilhantes.
Se alguém não souber por onde anda a poesia infantil, é só procurar, e ela se abrirá em mil girassóis. Poesia infantil não brinca de esconde-esconde. Ela está sempre onde uma criança estiver.


Marciano Vasques

QUINTAS— 62