quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Era uma vez...


A história de hoje é: "QUEM NÃO TEM CÃO USA A IMAGINAÇÃO"

Escrevi esta história na época em que morei num condomínio onde eram proibidos animais de estimação. Troquei os nomes das pessoas e do condomínio, mas, a história aconteceu mesmo.


No condomínio Mares do Sul, morava um lindo garotinho chamado Rodrigo e o sonho dele era ter um cãozinho com quem pudesse brincar. A mãe, dona Marli, tentou, inúmeras vezes convencer o síndico que nada de mal aconteceria se o filho pudesse ter um cão em casa, mas, não obteve autorização.
O tempo passou...
Se vocês pensam que o Rodrigo se conformou, estão enganados. No apartamento de baixo, morava dona Mariquita, que não era o que se pode chamar de um amor de vizinha. Era do tipo que grudava a orelha na parede pra ouvir melhor o barulho dos outros. Sim! Existe gente assim por aí. Certo dia, ela foi procurar o síndico e reclamou dos latidos do cachorro do andar de cima. O síndico, seu Atílio, imediatamente, tocou a campainha do apartamento da dona Marli, com o regulamento na mão. E já foi falando grosso: - no prédio havia lei e NINGUÉM podia ter cachorro.
Dona Marli, pacientemente, explicou ao síndico que era viúva, e o Rodrigo, sentia falta de companhia, por isso FAZIA DE CONTA que tinha um cachorro, imaginava, brincava...
Imaginação? Coisa difícil de entender. O síndico foi embora, não totalmente convencido, mas, procurou a vizinha reclamona e contou a ela aquilo que dona Marli dissera. Dona Mariquita não se conformou e foi, pessoalmente, ao apartamento de Rodrigo dar "um flagrante" no menino e seu cão barulhento. Apertou a campainha e quando a porta se abriu, foi entrando aos gritos- ela queria ver o cão, o tal Cruel. Dona Marli, percebendo que falar a verdade de nada adiantaria, resolveu dar uma lição na vizinha implicante. Disse que Cruel estava no quarto do Rodrigo, acorrentado, é claro, pois era perigoso. Mariquita correu para o quarto chamando pelo animal. Procurou debaixo da cama e por todos os cantos e, claro, nada encontrou. Só então, percebeu que fizera um papel ridículo. Saiu dali furiosa e decepcionada.
Mas, essa história não acabou mal, pelo contrário. Dias depois, Rodrigo encontrou dona Mariquita no elevador e cumprimentou-a, educadamente e fez mais: elogiou o aroma do chá que ela costumava oferecer às amigas. Nem é preciso dizer que, com essa atitude, o menino conseguiu "desarmar"a vizinha. Não sei se ficaram amigos, mas, dona Mariquita, que também era solitária, convidou Rodrigo pra ir à casa dela tomar chá. E acreditem, o cão Cruel também foi convidado.

Esta história foi publicada pela Duna Dueto Editora com ilustrações do Walter Lara.
Quem quiser ter sua história publicada na página "Era uma Vez"... envie-me,por favor.

Um abraço,
Regina Sormani




terça-feira, 30 de agosto de 2011

Nós na Biblioteca Alceu Amoroso Lima


Eis aí alguns dos autores e amigos que compareceram ao encontro da AEILIJ no dia 25 de agosto. Alguns já tinham ido embora, pois a foto0 foi tirada no final - mas fica o registro!



sábado, 27 de agosto de 2011

PÁGINA DO ROSPO — 1

Agora os sábados ficarão mais divertidos por aqui. Ocorre que um certo sapo não me deixava em paz. "Eu quero! Eu quero! Eu quero estar no blog da AEILIJ de Sampa". Talvez por ele gostar de elogios, e aqui é o lugar certo. Receberá uma chuva de elogios. Falando em chuva, escolhi essa história para começar. E a Daniela Vasques é a ilustradora. Um beijo em todos, e obrigado Regina Sormani.
Marciano Vasques
                                       
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ROSPO E A CHUVA

Rospo está na casa da amiga Sapabela quando a chuva começa.

—Vou fazer pipoca e assistir à televisão.

—Boa idéia, Bela!

 —Que entusiasmo é esse, Rospo? E o seu compromisso? Pipoca e tevê só pra mim, que não tenho nada na agenda.

—Por acaso já olhou lá fora, amiga?

  —Sim, está chovendo. E daí?

—Você quer que eu saia na chuva?

—Eu não. O seu compromisso é quem quer. Aproveito para ensinar uma coisa...

  —Pronto. Filosofia em dia chuvoso.

—A chuva organiza o sucesso. Ela e o frio são os responsáveis e às vezes até determinam o êxito na vida de alguém.

  —Clima e sucesso. Só você, Sapabela.

  —Verdade! Alguém que não cumpre um compromisso por causa da chuva e adia uma decisão, não será vitorioso completo.

  —Está bem. Mas, você não pode me dar pelo menos um pouco de pipoca?

—Aceita primeiro um guarda-chuva?


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Até o próximo sábado!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Quem Conta um Conto

Olá!


Hoje, quem nos brinda com um interessante e novo dicionário é nossa colega de São Paulo, a escritora Mariluiza Campos.


Apesar de vivermos entre palavras e leituras, eu nunca tinha visto um dicionário desse. E você?




NOVO DICIONÁRIO DE PALAVRAS ANTIGAS





  • ABREVIATURA -ato de abrir um carro de polícia


  • ALOPATIA - dar um telefonema para a tia.


  • CÁLICE - ordem para ficar calado.


  • CAMINHÃO - estrada muito longa.


  • CATÁLOGO - ato de apanhar objetos rapidamente.


  • DESTILADO - aquilo que não está do lado de lá.


  • DETERGENTE - ato de prender pessoa suspeita.


  • DETERMINA - prender uma garota.


  • ESFERA - animal feroz que foi amansado.


  • LEILÃO - moça muito alta chamada Leila.


  • KARMA - expressão mineira usada para se acalmar alguém.


  • LOCADORA - mulher louca chamada Dora.


  • NOVAMENTE - diz-se de alguém que mudou sua mente.


  • RAZÃO - lago extenso e bem raso.


  • RODAPÉ - indivíduo que tinha carro, mas agora roda a pé.


  • SIMPATIA - concordância com o que a irmã da mãe disse.


  • SOSSEGA - dito por mulher desprovida de visão.


  • TALENTO - característica de quem anda devagar.


  • TÍPICA - o que o mosquito faz com você.


  • UNÇÃO - erro frequente de concordância. O certo é um é.


  • VATAPÁ - ordem dada por prefeito de cidade esburacada.


  • Quem sabe a próxima atração do QUEM CONTA UM CONTO possa ser a sua. Estamos aguardando. Até lá!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O autor e sua obra - Oswaldo Storni- Importante Ilustrador Brasileiro

 As viagens de Marco Polo
 Quo Vadis?


Os três mosqueteiros


Pessoal!
Achei interessante compartilhar esta pesquisa a respeito de Oswaldo Storni, ilustrador de livros infanto-juvenis.
Um abraço,
Regina Sormani


Oswaldo Storni, um dos grandes desenhistas doTico-Tico, nasceu em 25 de abril de 1909, no Rio de Janeiro. Iniciou sua atividade profissional aos 16 anos de idade. Recebeu instruções de seu  pai, Alfredo Storni que foi  um mestre da caricatura e criador de dois personagens cômicos do Tico-Tico: Zé Macaco e Faustina. Storni trabalhou em diversas editoras e revistas e durante 20 anos colaborou nas publicações do Tico-Tico e O Malho. De 1950 em diante passou a ser ilustrador fixo da Companhia Melhoramentos, na qual ilustrou inúmeros livros. Sempre trabalhando com bico de pena, enriqueceu as edições da Melhoramentos com um traço solto e seguro, às vezes, lembrando as ilustrações do grande Gustavo Doré, como na ilustração acima elaborada para o livro "As Viagens de Marco Polo". Storni também deixa uma forte presença de brasilidade ao desenhar personagens como o Bugre do Chapéu de Anta, criado por Francisco Marins. Storni nunca se desligou da Melhoramentos. Além de desenhista, escreveu inúmeros contos para crianças e foi, junto com Arthur Thiré, quem iniciou no Tico-Tico o gênero de aventuras nos moldes americanos. Faleceu em 10 de julho de 1972.

domingo, 21 de agosto de 2011

Canto & Encanto da Poesia- Beija-cor


Meus caros!

Do livro de Leo Cunha "Lápis Encantado" publicado pela FTD, ilustrado por Graça Lima.
Um abraço,
Regina Sormani

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

QUINTAS — 60





CERZINDO


Você sorri e no seu rosto segue espelhado o sorriso que todos estão vendo.
Talvez se pudessem tentar penetrar nos sulcos de sua história, nas nódoas do seu rosto, se alguém pudesse ter a audácia, se pudessem ver que além do sorriso se descortina um querer abortado, uma procela inquietante, uma angústia sem ancoradouro, sem o impossível seguro cais...

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Amigos,


Temos a alegria de comunicar que haverá uma reunião dos autores paulistas este mês!

Todos os membros da AEILIJ são bem-vindos, assim como autores que desejam associar-se.


Será dia 25 de agosto, quinta-feira, das 19h às 21h.

Local: Biblioteca Pública Alceu Amoroso Lima

Rua Henrique Schaumann, 777 - Pinheiros


O pessoal da Biblioteca gentilmente nos cedeu um espaço para esse encontro, que inaugura a nova representação da Regional Paulista.


Teremos vários assuntos em pauta:


* Saldo de nossa atuação na FELIT São Bernardo.

* Projetos em andamento: Expo no SESI e parceria com o PRALER.

* Homenagem 2011 - vamos debater e votar sobre qual personalidade dedicada à LIJ homenagearemos este ano!

* Projetos AEILIJ Sampa - temos várias novidades que estão sendo pensadas para divulgar nossos autores e nossos trabalhos.


Compareçam! Teremos muito que conversar sobre Livros e Ações pela Leitura em nossa cidade.

Além disso, quem ainda não conhece esta belíssima e moderna Biblioteca vai se surpreender.


AEILIJ São Paulo

Rosana Rios e Nireuda Longobardi

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Momentos na FELIT

Fotos recentes da 1ª FELIT de São Bernardo do Campo - SP

Mateus Rios, Manuel Filho, Verinha, Nireuda e Luciano (Luciano veio do Rio, para trabalhar na FELIT, é professor de artes do ensino fundamental e futuro ilustrador de LIJ).


Manuel Filho falando sobre filosofia com a criançada...



Manuel Filho conversa com as crianças sobre o seu livro O ninho da coruja.



Para quem não sabe, o nosso querido Manuel Filho é da cidade de São Bernardo do Campo, além de escritor premiado com o Jabuti, é cantor e compositor.




Odilon Moraes, em momento criativo, no nosso cantinho do ilustrador.


Manuel Filho, Rosana Rios, Nireuda, Odilon Moraes e Danilo.



Ao chegar a FELIT, Salmo Dansa fez questão de ir primeiro ao nosso estande...


E em seguida foi para o estante do ilustrador. Alguém já desenhou apenas com água? Ele sim...


Fez surgir diante de todos, um belíssimo dragão! Aprendemos mais uma, rs


A escritora Tânia Martinelli no estande com a criançada.

Turma divertida: Tatiane Filinto, Rosana Rios, Maria Conceição (Peirópolis), Nireuda Longobardi, Selma Maria, César Obeid e Cris Eich.


Rosana Rios, Andre Alves (genro do saudoso Elias José) e Nireuda.

Rosana Rios, no espaço do autor.










Rosana Rios, com a criançada do Ensino Fundamental




Nireuda, Maurício Veneza e Vera


O personagem do livro "Papo de papinho" da querida Marília Pirillo encantou até este lindo garotinho. Ele amou a ilustração.




Este foi o nosso mais novo visitante, apenas 20 dias de vida. Já em contato com o mundo da literatura e arte "Nunca é cedo para começar".



Imagem de frente ao nosso estande. Dia de visita das turmas do Ensino Fundamental.

Momentos de leitura e encantamento:














Veja o que está acontecendo na FELIT é só clicar na 1ª Feira Literária de São Bernardo do Campo.

Até dia 14 de agosto, no Pavilhao Vera Cruz.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Canto & Encanto da Poesia - Quem sou eu?


Caros leitores,

"Quem sou eu? - é um dos poemas do livro REBENTA PIPOCA, publicado pela Pioneira cujos direitos voltaram para a autora. As ilustrações são de Gilberto Marchi.
Um beijo,
Regina Sormani



QUEM SOU EU?

Ando de roda em roda,
Estou na última moda.
Vermelho, branco e marinho,
Quase que ando sozinho,
De tanto que sou usado!
Vivo sempre esparramado,
Por baixo, beijando o chão...
Mas, perto do coração!
Todo mundo me conhece.
Quem me usa, nunca esquece.
— Você! Quer me conhecer?
— Sou o tênis, muito prazer.


Regina Sormani



sexta-feira, 5 de agosto de 2011

QUINTAS — 59





O VALE-NIGHT



Uma novidade me fez pensar no espírito da época.
Ao tomar conhecimento de que os jovens aqui da periferia da minha cidade inventaram uma coisa chamada Vale-Night, pude me dar conta de como ando defasado, de como me tornei uma pessoa antiga, daquelas que ainda têm o peito sujo de bolero, seja o de Ravel, ou daqueles de se ouvir e almejar estar sob uma luz lilás a dançar com uma mulher.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

NÚMERO 22 - AGOSTO DE 2011


O Mural é uma agenda cultural postada todo início de mês,
porém, editada ao longo do mês conforme os eventos surgem.
A agenda das bibliotecas é renovada semanalmente.
Amigo associado de qualquer cidade do Estado de São Paulo,
contribua...
aguardamos notícias dos eventos do interior.
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CURSO DE CRIAÇÃO LITERÁRIA

Apresentação

O curso possibilita a percepção crítica da realidade e sua relação com a vivência do aluno, através de textos de criação literária e exercícios práticos de estímulo, fluência e desinibição do ato de escrever.

Objetivos
Proporcionar ao aluno a criação de textos literários através da crítica da realidade que nos cerca utilizando a inteligência, a emoção e a imaginação.

Público Alvo
Alunos do ensino médio, cursos de graduação e pós-graduação. Todo e qualquer interessado

Requisitos: Sem pré-requisitos.


PARA MAIORES INFORMAÇÕES CLIQUE AQUI

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EXPOSIÇÃO FRAGMENTOS

DO ILUSTRADOR PAULO BRANCO

“Fragmentos”, exposição do artista plástico Paulo Branco, pode ser visitada no Memorial do Imigrante, em Vinhedo, a partir de 1º de agosto. A mostra, formada por ilustrações que Paulo Branco fez para o livro “Fragmentos & Estilhaços”, de Simone Pedersen, fica em cartaz até o dia 15 de setembro, com entrada gratuita.

Paulo Branco é artista plástico, cartunista, caricaturista, ilustrador, professor de artes, desenho e de técnicas de pintura. Versátil e conhecido como um dos melhores caricaturistas e artistas plásticos do Brasil, ele trabalha há mais de trinta anos com todos os tipos de artes.

“Fragmentos” nasceu a partir da ideia de montar uma exposição para o Dia Internacional da Mulher, com aquarelas de mulheres e colagens de poemas, tudo recortado ou amassado, em busca de efeitos diferenciados. O resultado foi um trabalho inusitado de união da sua arte com a literatura de Simone Pedersen, autora do livro de poemas, contos e crônicas.

Na vasta carreira de Paulo Branco estão ilustrações para a revista Playboy, Revista Bundas, Jornal Pasquim (coordenado pelo Ziraldo), para o livro “É mentira, Chico!” (em homenagem a Chico Anísio) e dois livros de Rubem Alves. Branco foi considerado o melhor desenhista de Humor do Estado de São Paulo na modalidade “caricaturas”.

Serviço

Exposição - "Fragmentos"

Local: Memorial do Imigrante, Avenida dos Imigrantes, s/nº - Portal

Data: de 1º de agosto a 15 de setembro

Horário: de segunda a sexta-feira das 9 às 16 horas; sábados, domingos e feriados das 10 às 16 horas

Entrada: gratuita

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PRIMEIRA FEIRA LITERÁRIA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO

Confira a participação dos associados da AEILIJ de todo o Brasil



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LANÇAMENTO DE ROSANA RIOS

"O livro foi escrito em parceria com meu irmão, Luís Flávio Fernandes, e está gerando muita curiosidade! Já demos entrevistas a várias rádios, ao Jornal da Tarde e à Veja On Line (veja a Veja em: http://veja.abril.com.br/noticia/vida-digital/nerds-ja-tem-almanaque-para-chamar-de-seu )

Lançamento marcado para 06 de agosto, a partir das 16h, na Livraria Saraiva do Shopping Paulista, na Rua 13 de Maio. Nerds paulistanos prometem lotar a livraria...

Você que é nerd ou tem um(a) namorado(a), filho(a), sobrinho(a) ou primo(a) nerd, garanta já o seu exemplar!

E você que acha que NÃO é nerd, vai mudar de opinião ao ler a Enciclonérdia..."

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LANÇAMENTO DE LUIS EDUARDO MATTA



"Caros amigos,

Tem thriller juvenil novo meu na praça. Chama-se O DIA SEGUINTE, está sendo publicado pela Escrita Fina Edições e é ambientado na época dos atentados de 11 de setembro de 2001, em Nova York. Caso possam, vejam a sinopse da trama que se encontra mais abaixo nesta mensagem e, também, o trailer do livro criado pela editora: www.youtube.com/watch?v=zfzF1QmIdqk .

Os lançamentos acontecerão no Rio e em São Paulo nas seguintes datas e locais:

Rio de Janeiro: quinta-feira, 4 de agosto, a partir das 19 horas, na Livraria Saraiva do Shopping Rio Sul - Rua Lauro Müller, 116, 3º piso (Botafogo/RJ)

São Paulo: quinta-feira, 18 de agosto, a partir das 19 horas, na Livraria Saraiva do Shopping Pátio Paulista - Rua Treze de Maio, 1947, térreo (Paraíso/SP)

Peço-lhes, por favor, que fiquem livres para declinar deste convite. Reconheço que lançamentos de livros, muitas vezes, são ocasiões um tanto maçantes. Além disso, todos hoje vivemos com as agendas lotadas e a última coisa que quero é que vocês, por amizade, educação ou cordialidade, se forcem a comparecer. Do mesmo modo, aqueles que desejarem ir, não se sintam obrigados a adquirir o livro. Podem aparecer apenas para beber um prosecco ou um refrigerante e confraternizar com amigos e demais leitores. Serão todos muito bem vindos.

Muito obrigado. O abraço fraterno do

Luis Eduardo"

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PROGRAMAÇÃO DAS

BIBLIOTECAS DE SÃO PAULO

Encontros com o escritores nas bibliotecas, palestras,

contações de histórias e outros eventos.

baixe a agenda clicando aqui


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Momentos da AEILIJ na FELIT - SBC

A AEILIJ participa da 1ª Feira Literária de São Bernardo do Campo (FELIT), idealizada pela Secretaria Municipal da Educação em parceria com o Fundo Nacional do Livro Infantil e Juvenil.

O primeiro dia da FELIT foi reservado para a visita de autoridades, professores e diretores.

O estande da AEILIJ serviu como um catálogo aberto aos educadores, que ficaram encantados com a exposição Cores e Formas que Contam Histórias, aproveitaram e anotaram em sua lista de compras o nome dos livros, autores e editoras. As escolas tem o direito de gastar R$ 40,00 em livros por criança.

Bela iniciativa da prefeitura de São Bernardo do Campo em parceria com a FNLIJ.

O vice-prefeito Frank Aguiar, Vera, a presidente da FNLIJ, Isis Valéria Gomes, o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, Nireuda, Manuel Filho e a secretária de educação Cleuza Repulho.



Professores visitando o estande da AEILIJ, muitos fizeram a escolha dos livros no nosso estande.


O presidente da AEILIJ, Hermes Bernardi , entre Sergio Alves (Larousse) e Nireuda.


Hermes em seu momento de criação, no cantinho do ilustrador.


Logo serão postadas outras imagens. Aguardem!


Veja a programação completa da FELIT


Conheça os escritores e ilustradores da AEILIJ














terça-feira, 2 de agosto de 2011

QUEM CONTA UM CONTO

Olá!

Quem Conta um Conto é um canto do blog da AEI-LIJ Paulista onde você pode parar para tomar um cafezinho, saboreando uma história, uma crônica, um "causo" engraçado, uma poesia e outras coisas interessantes com as quais os associados nos brindam.



Hoje, para você, uma crônica incrível da associada paulista, escritora Alina Perlman.




BASTIDORES DA FLIP


No auditório quase lotado, um clima de expectativa. A possibilidade de uma palestra interessante, ou, no mínimo, polêmica com algum gênio da literatura, anima o público.

A loira, instalada na quarta fila, guarda três lugares para amigas atrasadas. Coloca uma bolsa, um casaco, papéis diversos sobre as cadeiras vazias. Alguém se exalta e a loira recolhe os papéis, cedendo um dos lugares. Procura, aflita, pelas amigas que não chegam. Faz uma ligação pelo celular, gesticula, recolhe o casaco. Faz nova ligação e eis que chega uma das amigas, esbaforida e se senta sobre a bolsa. Parece não se importar com a pequena comoção que causa e
se desculpa com a loira que, procurando salvar o conteúdo da bolsa, dá um leve safanão na retardatária.

O poeta chega carregado de sacolas e se acomoda na terceira fila. Atrás dele, vem uma senhorinha, acompanhada de uma moça. A senhorinha se senta ao seu lado.Não possui nenhum tipo de crachá, daqueles que dão direito às primeiras filas. Nenhum dos jovens que trabalham no evento tem coragem de pedir para que ela mude de lugar. A moça que a acompanha faz cara de paisagem, e nem se move do seu lugar, ao lado da senhorinha, na fila reservada. O poeta mexe e remexe nas sacolas e tira de dentro de uma delas uma garrafinha plástica. Oferece a garrafinha, gentilmente, para a vizinha de cadeira. A senhorinha, sorrindo, aceita, abre a garrafa e toma um gole do seu conteúdo. O poeta e a moça gritam "não" ao mesmo tempo. A moça tira rapidamente a garrafa da mão da senhorinha, tampa-a e a devolve, sem graça, ao poeta. Ele ri, abre novamente a garrafinha e despeja um pouco do líquido, meio viscoso, numa das mãos. Esfrega as mãos com gosto, espalhando o líquido. Passa mais um pouco no pescoço e no rosto, tampa a garrafa plástica, guarda-a e se prepara para a palestra, ajeitando-se confortavelmente na cadeira pouco confortável.

O ar condicionado é ligado mais forte. A atriz, a regata curtinha e decotada insuficientes para aquele ambiente que bem depressa começa a esfriar, se mexe na cadeira e se arrepia.

O rapaz de camiseta vermelha pergunta a alguém, sentado cinco filas mais atrás, em que língua o esctritor vai falar. Pergunta muitas vezes, brada o nome da pessoa a quem ele se dirige e finalmente recebe dele uma resposta vaga, acompanhada de um gesto mais vago ainda. Na dúvida, o rapaz de camiseta vermelha resolve preparar o fone de ouvido, pendurado em sua cadeira, para o caso de necessidade.

Duas garotas comentam os banheiros. Insuficientes. Químicos. Pouco limpos. Malcheirosos. Desprovidos de papel higiênico. E continuam comentando, mesmo após a entrada do escritor no palco. Recebem do senhor de óculos, sentado bem em frente de uma delas e que se vira para trás, um olhar de reprovação.

A poucos minutos da palestra, a agitação vai diminuindo.

Os fotógrafos, agachados em frente ao palco, entram em ação. Várias pessoas do público, empolgadas, também fotografam. O escritor tenta se acertar com o microfone. Não consegue, pede ajuda. Fica satisfeito e encara o público.

O mediador começa a apresentar o convidado. Muitos elogios, muitas palmas.

As perguntas começam, o escritor se apresenta, como pode, como sabe. Ele não é obrigado a ser um show man. Ele não é obrigado a falar bem, a ser engraçado, brilhante em todas as frases. Mas é o que se espera dele. Ele foi convidado porque escreve bem. E isso deveria ser o suficiente. Mas não para todos.

Se a palestra é ótima, fica todo mundo contente. Principalmente o espectador, o leitor. Se não é, deixa um gosto amargo na boca de muitos dos que brigaram na fila. Brigaram por um bom lugar na platéia, brigaram por uma entrada no auditório. E a culpa pode ser da arrogância do escritor, da timidez do escritor, do mediador, do tradutor, da escritora que participa da mesma mesa, mas não tem carisma.

Enfim... Boa ou não, a apresentação gera discussão. E a discussão é sempre boa. E a curiosidade para comprar um livro daquele que você viu tão de perto, que te contou algum segredo, que te envolveu em alguma trama, que foi entrevistado pela revista favorita, que foi elogiado nos jornais, que se veste como um lorde, que dançou no bar da esquina, que brigou com a mulher, que se deixou fotografar com você, é sempre grande. Mesmo que você tenha se decepcionado.

Como diria Gonzaguinha... A platéia só deseja ser feliz!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Vice-Versa de Agosto de 2011






Meus caros, o Vice-Versa está completando três anos em agosto. Nesta data, o escritor Luis Eduardo Matta ( AEILIJ RJ)  entrevista o assistente editorial da Melhoramentos Renato Coelho e vice-versa.
Agradeço a participação de ambos.
Um beijo,
Regina Sormani


Renato Coelho



Perguntas de Luis Eduardo Matta para Renato Coelho:

1) Renato, como escritor, tenho notado que os jovens estão mais próximos do que nunca dos livros e que, sobretudo na última década, a leitura cresceu vertiginosamente entre eles. Como editor de uma casa tradicional com um catálogo fortemente direcionado aos públicos infantil e juvenil, você também tem essa percepção?

Luis Eduardo, eu como assistente editorial há cinco anos na Melhoramentos tenho notado, sim, os jovens mais próximos dos livros. Creio que essa proximidade seja reflexo de acontecimentos bons que têm ocorrido ultimamente nas editoras, nas escolas, nas famílias, no Brasil como um todo.
Os livros brasileiros têm ganho prêmios internacionais mundo afora, e isso nada mais é que o extremo cuidado que os escritores e editores têm no momento de conceber um livro. O Dia Seguinte, seu brilhante e mais novo thriller pela editora Escrita Fina comprova isso.


2) Como é a rotina de trabalho numa editora como a Melhoramentos? Acho interessante perguntar isso, pois as grandes editoras têm perfis distintos. Generalizando um pouco, pode-se dizer que uma parte é mais focada em livrarias e outra, em vendas escolares. A Melhoramentos me parece mais inclinada para segunda opção. Além da preparação e edição dos livros, você participa, por exemplo, da elaboração de conteúdos pedagógicos para uso em salas de aula? Fale-nos um pouco desse trabalho.

A minha rotina na Melhoramentos é muito prazerosa, pois tenho o privilégio de trabalhar numa editora com mais de cento e vinte anos e sua história se confunde com a história de muita gente. Pessoas que cresceram lendo grandes livros editados por ela e outras que trabalham lá há vinte, trinta anos.
A Melhoramentos tem um carinho muito especial pela sala de aula e mantém uma boa equipe de divulgadores escolares, mas percebo uma preocupação de todos para que os livros cheguem às livrarias e principalmente ao leitor onde quer que ele esteja.
É verdade, além dos livros, tenho a oportunidade de trabalhar com os projetos pedagógicos. Esses projetos, direcionados ao professor e entregues com os catálogos escolares, são desenvolvidos por grandes profissionais da área de educação e contam com um belíssimo projeto gráfico.


 3)  Recentemente, a Melhoramentos lançou a coletânea de contos Internautas: os chips reinventando o nosso dia a dia, organizada pelo nosso querido Luiz Antonio Aguiar e com a presença de ilustres e talentosos colegas de escrita. Como foi para você participar da edição dessa antologia? E, na sua opinião, qual a importância dela para se discutir a sociedade contemporânea, a cada dia mais absorvida pela tecnologia e pela consolidação de uma espécie de realidade paralela virtual?

Tenho um carinho especial por Internautas por vários motivos. A proposta dos contos é excelente, pois possibilita aos leitores uma reflexão sobre a  imersão da tecnologia na nossa sociedade. O livro permitiu a chegada de vários autores que admiro à Melhoramentos e por último destaco o encantamento de todos os envolvidos no projeto. Mais uma vez não posso deixar de falar sobre o profissionalismo e a sensibilidade que a Ana Célia Goda, editora do projeto, cujo desenvolvimento se deu em aproximadamente dois anos, empresta aos livros que edita, aprendo muito com ela.
O desafio que a Ana lançou ao organizador foi termos autores de ambos os sexos e de diversos estados do país, a fim de mostrar a diversidade cultural e lingüística de um país grande como o nosso, além dos desafios da escrita e leitura no mundo contemporâneo.
Então Luiz Antonio Aguiar sugeriu o tema Internet e as mudanças que ela gera no cotidiano das pessoas. Aprovado pela editora e retomando a viagem clássica dos argonautas, foi iniciado o contato com os autores e cada um deles desenvolveu seu texto sem ter conhecimento dos demais. Dessa forma, surgiram os mais diferentes estilos de contos e também explorando os vários suportes e / ou plataformas disponíveis na rede: Twitter, blog, MSN, e-mail etc.
Enfim, participar da edição foi um aprendizado, vi de perto as implicações que um livro de vinte autores proporciona, mas também vivenciei a alegria do dia em que vimos pela primeira vez o livro pronto.
Internautas tem uma grande importância, pois esses contos, além de serem literatura de fato, ajudam o professor a conscientizar os alunos sobre os benefícios e malefícios da tecnologia na sociedade.


4)   O que o levou a optar por trabalhar na edição de livros? Você sempre teve esse desejo ou ele surgiu inadvertidamente?

Luis, a Literatura sempre me motivou e desde muito cedo eu já sabia que iria trabalhar com as palavras. Eu, na quinta série – hoje sexto ano – empolguei a sala toda com as minhas redações, as minhas histórias tinham como personagens os meus colegas e no decorrer da trama, todos eles morriam, mas eram finais surreais, todos riam muito.
Foi ali que decidi cursar Letras e abraçar a sala de aula. Depois do ensino fundamental cursei quatro anos de Magistério e nesse momento percebi que eu necessitava de mais paixão para o ofício.
No entanto, isso não me atrapalhou a cursar Letras, pois senti que a faculdade me possibilitaria também outros caminhos. Nesse interim comecei a estagiar na Melhoramentos e posso dizer que ainda estou sob o encantamento da profissão.
Não há um dia que eu não aprenda no editorial e já se vão cinco anos. Tenho o privilégio de trabalhar com a Ana Célia Goda e a Leila Bortolazzi, editoras de infantojuvenil da Melhoramentos e profissionais com uma bagagem incrível, e de trabalhar com livros preciosos.
Luis, um grande abraço e desejo a você muito sucesso na jornada literária!

Luis Eduardo Matta




Perguntas de Renato Coelho para Luis Eduardo Matta:

1) Luis, quero levantar duas questões nesse primeiro momento: 
A sua carreira literária se inicia em 1993 com o livro Conexão Beirute-Teeran e o segundo Ira Implacável nasce apenas em 2002.
Você, publicando livro com 17 anos e depois se permitindo quase uma década para publicar o próximo, me leva a crer que você foi muito maduro nas duas situações. Conte-nos um pouco sobre isso.
Outro fato que me chama muito a atenção foi a importância da TV no começo de tudo. Em 1983 a novela "Champagne" desperta o seu interesse por thriller (vale lembrar que você era uma criança na época) e em 1992 uma entrevista de Jorge Amado e Zélia Gattai num programa de televisão o impulsiona de vez ao mundo da Literatura. Com isso, será que satanizamos a TV, já que esse veículo de comunicação o levou ao mundo literário?

Renato, esse longo hiato entre as publicações dos meus dois primeiros livros não foi algo planejado. Tive muitas dificuldades em voltar a publicar. Durante anos submeti meus originais à apreciação de diversas editoras e fui recusado dezenas de vezes por todas elas. O que aconteceu foi que, em dado momento, lá pelo ano 2000, comecei a me questionar se a culpa disso não seria da minha própria escrita, que talvez necessitasse ser aperfeiçoada. Decidi, então, reescrever inteiramente os meus três romances que estavam prontos – Ira Implacável, 120 Horas e O Véu – a fim de eliminar eventuais falhas e aperfeiçoar os textos o máximo possível. A minha ficção não é confessional. Não me coloco nos meus livros, não tenho alteregos e não faço reflexões com base na minha vida e nos meus sentimentos. Toda a minha matéria-prima é externa. Então é evidente que eu precisava de mais vivência, sobretudo existencial, e de uma visão mais acurada da realidade para poder encarar o desafio de recriá-la na ficção de uma forma minimamente decente. Hoje, olhando para trás, vejo com bastante nitidez como esse período sem publicar me permitiu amadurecer. Sou um observador atento do cotidiano e da vida alheia, mas sem um olhar demasiadamente crítico. As pessoas são como espelhos que potencializam a minha percepção da condição humana. Da minha, inclusive.

Quanto à TV, ela foi o meu primeiro contato com a ficção, junto com as histórias que minha mãe e minha avó me contavam. Ao longo da década de 1980, fui um assíduo espectador de novelas. A trama de “Champagne” tinha muitos mistérios e tensão. Na época eu estava com 8 para 9 anos e foi essa novela que, sem dúvida, me despertou a paixão pela ficção de suspense que me acompanha até hoje. Já em relação a Jorge Amado, conheci a obra dele também na TV, pelas adaptações de seus livros para novelas e seriados. Só depois é que fui ler os livros dele. Jorge Amado é minha principal referência na literatura. Aquela entrevista dele e de Zélia Gattai na televisão em janeiro de 1992 foi decisiva para me levar à carreira literária. Eu a tenho gravada em VHS. É um dos meus tesouros.

2) Você nas suas entrevistas sempre enaltece as relações humanas e leva o leitor a refletir sobre o mundo atual em que vivemos.
Eis uma frase sua: "Nada substitui, a meu juízo, o convívio pessoal", porém você vê também com bons olhos as redes sociais, os blogs e os sites como auxiliares na divulgação de livros e até mesmo na possibilidade de uma aproximação maior com os seus leitores.
Isso levou você a ser escolhido para escrever um dos contos do livro Internautas - os chips reinventando o nosso dia a dia?
Aliás, o seu conto foi o primeiro que li da coletânea e já o elejo um dos melhores. Como se deu a sua participação nesse livro tão bem cuidado pela Melhoramentos?

Eu costumo dizer o seguinte: a internet é uma ferramenta e, como tal, não possui moral própria. Ela é um instrumento tanto para fazer coisas edificantes, como para perversidades. Pode ajudar um indivíduo a se socializar ou a se entocar de vez em casa. Tudo depende de quem a opera. É inegável que a internet está promovendo uma mudança radical na forma como as pessoas se relacionam, tanto pessoal como profissionalmente. No meu caso, ela é um complemento à minha vida cotidiana. Na medida do possível, procuro trazer ao meu convívio pessoal, os meus bons contatos virtuais. Até hoje nunca me arrependi. Como escritor, vejo na internet uma ferramenta poderosa e sem igual de divulgação do meu trabalho. Uma coisa interessante a se observar é que, anos atrás, se dizia muito que a internet acabaria com a leitura. Ocorreu justamente o inverso. Em 2010 a venda de livros só na rede de livrarias Saraiva subiu mais de 500% em relação ao ano anterior. Isso se deve em boa parte às vendas feitas pela sua loja virtual, que atende a um público imenso espalhado país adentro. São moradores de áreas que não contam com pontos de venda de livros num raio de quilômetros e que, graças à internet, passaram a ter acesso às melhores livrarias. Alguns desses leitores criaram blogs e sites onde resenham suas leituras e que acabaram se convertendo em canais alternativos de divulgação de livros, bem mais afinados com o leitor comum do que, por exemplo, muitas resenhas de publicações literárias de prestígio.

Participar de Internautas foi uma grande alegria para mim. Além de uma honra, por estar ao lado de tantos colegas talentosos e de renome, muitos dos quais admiro genuinamente. O convite partiu do organizador, Luiz Antonio Aguiar, e não sei se foi exatamente motivado pela minha relação com a internet. É possível que ela tenha pesado, embora eu seja um usuário como tantos outros, sem nenhuma característica que me destaque da média. Meu conto fala de algo, infelizmente, cada vez mais comum no cotidiano dos adolescentes que é o bullying virtual. É um dos usos perniciosos que pessoas de má índole fazem da rede. O livro ficou belíssimo e gostei de todos os contos. O trabalho tanto da Melhoramentos, como dos escritores e do organizador foi impecável.


3) Estou lendo o seu novo thriller O Dia Seguinte, livro também muito bem cuidado pela Escrita Fina. Confesso que parei de ler, pois precisava elaborar essas perguntas a você, porque se não... A sua escrita nos prende de tal modo que parar de ler é quase uma tortura.
O livro retrata uma ficção apoiada nos acontecimentos do 11 de setembro de 2001 e o lançamento se dará exatamente nos dez anos dos atentados.
Isso foi planejado? Conte-nos sobre o O Dia Seguinte.

Que bom que você está gostando do livro. Fico contente. Sei de gente que não acredita, mas o fato de ele estar saindo agora é uma coincidência. Desde a época dos atentados, eu tinha vontade de escrever uma ficção a respeito, mas logo deixei a ideia de lado e durante anos não pensei mais nela. Foi só em 2009 que a retomei, depois de receber um convite da Laura Van Boekel Cheola, editora da recém-criada Escrita Fina, para escrever uma trama de suspense juvenil ambientada lá. A ideia era publicar o livro já no começo de 2010, entre os primeiros lançamentos da editora, mas por estar envolvido na preparação de outros livros em simultâneo e em pleno processo de lançamento e divulgação do meu thriller O Véu, só consegui concluí-lo em setembro de 2010. Contribuiu muito para essa demora a pesquisa que precisei fazer, pois a maior parte da trama se passa ao longo do dia 12 de setembro de 2001 – por isso o título do livro – que é, por incrível que pareça, um dia pouquíssimo documentado, em comparação ao 11. O Dia Seguinte é um thriller sobre a busca de um jovem brasileiro pelo pai que desapareceu durante a investigação de um esquema de fraude em sua firma. Esse garoto é de família árabe e fica amigo de um jovem judeu americano. A história também é uma homenagem à amizade entre árabes e judeus. Essa amizade é possível e existe. Eu próprio sou um exemplo. Sou de família libanesa e alguns dos meus grandes amigos são judeus.

4) Vejo que você alterna livros juvenis e adultos e também sei que a sua preocupação com a formação de leitores o levou a escrever Literatura Juvenil.
A sua contribuição na Literatura Juvenil tem amenizado as grandes lacunas que encontramos quando o assunto é leitura na adolescência, mesmo sabendo que na última década estamos presenciando um acesso maior ao livro?

Olha, acho que antes de mim, muitos escritores já estavam amenizando essas lacunas. Mesmo assim, espero, sinceramente, que eu esteja contribuindo um pouco para essa aproximação entre brasileiros e livros. Minha decisão de escrever para adolescentes surgiu muito disso: da necessidade de difundir ainda mais a leitura entre eles. Isto porque é na adolescência que a leitura se firma ou não na vida de uma pessoa. E não há como um país se tornar plenamente desenvolvido, sobretudo social e humanamente, sem um povo majoritariamente letrado, investido de senso crítico e, portanto, instrumentalizado para dialogar com as instituições e fazer valer as leis. A cultura e o conhecimento são o caminho mais eficiente para a justiça. Pela minha experiência, a ficção de suspense e mistério é uma excelente formadora de leitores, pelas suas próprias características narrativas que despertam uma curiosidade direta no leitor e também por ser uma literatura atraente tanto para meninos quanto para meninas. Além disso, foi ela que me aproximou dos livros. Então escrever nesse gênero é uma maneira também de eu passar um pouco dessa vivência para as novas gerações.