sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Canto & Encanto da Poesia - As rosas não falam


As rosas não falam
 Cartola ( Angenor de Oliveira) 11-10-1908/30-11-1980

Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão,
Enfim
Volto ao jardim
Com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar
Para mim
Queixo-me às rosas,
Mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti, ai
Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhavas meus sonhos
Por fim

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Era uma vez...A maravilhosa aventura de Paulinho

A maravilhosa aventura de Paulinho

(Para Paulo Costa e sua música)

                                                           

Nem mais, nem menos de dez anos. Faces rosadas, cabelos castanhos e ondeados, caindo sobre a tez clara. Tinha um ar severo e, ao mesmo tempo, uma expressão sonhadora. Estava sentado num banco de madeira, sob a sombra de uma grande e frondosa árvore que havia no quintal de sua casa. O lugar era cercado por um grande bosque, que ficava numa região banhada pelo rio Tietê, a umas vinte léguas de Porto Feliz ― uma cidadezinha muito tranquila.

O livro, que antes ele lia, estava quase a cair-lhe das mãos e, pelo seu semblante, o menino parecia não estar mais ali naquele lugar, mas sim num outro de maior beleza ainda: num país de sonhos. Ah! Ele sempre desejara conhecer aquele lugar; segundo as histórias que sua mãe lhe contava, esse país era o mais belo do mundo, onde só havia felicidade!

Começava a raiar o dia e os passarinhos entoavam suas belas e harmoniosas melodias. Pareciam verdadeiros tenores, sopranos, contraltos... Ele não sabia que direção tomar ― tudo lhe parecia tão belo!

Decidiu então que tomaria o caminho pela direita. Desejava conhecer tudo aquilo; guardaria cada pedrinha, cada flor, cada acontecimento na lembrança. Que maravilha seria depois, quando fosse contar tudo aquilo a sua mãe ou, talvez, a algum amiguinho. Eram poucos os que podiam visitar aquele país. Paulinho ― era esse o nome do menino ― sentiu-se feliz por ter esse privilégio.

Andou, andou, até cansar-se.  Ao meio-dia, sentou-se na relva fresca e, à sombra das grandes árvores da floresta, saboreou deliciosos morangos, que colhera durante o passeio, repartindo-os com as avezinhas e outros animais.. Caminhou durante a tarde toda, colhendo flores e frutinhas silvestres em abundância. Depois, quando começou a anoitecer, Paulinho sentiu-se exausto. Havia caminhado muito! Fez uma cama macia com algumas folhas secas, sobre a úmida grama rasteira, e adormeceu.

Durante o seu passeio, Paulinho havia encontrado muitas aves diferentes e, como naquele mundo estranho ele não vira nenhuma pessoa, passou muito tempo observando os pássaros e ouvindo atentamente o seu canto. Percebeu que adiante dele havia uma clareira onde os raios de sol passavam pela folhagem e iluminavam um riacho de águas límpidas. As águas eram rasas e os pássaros da floresta ciscavam, bebiam e tomavam banho. Os sons que ele ouvia eram tão harmoniosos que ele não resistiu àquele chamado!

Começou a sentir a música em seu pensamento; a imaginar-se como um maestro. Recolheu do chão uma vareta a qual apontava para a corruíra, o curió, o sabiá, o rouxinol, o pintassilgo, o canário, o pica-pau, um de cada vez... Sob seu comando, a melodia vibrante era executada, ora pondo em destaque alguns trinados do uirapuru, ora na doçura de um coral, iluminando ainda mais a clareira. Naquele momento, encantado com tanta perfeição, decidiu que seria um músico e iria descrever o canto das aves e os sons da natureza.

Piuí! Piuííí! o que é isto? pensou... Era o som de um trem que vinha de longe e se aproximava, ficando cada vez mais forte, mais forte, mais forte e ― com aquele apito insistente ― acordou! Paulinho morava perto de uma ferrovia, mas essa já é outra história...



Nilza Azzi

Nilza Azzi é escritora associada da regional paulista da AEILIJ








quinta-feira, 20 de outubro de 2011

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Mensagem - As crianças e a cidadania -

As crianças e a cidadania

Crônica de Simone Pedersen

Na década de noventa, eu morei em Vila Opicina, próxima de Trieste, na Itália. Como eu havia antes morado na Dinamarca, imaginei que estaria no paraíso da cidadania: uma mistura da organização escandinava com o calor do povo italiano. Realmente, um lindo país e um idioma muito mais musical do que o dinamarquês. Eu havia somente me esquecido do famoso trânsito italiano... Quem já dirigiu em São Paulo, imagina que nada pode surpreendê-lo em termos de trânsito. Mas, na primeira vez que encontrei meu carro bloqueado por outro, cujo motorista desaparecido retornou após duas horas, eu me senti violentada. O meu direito de ir e vir – de carro – estava limitado pela decisão de um cidadão que julgou ser mais importante estacionar próximo do destino, do que as horas em que o aguardei na calçada, acompanhada de uma criança pequena, numa cidade onde o Mar Adriático traz o temido vento Bora, que quase nos tira do chão.
Atualmente, a mesma situação tem sido frequente quando vou à agência de correios. Não é raro esperar por intermináveis minutos. O sentimento é o mesmo: - Por que os meus minutos são menos valiosos do que os do motorista que estacionou atrás do meu carro, quando havia vagas na rua ao lado? Não é incomum também, pessoas apressadas estacionarem em vagas para deficientes físicos ou idosos . Outras entram em padarias para comprar um maço de cigarros e, em vez de colocarem-se ao final da fila, encostam-se à lateral do caixa dizendo o que precisam. Assim como em lojas ou papelarias, onde, enquanto você aguarda educadamente sua vez, alguém entra, faz perguntas ao atendente e, em seguida pede para ver algum produto mais de perto, monopolizando a atenção, enquanto você se belisca para certificar-se que não é um fantasma... Os proprietários dos estabelecimentos comerciais precisam ditar regras a seus funcionários, e nós, que procuramos comportarmo-nos dentro das regras do bom-senso, podemos nos posicionar quando testemunhamos uma situação dessas. Ninguém precisa ser grosseiro. Apenas firme. Quanto às respostas típicas: “estou com pressa” ou “estou atrasado”, não merecem comentários, afinal, quem não está com pressa hoje em dia? Se somos invisíveis aos seus olhos, as pessoas mal-educadas devem ser inaudíveis aos nossos ouvidos e, principalmente, aos dos atendentes.
Estamos no mês de outubro, o mês das crianças. Fico imaginando as crianças que são educadas por pessoas assim. Na escola, a professora ensina que a fila é necessária e ninguém deve atropelar o coleguinha. O aluno, habituado ao exemplo de pais que falam alto, não respeitam filas, gritam no trânsito, maltratam animais e irritam-se com todos e tudo, fica confuso. E na dúvida, repete o que conhece desde pequenino. Os amiguinhos que se aproximam são os que têm comportamento semelhante. Assim como violência gera violência, falta de educação gera falta de educação.
A Geração Y ou Geração da Internet - jovens nascidos entre as décadas de 70 e 90 - apesar de ser altamente individualista, tem uma profunda consciência social, preocupação com o meio ambiente e com os direitos sociais, como comprovou a recente pesquisa da FIA/USP – em que 97% dos jovens afirmaram incomodarem-se muito com atitudes antiéticas. As crianças de hoje – a Geração Z – serão ainda mais exigentes. As que crescerem acreditando em paradigmas ultrapassados, como o do “jeitinho brasileiro” entre muitos outros, terão imensas dificuldades de socialização. Todo ser humano aprende o bê-á-bá da vida em casa.  É pura ilusão colocar os filhos em uma boa escola, delegando aos professores o papel dos pais. Professores ensinam, pais educam! Pelo menos deveria ser assim...
 No Dia das Crianças, os pequenos esperam ansiosos pelos pacotes . Conviver com esses pequenos seres de luz é um presente novo que recebemos a cada dia! Crianças são anjos sem asas que, mesmo assim, voam alto. Brincam de esconde-esconde por entre nuvens e tocam nossos corações com a harpa da inocência. Como podemos nos comportar mal na frente de anjos? Adultos não podem definir o destino das crianças, mas podem influenciar o comportamento delas, através de bons exemplos. Não há presente mais valioso. 


Simone Pedersen é escritora associada da regional paulista da AEILIJ 

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Vice-Versa de outubro de 2011




Caros amigos!
O Vice-Versa de outubro traz as entrevistas do ilustrador Alexandre Siqueira (Sika) e da escritora Nilza Azzi, associados da regional paulista da AEILIJ. Agradeço a participação de ambos.
Um grande abraço,
Regina Sormani





Respostas do Alexandre 

1- Sika, certa vez, um compositor comentou comigo que música é repetição. Até aquele momento ainda não havia atentado para isso. Escrever, de certa forma, também o é; cada vez mais é intertextualidade. Como você relaciona essa afirmação ao seu ofício? Desenhar, o que é?

R.- O meu ponto de vista, posso lhe dizer que é o mesmo!!! Quer ter um ótimo trabalho?... então faça o mesmo repetidamente. No desenho, não é diferente. Um dia eu disse a um amigo: “o interessante é que, cada vez que repetimos o mesmo trabalho, ele fica melhor, esse, eu já o fiz mais de 10 vezes!” Então ele respondeu: “Só isto? Quando chegarmos a fazer a mesma coisa dez milhões de vezes, aí sim, começaremos ter um resultado um pouco melhor, mas ainda não é o bastante.” Concluo que a repetição é fundamental, independentemente da área.

2- Entendo, mas você define seu trabalho como ousado, inovador. Então deve haver um momento de passagem, de transição... o insight, o salto adiante. Como isso acontece?

R.- Exato. Temos a tecnologia à disposição e, usando as ferramentas necessárias, sejam elas, manuais ou digitais, ou até a mistura de ambas, podemos obter ótimos resultados, diferenciando uma obra da outra. Isto faz com que saiamos um pouco do tradicional, do mesmo estilo, do mesmo conceito, ou melhor, da mesmice! Eu entendo o seguinte, não podemos ficar parados no tempo presos a algo único; quando falo em ousadia, significa que são trabalhos inovadores, diferentes do que o mercado está acostumado, ou melhor, oferecendo; são trabalhos “abusados” e é claro, respeitando a solicitação do cliente para determinada arte. No entanto, precisamos estar sempre estudando, experimentado novos materiais e ter uma boa criatividade, embora tenhamos traços próprios, uma identidade própria, vejo que hoje, precisamos ser ecléticos, temos que ser o famoso Bombril... mil e uma utilidades!!! (risos).

3- E por falar em prá lá de mil, sei que você é um profissional versátil, mas... tenho a curiosidade de saber: – Qual é a menina dos olhos? E, por favor, podemos saber por quê?

R.- A menina dos meus olhos? É a minha esposa (risos)... bom, embora eu goste muito de todas as áreas (campos), o que me chama muito atenção e, ainda, por mais que tenha havido a transição para o 3d e, assim, sofrido as consequências do mercado, a menina dos meus olhos é o desenho animado clássico 2d. Foi onde eu comecei minha carreira profissional, colorindo personagens em acetato (na transparência) da Walt Disney, numa produtora credenciada aqui no Brasil, HGN produções. Na época, participei das séries do Alladim, contudo, também colaborei em diversas produções em outros estúdios, na parte de clean-up (traço final, ou melhor, a limpeza do desenho), até que cheguei a produzir ilustrações de cenários para os mesmos. No entanto, é onde atuo também até o momento, quando me convidam, é claro, (risos). Desde pequeno sou fascinado pela animação; lembro-me que queria saber como eram feitos os desenhos, como se mexiam..., até que um dia comecei a fazer parte das produções; com isto, a animação me deu esta versatilidade de traços, embora, como já disse: “eu tenho a minha identidade”. Sou muito grato a um grande professor e amigo, LUIZ ROSSO, que me apadrinhou, apostou em meu potencial, acreditou e deu aquele empurrãozinho... a equipe na HGN era muito grande e, por incrível que pareça, teve “algumas destas cenas” que era do professor e aluno (risos). Na época, o Rosso fazia a Direção de Arte e também ilustrava os cenários e eu ia colorindo os acetatos, a cor era nossa .... (risosssss)... que saudade!!!, tempos que não voltam mais (risos).

4- É uma história incrível! O desenho animado clássico... mundo fascinante! Lembro-me de ter assistido a uma série em que o próprio Disney explicava como os desenhos eram feitos, como sua equipe trabalhava... Não troco um bom desenho animado pelo melhor filme de um diretor premiado. O fato é que, apesar da evolução, os clássicos são eternos... Qual a sua visão de futuro dentro da sua área. O que ainda virá? Projetos seus? Aqueles que não são segredos profissionais, claro (rs...)!

R.- Dá para escrever um livro (risos). Bom, sou suspeito em falar, concordo contigo!!! Prefiro mil vezes um desenho animado.Vemos o mercado oscilando muito em todas as áreas, embora, a tecnologia e o 3d tenham evoluido intensamente. Isto também ajuda muito na produção. No entanto, quem não dançar conforme a música vai ficar para trás, quero dizer: “precisamos acompanhar este desenvolvimento computadorizado, aderir a novas ferramentas de trabalho, estar sempre no ritmo, não deixar de estudar e oferecer o melhor”. Agora, eu creio que o desenho nunca vai acabar!!! Principalmente nas Hq’s, nas literaturas, nos didáticos... e assim por diante. Voltando um pouco à animação, por mais que exista esta tecnologia, sem desenho 2d, não acontece o 3d... contudo, o 2d acontece sem o 3d (risos). Vamos ser realistas, hoje o 3d está estrelando, está em alta e irá cada dia se aprimorando; isto é fatal. Projetos? Quem não tem? Infelizmente estão engavetados! E muitos me perguntam: Por quê? Eu respondo: “É a lei da sobrevivência; não posso parar para me dedicar aos meus próprios projetos, tenho que pagar as contas diárias... a não ser que eu encontro um empresário disposto $$$$” (risos) -









Respostas da Nilza

1º. Eu particularmente vejo que, escrever é um dom maravilhoso, criar histórias literárias, educativas, didáticas, poesias, rimas, roteiros, contos e assim por diante... e isto também faz parte da comunicação. Bom, como é este processo de desenvolvimento, a narrativa de livro? Qual a relação entre este texto e a ilustração?

R.- É maravilhoso descobrir nosso dom. Quanto mais cedo, melhor. Escrever é uma forma muito particular de comunicação. A leitura de um texto exige a cumplicidade da imaginação do leitor. Uma história depende de certa estrutura; de começo, meio e fim; introdução, clímax e desenlace. Isso é elementar. Mas o autor utiliza a ideia, o clima emocional, a sinestesia e outros recursos, para criar sua história, com um propósito. No meu entender, é que seu leitor refaça o percurso da criação e tenha uma experiência leitora próxima daquilo que ele concebeu para a obra em questão. A ilustração tem um papel complexo. É um complemento à leitura, mas não a substitui – enquanto nas HQs, o texto é complementar ao desenho e pode até ser dispensado – e deve fornecer estímulos à imaginação. Creio que a ilustração tem uma função cênica.

2º. A Sra. já escreveu diversas obras, também para diversos segmentos. Entre elas, qual a que mais gostou, ou melhor, fascinou? E também, qual o tipo de público que melhor se identifica com seu perfil? Por quê?

R.- O trabalho do qual mais gostei, escrito há três anos e publicado no final de junho deste ano, foi um projeto aprovado pelo MinC, incentivado pela Lei Rouanet. Foi patrocinado pela Sealed Air Cryovac Brasil, graças ao importante apoio e à confiança  da equipe, liderada pelo Sr. Gercino Brito Lopes. O livro chama-se "O banho da Terra". A diferença nele é que nosso planeta, a Terra, é que é a personagem. Desde o início fui segura de que era uma boa história. A edição (15.000 exemplares) foi toda para distribuição gratuita. A quatro meses da publicação, o retorno que recebi dos leitores, bem como de professores, pais e alunos, tem sido muito gratificante. Quando comecei a procurar as editoras e ouvi o frequente "não", nem me aborreci, como ocorreria em outras situações. Nesse caso, eu pensava: – Que pena! Um dia vocês vão lembrar que este livro esteve em suas mãos e irão arrepender-se de ter deixado passar a oportunidade. "O banho da Terra", um dia vocês ouvirão falar dele! Para uma edição comercial, o livro precisa de ajustes (foi uma edição do autor), mas ficou bom mesmo. Não me expresso assim por orgulho. Foi apenas o acaso de uma boa idéia que deu certo, graças à minha persistência. Sempre tive afinidade com os bem pequenos e os adolescentes. Deve ser porque sou uma pessoa aberta e maternal, uma canceriana... rsrsrs

3ª. Parabéns pelo projeto... que Deus a abençoe ricamente! Bom, no mundo em que estamos vivendo, nos deparamos com todo o tipo de criminalidade e infelizmente, as crianças são os maiores alvos e, também, embora o brasileiro não tenha a cultura de ler, isto tem uma influência negativa no desenvolvimento cultural da criança e assim, muitas delas ficam expostas  ao vento. Qual seu ponto de vista, ou melhor, o que precisa seu feito para que a “Criança” volte a ter o hábito da leitura? Precisa de algo encantador, que atraia?

R.- Acredito que o livro é magico, encantador o suficiente. E também, que a atual estrutura das livrarias, com espaços desenvolvidos para a leitura, além da atitude dos educadores, que estimulam, e dos pais que levam seus filhos, com consciência do que estão fazendo, ou simplesmente para ocupá-los um pouco, acaba por ser estimulo à leitura para crianças e adultos. Na Livraria da Villa, em Moema, as babás levam as crianças ao espaço de leitura... Isso abrange uma classe, a dos que têm poder aquisitivo e podem comprar tais livros. Desconheço a estatística, mas não acho que o brasileiro lê pouco; creio que lê mais do que no século passado. Resta a questão de como o cidadão seleciona suas leituras e que tipo de leitor ele é. Preparar bons leitores não é fácil e depende essencialmente da alfabetização. Nem cabe aqui abordar essa questão, mas ela é séria. Contudo, há uma classe muito interessada nos livros, a das crianças expostas ao vento, mas que não têm poder aquisitivo, nem para ir a essas grandes livrarias, nem para comprar os livros... além de não ter quem as oriente em casa. No desenvolvimento do Projeto O banho da Terra, entreguei livros a crianças que nunca tiveram em mãos um livro novo. O Governo Federal têm consciência disso e um programa a respeito.
Fiquei feliz com a notícia.

4º. Para terminarmos, defina com uma frase ou estrofe, o que é ser Escritora?

R.- Em poesia, em prosa, para adultos, adolescentes ou crianças, o que penso a respeito está definido neste poema antigo. É uma poesia retrô, um soneto alexandrino...

Para falar da dor, uma palavra: basta!
Mas ao falar de mim, confesso que não sei,
se aquela que busquei foi pecadora ou casta,
contida ou arrojada, em vidas que sonhei.

Ao se falar do amor, despreze-se à Jocasta
que ao filho se entregou, desrespeitando a Lei
e a sorte lamentou, na sina tão nefasta.
Eu já não sofro a pena, a sorte revirei!

Em busca da Palavra, eu sigo vida afora
e já não tenho filho ou homem que me atarde,
não creio na ilusão; nem Édipo me castra.

Das vinhas colher mel, é o meu desejo agora
e ao que me ouve atento, eu digo com alarde:
– Na fala do Poeta, há um sonho que se alastra.

MURAL 24 - OUTUBRO DE 2011


NÚMERO 24 - OUTUBRO DE 2011

O Mural é uma agenda cultural postada todo início de mês,
porém, editada ao longo do mês conforme os eventos surgem.
A agenda das bibliotecas é renovada semanalmente.
Amigo associado de qualquer cidade do Estado de São Paulo,
contribua...
aguardamos notícias dos eventos do interior.
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EXPOSIÇÃO CORES E FORMAS QUE CONTAM HISTÓRIAS
Na Biblioteca Alceu Amoroso Lima - Pinheiros - SP

São 25 painéis com reproduções das artes de ilustradores brasileiros de literatura infantil e juvenil.
Ficará exposta até o dia 15 de outubro, na Biblioteca Alceu Amoroso Lima - Pinheiros - São Paulo. Logo depois irá para a Feira Literária de Porto Alegre - RS.






Endereço da Biblioteca:

Rua Henrique Schaumann, 777
Pinheiros 05413-021 São Paulo, SP
Tel. 11 3082-5023
Horário: 2ª a 6ª feira das 8h às 17h e sábado das 9h às 16h
Núcleo de Poesia: 2ª a 6ª feira das 8h às 19h e sábado das 9h às 16h
Coordenadora: Ana Teresa M. Toledo
bmalceualima@yahoo.com.br

Caso deseje promover esta exposição, entre em contato com a associada Marília Pirillo (responsável pela exposição da AEILIJ) pelo e-mail marilia@laboratoriodedesenhos.com.br ou com a Diretoria da AEILIJ através do site www.aeilij.org.br

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FLIPORTO NOVA GERAÇÃO

Antonio Nunes, coordenador da AEILIJ em Pernambuco anuncia

a nova geração da Festa Literária Internacional de Pernambuco

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ISABEL

Novo livro com texto e ilustrações de Carolina Vigna Marú

A história do Brasil está repleta de personagens importantes, e uma particularmente sempre desperta curiosidade: a famosa Princesa Isabel. O que você sabe sobre ela? E sobre o que fez pela política nacional? Muito mais do que a princesa que assinou a abolição da escravatura, Isabel foi uma mulher de coragem, que investiu em conhecimento e trabalho, e acreditou no Brasil e no amor – tanto que a história de sua vida mistura-se à da arte, inspirando cantigas da tradição oral brasileira como “Se essa rua fosse minha...”. Mergulhe nesta delicada narrativa, que, com leveza e alegria, conta-nos sobre a construção de nosso país e sobre o sonho de cada um.

MAIS INFORMAÇÕES AQUI

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