terça-feira, 6 de dezembro de 2011

QUEM CONTA UM CONTO

O ano se passou e mais um natal chegou. Para comemorá-lo, convidamos a escritora, xilogravurista e, ao lado de Rosana Rios, representante da regional paulista da AEI-LIJ, Nireuda Longobardi. Com a simpatia que é seu traço comum, Nireuda não só mandou uma história de natal como uma ilustração feita em Kiriê. Divirta-se!

Conto de Natal

Era véspera de Natal. Como sempre, estava sozinho em meu apartamento.
Depois de várias tentativas ao telefone encontrei uma pizzaria aberta e fiz o pedido.Quando o interfone tocou, sai para buscá-la. Chamei o elevador que, para variar, demorou a chegar. Ao abrir a porta, levei um baita susto... Um robusto Papai Noel me cumprimentou com um: Hô, Hô, Hô! Feliz Natal!
O meu vizinho, pai de duas garotinhas veio em silêncio recebê-lo, cumprimentou-me rapidamente e entrou com o ilustre convidado.
Quando o elevador chegou, apertei o T. No caminho, ele parou no terceiro andar e uma família entrou: o pai, segurando um assado; a mãe segurando uma bandeja coberta por um pano com motivos de natal ricamente bordado; um garoto, de mais ou menos cinco anos segurava um carrinho e fazia vrum, vrum, vrum. Sorri em silêncio. Quando o elevador parou no térreo desejei um Feliz Natal. Já ia saindo quando a mulher disse:
_ Espere! Experimente uma rabanada – disse, levantando o pano que cobria a bandeja.
Não fiz desfeita, aceitei pegando uma delas. Agradeci e desejei um Feliz Natal. Ao sair do elevador observei aquela rabanada dourada, empanada no açúcar e canela, aquele cheiro delicioso de canela... Hum! Tasquei-lhe uma mordida generosa, senti o sabor crocante por fora, macio e molhado por dentro. O açúcar e a canela sujaram meus lábios... Que delícia! Hum! Passei a língua pelos lábios e lambi os dedos como uma criança. Sorri, lembrando da minha saudosa mãezinha que preparava deliciosas rabanadas; meu prato favorito de Natal. Passei apressado pelo hall enfeitado com uma belíssima árvore de Natal. Peguei minha pizza e dei uma caixinha generosa ao entregador. Cumprimentei o porteiro e voltei ao meu apê. Deixando a pizza sobre a mesa da cozinha, fui vasculhar meu guarda-roupa, em busca de uma caixa antiga de madeira. Procurei, procurei, até que encontrei. Levei a caixa até mesinha da sala e abri, desembrulhei peça por peça, que estavam protegidas por folhas velhas e amareladas de jornal. Montei com cuidado o meu presépio... Lembrei de quando o pintei; tinha doze anos e recebi a ajuda da minha avó Isís.
Ficou lindo! Agora sim, podia arrumar a mesa. Peguei a melhor toalha, prato, talheres, um vinho e, é claro, a pizza. Fiz uma oração e agradeci a Deus. Estava preparado para me servir quando a campainha tocou. Quem seria? Não esperava ninguém. Abri a porta e era meu vizinho, a esposa e as crianças, me convidando para passar o Natal com eles. Fiquei emocionado e acabei aceitando o convite. Disse que antes precisava me preparar e que logo iria.
Lembrando a receita da minha mãe, fiz algumas rabanadas e levei.
O jantar foi maravilhoso. As crianças ficaram encantadas com a presença do Papai Noel, que trouxe lindos presentes.


FELIZES FESTAS!

2 comentários:

  1. Sou escritor associado e no meu Estado da Bahia aida não há a nossa regional, o que faço para divulgar minha ultima obra neste precioso espaço?
    Um forte abraço.
    José Ademilson Oliveira.

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  2. Olá,José Ademilson, tudo bem?

    Desculpe a demora na resposta, mas aqui vai ela: o responsável pelas regionais do nordeste é o Antonio Nunes (TonTom). Sugiro que entre em contato com ele: pernambuco@aeilij.org.br
    Um abraço e sucesso para você e seu livro.
    Eliana Martins

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