terça-feira, 8 de março de 2011

Pé de Meia Literário - 16 -

PÉ DE MEIA LITERÁRIO (16)

Uma vida pela leitura

Nada como o sossego do carnaval para se falar dos agitos da leitura promovidos por quem tem essa satisfação dentro das veias.
Pois é, em meio ao retiro forçado que me imponho nos dias do reinado de momo, fico a pensar em pessoas que dedicam parte grande de sua vida à causa da leitura da literatura. E uma delas é Rosa Cleide Marques, a querida Rosinha, conhecida de muitos de nós.
Eu conheço a Rosinha desde 1999, quando fui coordenador do processo de abertura de uma faculdade e lá estava ela nos ajudando na biblioteca. Desde então, embora a vida profissional tenha nos colocado em caminhos diferentes, nos encontramos em escolas e momentos especiais, uma ou duas vezes por ano.
Desde que eu a conheci, percebi nela o prazer de lidar com os livros, principalmente com os livros de literatura. Ela gosta de ver livros novos, de ler muitos deles, de conhecer autores, de promover encontros entre leitores e autores, de programar eventos ligados à arte da leitura. E, de quebra, durante estes tempos, com mérito e esforço próprios, cursou faculdade de biblioteconomia. Nem precisava, pois ela tem nas veias, o sangue bem temperado de quem nasceu para curtir uma vida de leitor e formador de leitores.
Por anda passa e trabalha, Rosinha vai deixando sua marca característica: o respeito pelo livro, pelo leitor e pelo autor. Um respeito que não se traduz de isolamento e afastamento, como nós costumamos ter pelas coisas que respeitamos em excesso, mas o respeito de quem sabe que a melhor maneira de se respeitar é dar sentido à existência. Dessa forma, o respeito que ela tem pelos livros, leitores e autores toma vida na forma de criar momentos de leitura, de apreciação do prazer de ler, no encontro, no diálogo. E dar aos livros o seu real sentido de vida: pelo diálogo com os leitores, a criação de outros tantos novos sentidos. Foi assim na Faculdade Morumbi Sul, no Global e é assim no Marupiara, onde está hoje, há uns três anos.
No Colégio Marupiara, Rosinha encontrou as condições ideais para explodir o seu trabalho: uma boa estrutura de prédio, bela instalação da biblioteca, apoio e incentivo da direção e coordenação do colégio, um grupo de educadores interessados e comprometidos com a causa da leitura e ... uma meninada que tem respondido muito bem aos eventos em torno da leitura. Que mais poderia querer essa esforçadíssima profissional da leitura para ver o seu trabalho frutificar?
Rosinha, do Marupiara, põe no ar, para quem quiser ver, ouvir e ler, essas lições sobre a prática efetiva de formação de leitores, de prazeres da leitura, de ampliação de acervo, de diálogo com a literatura. Como escreveu certa vez, Vandré das letras inesquecíveis: quem sabe faz a hora não espera acontecer.
Rosinha é gente que sabe – que aprendeu fazendo – e assim sabendo e fazendo vai constituindo hoje e sempre o nosso pé de meia literário.
Nova Granada, março de 2011

EDSON GABRIEL GARCIA
(Escritor e Educador)

2 comentários:

  1. Caro Edson,

    Como me alegra ler este merecido reconhecimento à Rosinha, uma amiga inseparável dos livros e de cada um de nós, que nos recebe sempre com seu sorriso de quem redescobre o mundo a cada amanhecer. Nosso muito obrigado por traduzir em palavras nosso sentimento de gratidão a esta maravilhosa amiga, que não se cansa de semear em nosso corações a paixão pela leitura.

    Um forte abraço,

    Mário Pérez
    Núcleo de Educomunicação
    Colégio Marupiara

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  2. Edson,
    mestre querido!

    Não tenho como expressar a minha gratidão e respeito.
    Suas palavras brotaram grandes emoções em mim, levando minha memória para nossos momentos de amizade e cumplicidade literária.
    Tenho para mim que ter conhecido você foi um lindo presente de Deus. Um arendizado ifinito...

    Somos dois amantes dos livros e das bibliotecas! Você escrevendo belas obras e eu zelado delas e disseminando para os leitores.
    Como já dizia o bispo Berkeley: O gosto da maçã não estava nem na própria maçã - a maçã não pode ter gosto por si mesma - nem na boca de quem come. É preciso um contato entre elas. O mesmo acontece com um livro ou com uma coleção deles, uma biblioteca.

    Estamos juntos na amizade e na leitura para sempre, meu amigo.

    Imenso abraço!
    Rosinha

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